Epílogo

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"O dia havia começado em um turbilhão com passos dos criados ecoando pelos corredores da propriedade desde antes do dia raiar. Mesmo que faltem algumas horas para o casamento, todos estavam empenhados em suas tarefas para que saísse do gosto exigente de meu pai, o Duque. O mesmo havia decidido que a cerimônia fosse feita na praça do vilarejo, assim todos poderia estar presente ao menos na cerimônia, veriam a união da filha do Duque com um dos seus, uma forma de manter a proteção do ducado com povo vilarejo.

Desde que acordei essa manhã meus nervos estavam à flor da pele, sentia um peso no estômago devido à emoção desse dia que tenho esperado por quase minha vida toda. Meu coração escolheu o amor da minha vida desde que o conheci quando criança, assim que os vi pela primeira vez, algo em mim soube que era ele o meu destino. Já havia algum tempo em que me via sentada em frente ao vestido de noiva sobre a cama. A costureira fez um excelente trabalho bordando flores por todas as mangas descendo para o corpete assim como eu havia pedido. Tracei cada flor admirando os detalhes, a cada prova me emocionava desejando que esse dia chegasse o mais rápido possível.

Nada me faria mais feliz que me casar com o ruivo que roubou meu coração ainda criança. Apesar dos percalços imposto por alguém de uma grande inveja, conseguimos contornar esse obstáculo. Por mais que esse ser de coração perverso tenha tentando nos separar com suas mentiras, e seu veneno ardiloso, a verdade prevaleceu.

Ava, minha dama de companhia adentrou o quarto em meio a um alvoroço.

- Menina, o duque, a espera para o almoço. – levanto de presa ajeitando o vestido.

Meu pai odiava que eu me atrasasse para as refeições por ter muito trabalho durante o dia. Apressada, saio do quarto com Ava logo atrás, atravesso quase toda a casa, e ainda desço a extensa escada, quase sem fôlego chego à sala de jantar. Recomponho assim que adentro o cômodo caminho para a mesa aonde meu pai já se encontrava em seu lugar.

Sento-me junto dele, não demora em sermos servidos por uma das criadas. O duque era um homem de poucas palavras, mas de um imenso coração. Aprendeu com a esposa a ser gentil, e tratar todos os moradores da propriedade com respeito. Durante todo o almoço não trocamos uma ser quer palavra, era assim na maioria das vezes, desde minha mãe morreu. Lembro que a casa parecia muito mais alegre com ela cantando e conversando com os empregados. Meu dom avisou que eu a perderia, mas não especificou como ou quando, apenas me vi me despedindo dela em seu leito de morte. Desde então, aproveitei cada momento com minha mãe, o que tornou sua partida um pouco menos dolorosa, mas sinto sua falta cada dia da minha vida, principalmente hoje, no dia do meu casamento.

O grande momento havia chegado. Durante as últimas horas iniciei os preparativos para a cerimônia. Adentrei o quarto de banho aonde uma banheira com água quente já havia sido preparada, aproveitei para relaxar, o que ajudou em meu estado de nervos.

Ava passou uma loção com cheiro de flores por todo o meu corpo. Com a pele perfumada era o momento de colocar o vestido. Com delicadeza Ava pegou o vestido sobre a cama, com a ajuda de outra me vestiu. Logo meus cabelos foram trançados, e sob o mesmo foi colocado uma coroa de flores silvestres, minhas preferidas.

Antes que eu me esquecesse corri pelo quarto para pegar a caixinha aonde guardava o colar que Drew havia me dando de presente em um dos nossos passeios. Ava pegou colocou o colar em meu pescoço toquei a pedra da lua ao senti sua frieza em minha pele, sorri, feliz por estar casando com a amor da minha vida.

- Vamos, menina. É um longo percurso até o vilarejo. – Ava me apressou, levantei as várias camadas de tule e seda do vestido para que pudesse andar com mais facilidade.

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