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|| Diego Alcântara ||

6 meses depois.

📍Rio de Janeiro, Nova Holanda, Sábado, 09:30.

Ver a Gabriela decidir entre a família e a profissão foi a coisa mais difícil da minha vida. E me fez sentir o homem mais orgulhoso desse mundo quando ela disse que assumiria seu lugar de herdeira por direito. Muita coisa aconteceu nesses meses que passaram, ela tá mais ligada a facção, o corre não para, mas o que mais tem tirado nosso sono é não ter mais tanta liberdade por conhecerem o rosto do Coringa.

Minha filha tá fazendo milagres na facção, chega a ser um bagulho sinistro, fechou contrato com os italianos, conseguiu alianças por todo país, tá deixando os soldados super treinados, tô pensando em daqui um tempo me aposentar.

Meus netos nasceram e são as coisas mais preciosas do mundo, mas parar pra pensar que já são cinco, me sinto um idoso como diz minha preta, vai abrir uma creche aquela desgraçada.

Minha mulher tá trampando dobrado nesses últimos dois meses, tá naquele lance de médico lá, acho que é residência o nome, e ver o sorriso cansado dela quando chega do hospital é a coisa mar linda que já vi, morro de orgulho dela.

Tô praticamente morando na nova Holanda, o que resultou em muita piada com a cara do vagabundo aqui, principalmente do onça, não que ele seja algum exemplo já que anda igual um cachorrinho atrás da namorada.

A verdade é que fiquei mal acostumado pra caralho em dormir todas as noites com a minha pretinha, e não sei mais ficar longe do calor do corpo dela.

Gabriela parece que ficou louca igual o filho, tá cheia de responsa no comando e cismou em dizer que não confia no piolho, mais essa agora, já não bastava o MB com essa neurose.

Kiara tá namorando a mãe do coringa, geral ficou em choque no começo mas com o passar do tempo até que nos acostumamos com a ideia. Caio qualquer dia aparece com uma doença no pau, aquele ali é igual o cabelinho, sai comendo quem vê pela frente sem pensar nas consequências o desgraçado.

Murilo tá estranho tem uns dias, Laila tá me perturbando pra chamar o moleque pra conversar e ver o que tá rolando, enquanto o Ruan e o Alex decidiram grudar em nós, convivo mais com essas pestes do que com minha própria filha ultimamente, mas nem posso reclamar, meu coração já adotou esses vacilão como filhos mermo.

Respiro fundo enquanto mais um dia escuto minha preta resmungar preocupada com o irmão, enquanto fecho o relógio no meu pulso me encarando no espelho do seu guarda roupa, observo ela no reflexo dele com o cabelo todo pra cima parecendo um leãozinho, ainda de pijama enrolada nos edredons já que o ar tá no mínimo.

- Laila: não adiantar suspirar não Diego, meu irmão não tá normal cara, te custa o que falar com ele? - ela fala séria, toda emburrada, me fazendo dar um sorriso de lado em ver o quanto ela fica gostosa cheia de marra mas ao mesmo tempo me dou por vencido vendo sua expressão preocupada.

- Diego: tá chapando amor? Coé? Não te falei já que vou falar com o mano? E minha palavra de sujeito homem fica onde? - pergunto já tentando entender a paranoia dela e seguro seu rosto entre as mãos fazendo ela me encarar - presta atenção no teu marido pô, eu faço tudo por tu e nossa família jaé?!

Até me perdi no que tava falando quando ela abriu um sorrisão, coé irmão, coisa mais preciosa da minha vida essa pretinha, tenho postura nenhuma diante dela, mato e morro por eles tudo mermo, tem nem erro nisso. Puxo seu rosto pra um beijo lento e cheio de sentimento, amo essa mulher demais.

Perdido no Paraíso Onde histórias criam vida. Descubra agora