|| Diego Alcântara ||
2 semanas depois
📍Rio de Janeiro, Vidigal, Quarta-feira, 22:00.
Me enrolei com algumas coisas da facção que tava precisando resolver com a Gabi, e nem vi a hora passar, ela saiu daqui agora toda agitada por causa dos gêmeos, minha preta recém deve tá saindo do hospital, ela não tem mais horário fixo, o que acabou sendo complicado pra ela, já que tava acostumada com uma rotina.
Pego meu telefone discando seu número pelo FaceTime e me recosto na cadeira do meu escritório, enquanto deixo ele apoiado na tela do notebook e me espreguiço afastando o cansaço.
O studio do Murilo tá em andamento já, encontramos uma peça muito maneira lá na barra, lugar bem iluminado, espaçoso, dei de presente pra ele, e o resto, incluindo toda a reforma e materiais ele "financiou" comigo. Não que eu vá cobrar, mas pra tranquilizar o ego dele.
Saio dos meus pensamentos quando o rosto delicado e cansado da minha mulher aparece na tela, e sorrio de canto em ver ela de jaleco e com o estetoscópio ainda em seu pescoço, eu namoro uma médica, maior orgulho.
— Laila: oi ursinho, tudo bem por aí? - boceja enquanto entra em outra sala e meu coração esquenta com o apelido. Sou completamente rendido por essa mulher.
— Diego: pô amor, tá com uma carinha de derrota - ela ri de leve me fazendo sorrir em resposta - tô mec, parei recém agora de resolver os bagulho com a Gabi - ascendo um cigarro vendo ela escorar o celular em algo e se virar novamente pra mim.
— Laila: meu plantão terminou agora, e só de pensar que ainda tenho todo trajeto até em casa - reclama manhosa e eu sorrio já sabendo que isso é um pedido silencioso de que eu vá buscar ela, trazer pra minha casa e mimar muito essa preta.
— Diego: quer jantar o que meu cristal? - dou mais algumas tragadas apagando o mesmo no cinzeiro enquanto observo ela tirar toda aquela roupa que passou o dia trabalhando e colocar seu moletom confortável.
— Laila: tinha pensado em pedir um combo de hambúrguer lá do Mc, mais rápido e fácil né amor - boceja mais uma vez amarrando o cabelo num coque bagunçado.
— Diego: marca dez minha gata, te pego aí e a gente pede comida, daí viemos aqui pra casa e eu te dou banho e faço massagem, assim tá bom pra tu? - pergunto já saindo da minha sala e me despedindo rapidamente dos moleques da boca.
— Laila: eu te amo tanto Diego - choraminga dengoso me fazendo sorrir de canto e desligar pra ir buscar ela.
Entro no meu carro, ligando o mesmo e acelerando pra saída do morro, buzino quando cruzo na frente da casa da minha filha, e vejo o th e a mel acenarem pra mim, viraram uns grudes agora, tudo que eles demoraram pra se assumir, não desgrudam mais.
Acelero mais saindo pela barreira e buzinando pros vapores que estão de plantão hoje, e pego o asfalto indo em direção a minha mulher. Estaciono minutos depois em frente ao grande hospital, e em alguns instantes ela aparece, com a carinha de cansada e um bico dengoso que me faz derreter.
Desço me escorando na porta, e cruzo os braços na altura do peito observando seu caminhar lento até onde estou, alguns outros internos saem se despedindo dela brevemente. Franzo a sobrancelha quando um moleque rato de academia se aproxima cheio de intimidade com ela.
Ela aponta pra mim e ambos vem até onde estou, abro meu braço criando ali um espaço pra ela se encaixar, e a mesma não demora muito pra se agarrar ao meu corpo.
— XXX: bom, já que seu pai já tá aqui, vou indo, até sexta Laila - diz todo debochado, me fazendo sorrir irônico imaginando qual a melhor forma de matar alguém silenciosamente e rápido.
Não vou negar que escutar isso me incomodou, sei que nossa diferença de idade é alta, poderia mesmo ser o pai dela, afinal, minha filha é até mais velha. Mas eu não aceito ironia em cima do nosso relacionamento.
Engulo em seco quando ele se aproxima pra dar um beijo no rosto da mesma, e antes que eu possa reagir ou até mesmo revidar sua gracinha, vejo meu cristalzinho apenas erguer a mão em direção ao rosto do mesmo fazendo com que ele recue olhando confuso pra sua ação.
— Laila: olha Bryan, não adianta querer fazer gracinha com ironia porque tá ridículo, o Diego é meu marido, eu já havia lhe dito isso, se é muito difícil respeitar meu relacionamento, não podemos nem mesmo ser amigos - diz decidida e por um momento eu travo com a palavra "marido" rondando meus pensamentos - podemos ir ursinho? - pergunta manhosa se agarrando mais a mim, me fazendo acordar e ver que o vacilão tava do mesmo jeito que eu há minutos atrás.
— Diego: claro que sim amor, bora pô - pego a mochila que ela carregava colocando no meu ombro e abro a porta pra mesma que entra sorrindo e me agradece. Cruzo novamente pelo idiota e faço questão de esbarrar no seu ombro com força, fazendo seu corpo desequilibrar.
Entro no banco do motorista colocando pelo vão dos bancos a mochila dela na parte traseira do carro, me viro novamente encarando minha gata toda encolhida, e a mesma sorri toda boba me encarando por longos segundos.
Dirijo escutando a playlist que ela colocou pra tocar no rádio, e sua mãozinha se coloca em cima da minha coxa, fazendo um carinho de leve enquanto mantém seus olhos fechados aproveitando o silêncio confortável ali dentro da nossa bolha de amor.
Entro na fila do drive thru, observando o movimento ao meu redor. Peço dois combos, e passo pro próximo pagando e recebendo nosso pedido em seguida. Dirijo até em casa com uma sensação ruim no peito, cuidando uma moto que nos segue há uma certa distância tentando não aparecer.
Se eu não fosse treinado pra estar sempre alerta com o que acontece ao meu redor, não teria percebido que ele está nos seguindo desde o hospital.
Entro no morro acelerando e aproveito que a preta pegou no sono, pra passar um radinho pra Gabriela pedindo que ela mande minha contenção atrás desse ser humano sem amor a própria vida.
Estaciono dentro da minha garagem e desço, primeiro pegando minha mulher com calma pra não acordar a mesma. Subo até meu quarto colocando ela na cama e encho a banheira preparando um banho pra mesma, enquanto as bolhas se formam desço pra buscar as coisas dela e nossa janta.
Apareceu a margarida
Mini maratona 1/3
Será postada entre hoje e amanhã
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Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...