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|| Diego Alcântara || 

📍Rio de Janeiro, Alemão, Domingo, 17:00. 

Observo a cena sorrindo, Gabi tá sentada na beirada da piscina com o Júnior no colo, brincando com o Coringa que tá entre as pernas dela, dentro d'água. 

O dia hoje tá gostosinho, só lazer com os meus de fé, bebendo, comendo e fumando, mó paz. 

Sexta fiquei só palmeando a preta dançando, preciso parar com esses pensamentos, e tirar essa menina da minha mente. 

Escuto um grito e olho o Marcos gargalhando do susto que o th levou, esses moleques são impossíveis. 

Dou um gole na minha cerveja e meu celular começa a tocar, saio pra rua pra atender vendo que é o onça, pedi pra ele monitorar os passos do Freitas, filho da puta do bope que armou contra o comando. 

Ele simplesmente encheu a facção de x9, e tá querendo invadir todas as favelas simultaneamente, pra me destruir. 

O pior de tudo é que eu não percebi os traidores entre os meus, e isso resultou na minha gatinha puta da vida, porque ela descobriu tudo e jogou a merda no ventilador na reunião da facção. 

Apesar de ter entregado essa missão pra Gabriela comandar, eu quero estar preparado pra quando ele vier. 

Ligação on: 

Diego: coé desgraçado, manda o papo - puxo a fumaça do meu cigarro e escuto ele coçar a garganta, lá vem merda. 

Onça: avisa a gabizinha que teu alvo vai atacar sexta - paro pra raciocinar sem acreditar no que ele disse, ainda faltava duas semanas pelo que eu sabia. 

Diego: como é Juliano? Não era só na outra semana? - ele suspira - explica essa ideia, nestante. 

Onça: isso ai mermo chefia, ele antecipou tudo, tá se preparando até com águia pelo que fiquei sabendo.

Diego: tá por onde puto? tô colando ai em 15 pra saber melhor disso, quero ter tudo anotado pra entregar pra ela.

Onça: NH, cheio de pica pra resolver nessa porra, maré é enorme, e essa gerência é a que mais tá me fudendo.

Diego: tô indo aí, já resolvemos essa porra também - me despeço dele e desligo a chamada.

Ligação off.

Saio dizendo pro pessoal que vou resolver uns caô da facção, monto na minha moto que o cabelinho foi buscar, e vou voado pra maré, eu não tenho descanso nem no Domingo, tudo no cu do idoso aqui, e ainda acham que a vida de traficante é fácil.

Passo pela barreira e vou pra boca da Nova Holanda, chego e nem cumprimento ninguém. sem cabeça pra aguentar bajulação essas horas.

Entro na sala do Onça sem bater, e ele me olha assustado.

Onça: ia te meter um tiro caralho - dou risada e faço um toque com ele.

Ele passa a tarde inteira me mostrando o que o nosso olheiro dentro da bope enviou, dados do celular do cuzão, mensagens trocadas dele avisando que ia vir antes.

 Passo a mão no rosto frustrado quando começamos a revisar o que ele me disse que tinha errado por aqui, gente devendo mais que a vida, tem roubo interno, carga de arma sumindo.

Onça me olha já sabendo o que eu quero que ele faça, e levanta saindo da sala sem dizer nada, tem coisas que não dá pra deixar passar.

O bagulho é que no crime, ou tu é ruim, ou tu é morto, o erro desses filho da puta é achar que porque eu to ficando velho, eu tô de óculos, vou fazer uma limpa nesse bando de rato traidor.

Perdido no Paraíso Onde histórias criam vida. Descubra agora