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|| Laila Monteiro ||

📍Rio de Janeiro, Nova Holanda, Domingo, 10:00.

Bebo um longo gole de café e espicho as costas enquanto reviso o seminário que preciso apresentar amanhã.

Arrumo minha postura na cadeira, e ouço passos atrás de mim, me fazendo sorrir sabendo que meu gato idoso acordou.

Não fomos dormir tão tarde ontem, então aproveitei pra acordar cedo hoje e colocar algumas coisas da faculdade em dia.

Já ia chamar ele pra dar jeito de se arrumar, porque vamos almoçar na casa dos meus pais.

Fecho os olhos e suspiro sentindo beijos no vão do meu pescoço, me fazendo soltar um riso leve.

Diego: deixou teu homem sozinho na cama porque preta? - ele diz baixinho perto do meu ouvido e eu viro meu rosto pra ele vendo seu sorriso de lado, e a carinha amassada de quem acordou agora.

Laila: tua namorada é estudante né gato, precisava colocar umas coisas em ordem - ele concorda com a cabeça - senta tomar um café comigo.

Tomamos café da manhã trocando carícias, e o celular dele toca, ele me pede licença indo pra frente da minha casa pra atender.

Organizo minhas coisas no meu quarto, e aproveito pra tomar um banho pra espantar a preguiça.

Coloco um vestido soltinho, amarelo de alcinhas e amarro meu cabelo em um coque solto.

Olho pro homem que vem entrando em casa, e fico admirando por um tempo a beleza do meu namorado, puta mulher de sorte que eu sou.

Ele me espera já pronto, com sua bermuda de sarja e camiseta preta, correntinha de prata no pescoço, e a inseparável havaianas.

Nunca vi uma família pra gostar mais do chinelo da bandeirinha viu?! É tipo uma tradição já, e o mais engraçado é que eu e o Coringa pegamos a mesma mania.

Ele parece notar minha presença, e vem até meu encontro, passando seu dedo indicador delicadamente pra tirar um fio do meu cabelo que tava solto no meu rosto.

Diego: tô parecendo um moleque pô, todo nervoso pra conhecer teus pais pretinha - dou risada da sua confissão e deixo um selinho nos seus lábios.

Laila: calma ursinho, meus pais são gente boa, tem um coração enorme, e se seu medo é a diferença de idade, quem mais entende disso é eles - ele me olha confuso - meu pai é dez anos mais velho que a mamãe - ele dá um suspiro parecendo aliviado em saber disso e me arrancando um sorriso de lado.

Diego: então fechou, vamo antes que que desista - ele resmunga pegando na minha mão e eu gargalho da cena.

Vamos de mãos dadas até o portão da casa dos meus pais, e eu entro já gritando procurando eles, que respondem que tão lá na churrasqueira.

Vamos até lá e eu vejo meu pai virando o carvão pra ascender, enquanto meus irmãos ajeitam as bebidas no freezer e minha mãe briga sozinha por não lembrar onde colocou algo.

Coço a garganta chamando a atenção deles, e percebo o olhar do meu pai ir direto pra minha mão entrelaçada na do Diego.

Meus irmãos vem nos cumprimentar, surpreendendo nossos pais pela tranquilidade deles, mas é que eles se obrigaram a aceitar.

Depois de vários surtos, e também ameaçarem um dono de facção, eles estão na maior paz em questão do nosso relacionamento.

Eles brincam e debocham da postura tensa que o Diego tá, enquanto meu pai continua sério e minha mãe vem toda simpática nos cumprimentar.

Adriana: bom dia minha filha - ela dá um beijo na minha bochecha e eu retribuo - bom dia senhor...

Diego: Diego senhora Monteiro - ela sorri concordando e puxa ele pra um abraço, que é pego de susto mas logo retribui.

Adriana: pode me chamar de Adriana, o sorriso da minha filha ao seu lado te dá esse direito - ela diz se soltando dele e ele concorda envergonhado, e em seguida os dois me olham sorrindo.

Laila: muito arriscado ir até o papai agora? - pergunto e solto um suspiro com a careta que a minha mãe faz, seguro na mão do meu namorado e crio coragem indo pra perto do único ali que me preocupa a reação.

Noto o corpo do Di ficar tenso novamente, mas ao invés de se intimidar com o olhar julgador do meu pai, ele continua com a cabeça erguida e mantendo o contato visual.

Solto a mão dele quando sou puxada pra dar um abraço no meu pai, e sinto um beijo ser deixado na minha testa.

- Maurício: poderia ter me preparado pra isso né pretinha, só me avisou que ia vir almoçar cara, olha o vacilo - ele sussurra no meu ouvindo tentando não desmanchar a pose de durão e eu solto um leve riso.

Me afasto do corpo dele e seguro seu rosto entre as minhas mãos deixando um beijo na sua bochecha e sussurrando também em resposta.

- Laila: deixa de ser dramático - ele faz uma careta - você é o homem da minha vida paizinho, meu herói e meu porto seguro, isso não vai mudar porque o Diego entrou na nossa vida - ele concorda contragosto me fazendo dar um beliscão de leve no braço dele que resmunga - agora vem cá pra mim apresentar vocês.

Puxo ele até onde o homem grisalho que tá observando tudo quieto com os braços cruzados na altura do peito, quando os olhos dele focam no meu rosto um sorriso de leve se abre no canto da boca dele, fazendo um se abrir involuntariamente em mim.

Ele arruma postura, e cumprimenta meu pai com um aperto de mão, eles ficam se encarando por alguns segundos até que o silêncio é quebrado.

- Maurício: minha pequena já te aceitou na vida dela, e conhecendo a filha que eu criei e principalmente confiando na mesma, eu sei que não devo me meter ou me opor nas decisões que ela toma - ele diz tranquilo mas sério - mas isso não me impede de por o mundo de cabeça pra baixo se eu ver ela soltar uma única lágrima por sua causa - ele diz soltando a mão do meu namorado que arqueia as sobrancelhas mas concorda com a cabeça.

- Diego: e não tiro tua razão pô, também sou pai, e mesmo sabendo o mulherão que eu criei, não admito que façam minha gatinha sofrer - ele diz tranquilo se escorando na bancada que tem perto da churrasqueira - mas como sujeito homem mermo, te dou minha palavra que minhas intenções com a Laila são as melhores - ele me puxa e abraça meu corpo por trás escorando o queixo na minha cabeça.

- Maurício: os meninos me adiantaram sobre sua profissão, e também sobre ter o dobro da idade dela - ele diz calmo e sinto o Diego firmar seu aperto na minha cintura - mas isso não vai ser problema desde que a minha princesa continue intacta - meu namorado concorda com a cabeça em resposta.

Depois da cena que meu pai fez, ele convidou o Di pra conversar enquanto assavam a carne e tomavam uma cerveja.

Meus irmãos se juntaram com eles, enquanto minha mãe sentou do meu lado mais afastado deles pra gente poder fofocar.

O resto do dia seguiu tranquilo, contei pra ela tudo do nosso relacionamento até agora, o que fez ela rir por ele ter me pedido em namoro da forma mais inusitada possível.

O resto do dia seguiu tranquilo, contei pra ela tudo do nosso relacionamento até agora, o que fez ela rir por ele ter me pedido em namoro da forma mais inusitada possível

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