Capítulo 18 - Vislumbro

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Dessa vez até que não demorei tanto! O milagre acontecendo.

Estou morrendo de saudades do Brasil, aqui no EUA as pessoas são um pouco frias e elas não gostam tanto de latinos, mas apesar disso, fiz umas boas amizades aqui.

Estou feliz! Primeira história minha que chega a 1K, obrigado a todos que leem. 

Boa Leitura!

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Não consegui apenas olhar o sofrimento do Harry, pois eu entendia parte da sua dor. Então, eu abracei o ômega mais velho tentando transmitir conforto. Visto que, sabia muito bem como era carregar uma dor sem ter alguém para oferecer consolo. Nossas vidas foram destruídas pelos alfas da família Morgan, no entanto, acredito que a situação do Harry seja ainda pior, são 32 anos de privação. O que são dois anos de dor perto disso tudo? Nesse momento senti que o meu sofrer era uma fração perto do que esse ômega passou.

— Calma! — Digo limpando as lágrimas de Harry.

— Obrigado! Nunca mais tive um ombro para chorar depois que a mamãe morreu. — Afirma Harry se acalmando aos poucos.

— Eu entendo sua dor e da sua mãe. Bastou dois anos ao lado do Kim para ele me reduzir a nada. Eu me sinto a pessoa mais imunda do mundo, as vezes observo a minha imagem no espelho e só consigo sentir nojo e raiva pela minha fraqueza. Principalmente, por não conseguir evitar que ele viole meu corpo todas as noites ou por não ter salvado meu filhote. — Explano abraçando meu próprio corpo e eu notei o Nathan engolir seco.

— Não sei como a mamãe suportou tudo isso por tantos anos! — Refuta Harry.

— Foi por vocês! Uma mãe é capaz de tudo para proteger seus filhos. — Digo levando a mão de forma protetora ao meu ventre. — Eu viveria esse inferno o resto dos meus dias para tentar diminuir o sofrimento dos meus filhotes. — Falo com convicção.

— Você está.... Está grávido! — Sussurra Harry surpreso.

— Sim, quase dois meses! Estou escondendo isso do Kim, não posso deixar ele matar outro filhote meu, eu não suportaria. Por isso, preciso me separar do Kim, tenho que proteger meus filhos. Não posso deixar o Zyon virar uma cópia do pai. — Digo quase desesperado.

— Eu estou tão destruído quanto você! — Respondi Harry.

— Harry, você não quer ter uma vida normal? Sair com seus amigos, ter um namorado, casar, trabalhar e ter tudo que você merece nesta vida? — Questiona Nathan se manifestando depois de tanto tempo só escutando.

— É claro! Sempre foi meu sonho! Mas, eu tenho medo. — Diz Harry assustado.

— Não tenha! Você pode sair daqui e viver sua vida como quiser. — Refuta Nathan.

— Não dá! Meu irmão é um lúpus e eu também sou, ômegas nessa condição são muito mais raros que alfas. Meu cio é mais intenso, sempre sofri muito nos meus ciclos. O meu aroma é mais forte que o normal, tenho muito medo de acabar sendo violado em qualquer esquina apenas por andar sozinho. — Explica Harry e eu notei que realmente seu aroma era mais forte, o cheiro de flores de cerejeira era muito convidativo e marcante nele.

— Sociedade de merda! Nós lutamos tanto pelo direito de ser donos dos nossos próprios corpos, mas um alfa acaba com tudo isso apenas ao violar e nos humilhar. No fim, ainda somos os culpados, sempre as mesmas desculpas. "Seu aroma estava muito forte", "a roupa era muito curta", "é muito tarde para um ômega andar sozinho na rua". Droga nenhuma, até quando vamos temer andar sozinhos? Ou pensar no que vai usar para não acabar chamando atenção e ser estuprado por algum alfa em uma ruela qualquer? Odeio essa sociedade hipócrita e relativista! — Brama Nathan cerrando os punhos.

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