|| Laila Monteiro ||
📍Rio de Janeiro, Nova Holanda, Quarta-feira, 17:00.
Guardo o jaleco na minha bolsa, me despedindo do pessoal do postinho e descendo o morro pra ir pra faculdade.
Paro na padaria cumprimentando a dona Fátima e pedindo pra ela um sanduíche natural e um suco de laranja.
Aproveito pra conversar com o seu Mário que me conta umas fofocas enquanto a esposa me alcança o lanche.
Vou descendo o morro caminhando na major paz, minha aula é só as 19h.
Olho as crianças correndo na quadra, o pessoal voltando do trabalho, cumprimento uma galera que cruzou por mim.
Chego na barreira e o caio vem correndo me abraçar, gargalho do jeito desesperado dele que joga pra cima.
— Laila: pelo amor de Deus caio, eu preciso estar viva pra chegar na aula né - ele ri e me desce me dando um beijo na testa.
— Caio: tava mortinho de saudade de ti mandada - dou um beijo no seu rosto dizendo que eu também - amanhã, vamos fazer uma noite de filmes? Eu, tu e a vagabunda da kiara?
— Laila: pode ser amigo, a gente pede um Japonês e faz brigadeiro pode ser?! - ele concorda animado e eu olho o horário vendo que preciso me apressar pra não perder o ônibus - eu vou indo lá, a gente combina melhor amanhã - beijo seu rosto, virando as costas e gritando pra ele - eu te amo caquinho.
E escuto em resposta um "também te amo irmãzinha".
Chego no ponto faltando cinco minutos e confiro se peguei tudo que vou precisar pra hoje.
Tenho aula no laboratório de farmacologia aplicada II, o professor é um porre, mas preciso terminar essa cadeira pra não me atrasar nos estágios.
Entro no ônibus cumprimentando o motorista, e passo a catraca indo pra um banco bem no meio do ônibus, eu odeio ter que me cuidar a cada passo, por causa desses machos que não sabem respeitar uma mulher.
Coloco meus fones de ouvido, conectando no meu celular e colocando djonga pra tocar.
Em trinta minutos desço na universidade, vou direto para o prédio 26 do CCS (Centro de Ciências da Saúde), cumprimento a recepcionista e vou no banheiro.
Chego na sala cumprimentando meus colegas, e sento no lado da minha dupla de sempre, a Mônica.
Ela é a típica patricinha mimada, tinha todos os motivos pra ser insuportável, mas é um doce de menina, super prestativa e boa pras pessoas, o único defeito é se iludir fácil por macho.
Assisto a aula toda fazendo anotações enquanto fazemos os experimentos e por fim saio dali exausta, só querendo chegar em casa e tomar um banhozinho pra dormir.
22:30, e eu ainda tenho que pegar a condução de volta.
Vou na lanchonete ali do prédio aproveitando pra olhar meu celular, não tive nem tempo pra isso hoje.
Eu reclamo da rotina corrida, mas não sei viver de outro jeito.
Meu celular apita anunciando uma mensagem do gato idoso no WhatsApp, me arrancando um sorriso.
Uma foto da Gabi e do Júnior deitados no colo dele, dou risada dizendo que ele tá muito bem acompanhado dos bebês dele.
O mesmo me pergunta onde eu tô e eu mando a localização pra ele.
Na mesma hora meu celular começa a tocar com uma chamada de vídeo.
Conecto o fone e atendo enquanto bebo meu suco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...