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|| Laila Monteiro ||

📍Rio de Janeiro, Barra da Tijuca, Sexta-feira, 19:00.

Me despeço do pessoal da loja saindo dali em seguida.

Hoje troquei o turno no postinho e vim trabalhar a tarde.

Graças a Deus não tenho aula, então vou aproveitar pra passar um tempo com meus mosquitos preferidos.

Cruzo por um grupo de garotos que ficam me encarando, e apresso o passo quando vejo eles começarem de gracinha.

Acho que a pior parte de ser mulher é essa, cada vez mais tá se tornando impossível andar na rua sem receio de algo acontecer.

Sinto uma mão encostar no meu ombro e meu corpo na mesma hora trava, meu estômago revira e um calafrio me percorre por inteira.

XXX: coé gata, não escutou te chamar não? - viro pro cara alto, mal vestido e fedorento que me chamou.

Laila: será que você poderia me dar licença? Eu acabei de sair do trabalho, e tenho que ir pra casa - tento me afastar dele que segura minha mão livre com força.

XXX: pra que essa pressa docinho? Podemos nos divertir - ele me prensa contra um carro que estava estacionado ali, tento sair e ele me impede segurando meu corpo com força.

Me mexo tentando sair do aperto das mãos dele, e sinto o nó na minha garganta aumentar quando ele começa a esfregar o corpo nojento dele em mim.

Olho pros lados gritando por socorro e só enxergo os amigos dele rindo.

A angústia começa a crescer cada vez mais, e a dor no meu corpo onde as mãos dele seguram com força também.

Laila: po-por favor, me deixa em paz - imploro pra ele que dá uma risada chegando a boca perto do meu ouvido.

XXX: cê é tão gostosa - ele diz alisando meu corpo enquanto eu ainda tento sair do aperto do seu corpo contra o meu - vai ser um prazer te comer gostosinho - ele aperta minha bunda quando diz isso.

Me desespero ainda mais, e meus gritos por ajuda ficam cada vez mais cansados, não consigo ver uma saída pra mim dessa situação.

As lágrimas caem pelo meu rosto sem parar, sinto minhas mãos suando e minhas pernas tremendo.

Antes que o pior aconteça, escuto um disparo na direção aonde o escroto segue tentando tirar minha roupa e me beijar.

Observo o rosto dele ficar pálido e o corpo dele perder as forças, empurro ele pra trás e o mesmo cai com tudo, espalhando uma poça de sangue pelo chão.

Tento controlar a minha respiração, e os soluços que escapam da minha boca enquanto choro vendo o homem que estava tentando me estuprar, desfalecido na minha frente.

Sinto braços me rodearem e por reflexo me afasto.

Trovão: calma preta, sou eu - olho pra ele surpresa e não penso duas vezes antes de retribuir o abraço.

Um dos seus braços passa pela minha cintura me puxando pra perto, e eu escoro a cabeça no peito dele, sentindo seus dedos entrelaçarem nos meus cabelos fazendo um cafuné ali.

Perdido no Paraíso Onde histórias criam vida. Descubra agora