|| Diego Alcântara ||
📍Rio de Janeiro, Nova Holanda, Sexta-feira, 19:30.
Saio voado até uma farmácia, e tô até me tremendo, nunca pensei em ser pai uma segunda vez, a Gabriela já levou toda minha sanidade com as daninhas dela.
Peço dez testes de gravidez variados pra não ter erro e compro um calmante, tomando dois de uma vez só e vendo a tremedeira da minha mão parar quase de imediato.
Coloco a sacola na mochila e voo de volta pra casa da minha mulher, caralho irmão, imagina uma pretinha com os olhos claros iguais aos meus, porra, agora já tô querendo uma dúzia de filhos com ela.
Estaciono de qualquer jeito e entro vendo ela sentada no sofá bem esparramada sem preocupação nenhuma, praga dessas, enquanto isso eu tô passando mal.
— Diego: bora de uma vez cristal, tô pirando aqui, meu coração parece que vai sair pela boca, acho que tu vai matar teu velhote hoje - digo apressado fazendo ela me encarar preocupada e concordar com a cabeça.
Fomos até o banheiro e coloquei em cima do tampo da pia os testes fazendo a mesma arregalar os olhos e me encarar como se eu tivesse enlouquecido.
— Laila: pra que tudo isso ursinho? - da risada negando com a cabeça e eu a encaro como se fosse óbvio - só vou fazer esse aqui, que sei que é confiável - me mostra o digital e eu tento argumentar sendo ignorado pela mesma.
— Diego: como que funciona isso aí? - me escoro no batente da porta e ela me explica me fazendo responder com uma careta e quando percebo ela já colocou o negócio dentro do potinho com mijo e tá dando descarga e indo lavar as mãos.
Em seguida ela vem me abraçar e beija meu peito resmungando manhosa, subi minha pro pras suas costas começando um carinho ali e em seguida alternando com a nuca.
— Laila: eu tô tão assustada di, mas tão assustada - suspira me fazendo firmas meus braços ao redor do seu corpo passando o conforto e segurança que ela precisa nesse momento - e se eu não souber como ser mãe? E se eu não souber cuidar do nosso bebê? e se por um acaso minha gestação tiver algum risco? - começa a disparar enquanto sua voz embarga e eu ergo seu rosto a calando com um beijo.
De princípio ela me afasta tentando continuar a disparar suas inseguranças, então intensifico o selinho tomando sua boca com minha língua e a fazendo suspirar.
Finalizo o beijo quando o ar se faz necessário e faço carinho pelo seu rosto enquanto encaro aqueles olhos cor de mel que me deixam hipnotizado.
— Diego: tu adotou meus netos no primeiro contato, tá sempre ajudando a Gabi com o time de futebol dela, e além de tudo, eu tô aqui contigo nessa - ela suspira concordando enquanto se permite derramar algumas lágrimas, desço minha outra mão pra sua barriga lisa e faço um carinho ali sentindo meu peito apertar de ansiedade - se a gente for mesmo ter um filho, muita coisa vai mudar pretinha, tô pensando em largar o crime pra me dedicar a vocês, viver o que eu não vivi na gestação e também na infância da minha branquela, vamos fazer funcionar cristalzinho, eu te prometo pô - ela suspira mais uma vez concordando, enquanto sorri toda boba e se afasta rápido parecendo lembrar de algo.
Com as mãos trêmulas ela pega o potinho despejando a urina no vaso, e lava as mãos enquanto o teste fica em cima da pia, solta um suspiro longo e pesado antes de pegar o mesmo nas mãos e encarar o resultado.
Ofego quando seus olhos inundam, e a mesma me encara apenas em entregando o aparelho, encaro o "grávida +3" e sinto o ar sumir dos meus pulmões, minha mente imediatamente viaja pra vinte e poucos anos atrás quando descobri que seria pai pela primeira vez, e sinto meu peito se encher com a sensação de estar recebendo uma segunda chance pra viver tudo isso com mais intensidade e principalmente amor.
Minha mulher chora baixinho, e eu puxo a mesma pela cintura grudando nossas testas e me permitindo chorar por toda a felicidade que se instalou em mim.
— Laila: posso dizer que to com medo? - pergunta sussurrado me fazendo rir baixinho e negar com a cabeça, o que faz a mesma me encarar separando nossos rostos.
Encaro a menina mulher que me roubou pra si desde o primeiro momento, a que me resgatou da minha própria escuridão e adotou todos ao meu redor como sua própria família, quem mais me apoia e me incentiva a fazer o certo na medida do possível.
Já duvidei de muita coisa nessa vida, até mesmo se deveria ter entrado no crime, mas o que eu sinto pela Laila me transborda, é minha maior certeza, sem excessão.
— Diego: casa comigo? - pergunto fazendo a mesma arregalar os olhos assustada - casa comigo amor? Me deixa ser teu marido, pai dos teus filhos e teu companheiro pro resto da vida? - solto todo o sentimento acumulado em mim e ela se afasta me fazendo questionar.
Olho confuso pra mesma com meu coração acelerado temendo a rejeição, e ela parece cair na realidade sorrindo igual a maluca da minha filha e se jogando nos meus braços. Afasto a mesma preocupado com meu bebê e ela me olha brava.
— Diego: cuidado preta, nosso filho pode se machucar com esses teus pulos - ela sorri ainda mais boba e eu me derreto na hora por aquele sorriso.
— Laila: eu achei que nunca viveria um amor clichê igual dos meus pais, com tanto sentimento, companheirismo e respeito - ela suspira segurando minhas mãos e encarando meus olhos - eu aceito tudo ao teu lado Diego, tu é o homem da minha vida, contigo que me sinto segura e amada, como eu ousaria te dizer não? - puxo ela pra um beijo apaixonado colocando nele toda minha felicidade em receber esse sim e a notícia que daqui oito meses um pacotinho tá chegando pra gente amar e nome muito.
Pedi uma janta na pensão da rua de cima, e ficamos agarradinhos curtindo o momento enquanto assistíamos uma série policial que ela colocou pra rodar, e fazendo mil planos de como vamos contar pra nossa família, como queremos que tudo aconteça.
Minha família tá crescendo. E eu nunca me senti tão feliz e completo.
Mini maratona 3/3
Metas
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Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...