|| Diego Alcântara ||
📍 Rio de Janeiro, Vidigal, Segunda-feira, 15:00.
Ontem a gabi deu um churrasco lá na casa dela, e aproveitei daquele jeitão né.
Carne assada, cerveja gelada, pagodinho e a minha preta junto.
Depois que saímos de lá, a gente veio aqui pra casa e passamos o domingo só no love e assistindo uma série doida de médico que ela gosta.
Hoje levei a mesma bem cedo pra maré, porque ela tinha que trabalhar de manhã, estágio de tarde e ainda vai ter aula até às 22:00.
Combinei de buscar ela pra não ter perigo do ocorrido da semana passada se repetir.
E falando nisso, passei o dia inteiro procurando saber quem eram os desgraçados que ficaram rindo enquanto o falecido tentava abusar da Laila.
Ainda não me desceu a cena que eu vi naquele dia, ela desesperada enquanto o imundo apalpava seu corpo.
Ouço baterem na minha porta e mando entrar me jogando na cadeira enquanto bato a caneta na mesa.
O Coringa entra na sala com a cara fechada de sempre, enquanto revira os olhos por algo que falaram.
— Coringa: depois eu mato um, sou o errado né, o intolerante - ele diz emburrado se jogando na cadeira na minha frente e eu franzo a testa tentando entender o surto.
— Diego: colfoi maluco? - dou risada acendendo um cigarro.
— Coringa: esse bando de moleque teu aí - aponta com a mão pro lado de fora - ficou jogando piadinha pra minha mulher quando ela passou e ainda tiveram cara de me dizer que ela não é nada minha, é mole?!
— Diego: errado eles não tão né, tu não tem nada assumido com a minha filha, e ela é uma gata, tem que ser admirada - ele fecha mais a cara e bufa e eu gargalho da cena.
— Coringa: esse papo mermo que eu vim ter contigo - ele diz sentando direito e me olhando - vou casar com tua filha - aponta o dedo pra mim me fazendo rir e encarar ele sem entender - ri não chefe, tô falando sério.
— Diego: cês nem namoram praga, como que vai casar? - pergunto tentando entender o raciocínio do perturbadinho.
— Coringa: tem esse papo de namoro não, vou logo casar que é pra poder dizer de uma vez que é minha mulher - dou risada entendendo e ele me olha sorrindo - vou pedir sexta.
— Diego: e tu veio me comunicar ou pedir permissão comédia? - pergunto enquanto me giro na cadeira.
— Coringa: em respeito à tu ser meu chefe eu vim te pedir a benção né vacilão, tu deixa eu casar com a tua princesa? - dou risada lembrando de uma cena parecida alguns anos atrás.
— Diego: não posso negar isso pra ti feio, desde que tu entrou na vida dela tem feito bem demais até pros moleques - ele sorri concordando - mas se liga Coringa, eu arranco tua cabeça com as minhas próprias mãos se tu magoar ela - aponto o dedo na direção dele que revira os olhos e concorda.
— Coringa: o que ninguém entende é que é mais fácil a mandada me magoar - ele diz cruzando os braços no peito me arrancando uma risada.
— Diego: se liga - jogo uma bolinha de papel nele que presta atenção em mim - bora dar uma volta pra resolver essa meta aqui - empurro os papéis por cima da mesa e ele olha tentando entender.
— Coringa: depois de velho deu pra matar atoa ? - ele me olha procurando resposta, já que nas fichas aparentemente não tinha nada de errado.
— Diego: semana passada o amiguinho deles tentou estuprar a Laila - o moleque de preto ficou branco quando eu terminei de falar, achei até que tava passando mal.
— Coringa: caralho Trovão, e tu matou né?! - ele pergunta depois que o choque da notícia passou.
— Diego: na hora pô - passo a mão na barba enquanto suspiro - eu tava passando pela rua do shopping que ela trampa quando escutei um grito pedindo socorro - fecho os olhos com força quando a imagem que encontrei ela naquele dia volta com tudo na minha mente.
Escuto ele resmungar e respirar fundo e abro os olhos vendo ele com o semblante fechado e o maxilar travado.
— Coringa: precisa contar mais nada não patrão, quero nem ouvir - ele diz e passa a mão no rosto com força - e esses filho da puta tavam assistindo?
— Diego: e dando risada - minha voz falha e ele me olha assentindo - quero matar um por um.
Ele me dá razão e eu saio da minha sala com o mesmo vindo atrás de mim.
Aciono a minha contenção, e monto na minha moto e dou partida sendo seguido pelo palhaço e os meus vapores.
Vou até o endereço que tava escrito nas minhas informações, condomínio fechado, moram tudo no mermo lugar, facilitou minha vida.
Estaciono umas duas quadras antes, e planejo com eles como fazer tudo na disciplina e na máxima discrição.
Um dos meus soldados vai até a portaria fingindo ser entregador e pede pra falar com um morador aleatório.
Enquanto ele distraia o porteiro, entramos pelo lado oposto.
Nos dividimos e em questão de dez minutos, cinco desgraçados foram mortos.
Saímos dali da mesma forma que entramos e voltamos pro vidigal.
O resto da tarde eu trabalhei igual um corno repondo os armamentos da facção.
Liguei pros fornecedores de drogas também, encomendando um novo carregamento.
Perco a noção do tempo revisando uns documentos que o Onça me mandou que tem as a parte financeira desse mês lá da maré.
Sou tirado da minha bolha quando meu celular apita com uma mensagem da pretinha me dizendo que em meia hora a aula termina.
Meu estômago ronca alto, e só ai eu percebo que não comi nada depois do almoço.
Saio da boca deixando os moleques em prontidão e vou pro Mc na pista buscar um lanche pra jantar com ela.
Depois de comprar comida, paro num posto de gasolina e vou na conveniência pegar uns chocolates pra agradar meu cristal né.
Dirijo até a faculdade dela cantarolando o pagode que toca no rádio, e estaciono na frente do prédio que é as aulas dela de noite.
Não dá nem cinco minutos e ela aparece na porta toda linda, me fazendo sorrir de leve.
Mas meu sorriso morre quando vejo um moleque da idade dela cheio de gracinha.
Ela vem toda animada pro meu lado e abraça meu pescoço deixando um beijo de leve no canto da minha boca.
Encaro o garoto que encara a gente com uma interrogação gigante na testa, e sorrio segurando ela pela cintura e colocando minha mão livre na sua nuca.
Início um beijo rápido que ela encerra com selinhos e entramos no carro.
Vamos até a casa dela num silêncio confortável e estaciono lá na frente descendo do carro e trancando em seguida.
Ela entrelaça nossas mãos, e eu pego os lanches com a que tava livre indo pra dentro de casa com ela.
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.1/3 maratona de agradecimento aos 2k, e 3k ❤
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Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...