Almas Entrelaçadas

Capítulo 21

A noite se iniciava com um céu estrelado, depois de uma tarde de compras com Blair tudo o que eu queria era deitar, eu estava morta, havia me esquecido como minha amiga gostava de perambular pelas lojas. Entrei em casa segurando algumas sacolas de compras, não comprei muito apenas duas novas botas e alguns livros que eu já estava de olho, meus dois únicos vícios. Meu pai me olha assim que cheguei à sala, ele é Drew assistia a um jogo de basquete. Sorrir ao vê-los juntos, gosto de ver a amizade entre os dois, algo difícil de ver hoje em dia.

O que meu pai diria se soubesse que o garoto ao seu lado já foi meu noivo? Que nos conhecemos muito antes de meu pai nascer. É uma loucura pensar que há poucas chances de conhecemos alguém perfeito para você, e há mais poucas chances ainda reencontrar sua alma gêmea, aquela que se encaixar perfeitamente na sua. E pensar que em algumas horas atrás eu não acreditava em nada disso, não até esse ruivo aparecer e jogar na minha cara o quanto eu estava errada.

Ainda há momentos que me pego pensando se tudo não seja coincidência? Se tudo o que acreditamos ser verdade não é apenas ilusão da nossa cabeça nos fazendo acreditar que vivíamos em outra vida, que esse amor durou por anos.

Porque merecemos uma nova chance? O que nos torna especial? Nada.

Deixei a sacolas de lado e me joguei no colo do meu pai o pegando de surpresa, a única constante em minha vida.

- Ooh pequena. Qual o motivo da animação? – ele me conhecia melhorar que ninguém. A verdade é que não tinha um motivo, apenas que eu o amava acima de tudo no mundo.

- Nada. Só estava com saudades. – beijei sua face antes de levantar.

Drew sorria olhando minha interação com meu pai. Aproximei-me dele, confuso ele enrugou a testa, quando me abaixe e beijei seus lábios em um beijo rápido, Drew não esperava por isso. Mas ele correspondeu e seu sorriso era de quem havia ganhado o mundo.

- Que novidade é essa? Evie, porque o beijou? – tinha me esquecido que meu pai ainda não sabia sobre nós.

Só então percebi que tudo havia acontecido algumas horas atrás. E que eu e Drew não havia conversado sobre como ficaríamos. E vendo a expressão de fúria do meu pai, Drew estava em uma encrenca.

- O Drew explica, preciso de um banho depois de seguir Blair por todas as lojas de Portland. – peguei as sacolas indo para o quarto.

- Volta aqui mocinha, não pode beijar um garoto na minha frente e achar que não haverá um interrogatório. – o ouvir gritar da sala me fazendo sorrir, mas era de desespero.

Entrei no quarto rápido, deixei as sacolas perto do armário. Realmente eu precisava de um banho urgente, retirei a roupa no banheiro, respirei aliviada ao senti os jatos de água quente escorrendo pelo meu corpo. Minha mente foi inundada por lembranças antigas de uma versão minha garotinha nadando em um riacho com cachoeira.

Com olhos fechados boiava sentido os raios solares esquentar minha pele com o cabelo espalhados sobre a água, minha versão antiga gostava disso, acalmava. A ama que cuidava de mim me esperava na beira do riacho paciente, às vezes eu conseguia trazê-la para a água, o que tornava tudo mais divertido.

Despertei para o presente, durante a tarde eu havia tido algumas lembranças assim, elas vinham como fleches de uma vida que eu não tinha ideia que eu havia vivido. E a cada lembrança aquela vida começava a fazer parte de mim, como se fosse se encaixando como um quebra cabeça. Mas ainda era difícil acreditar, não é fácil acreditar em algo que desconhecemos.

Vesti um pijama, cheios de pequenas estrelas. Ouvi batidas na porta, eu sabia quem era antes de abri. Drew sorriu, e eu jurava que senti minha alma vibrar ao vê-lo, o puxei para dentro.

- Desculpe. Meu pai pegou pesado com você? – Drew me abraçou, seus lábios tocaram a curva do meu pescoço me causando arrepios.

- O seu pai às vezes pode ser bem assustador. – ele continuou beijando meu pescoço depositando um único beijo atrás da orelha. – Tive que explicar quais eram as minhas melhores intenções, depois ouve uma série de palavrões e ameaças caso eu a magoasse.

Comecei a sorrir, porque era exatamente assim que imaginei que meu pai reagiria. Quando contei a ele que estava namorando o Charles, meu pai teve a mesma reação. O Sr. Rick é super protetor, mas nunca me sufoca ou me proíbe de fazer qualquer coisa, respeita minhas decisões. É uma das coisas que amo nele, é o que tornar um ótimo pai, o que não quer dizer que concorde sempre comigo.

- Acho que vai ser estranho para ele no começo, depois ele se acostumar a nos vê juntos. - nos vendo assim felizes, penso que talvez devesse ter descoberto sobre nós desde que nos conhecemos, assim teríamos evitado toda essa confusão.

- Tenho mais dois minutos antes dele me arrastar daqui. – me afasto sem entender, vendo meu olhar confuso, Drew sorri. – Seu pai disse se eu passasse mais que cinco minutos com você no quarto, eu voaria pela janela

Comecei a sorrir.

- Qual o problema dele com janelas? – sua respiração me causava leves arrepios na minha pele.

- Acho que meu pai tem visto muito filmes de faroeste. E ele só está tentando te assustar. – afastei passando a mão por seu pescoço subindo lentamente por sua nuca, pude senti a maciez de seu cabelos.

- Por vias da dúvida irei fazer longo o que estou com vontade o dia todo.

- É o que seria?

Nem precisei de uma resposta, o beijo já disse tudo. E a cada beijo era como se o tempo que passamos separando fosse recompensado eliminando o vazio em meu peito. Eu passaria o resto da noite em seus braços, estar co m ele realçava o melhor de mim.

- Boa noite, Littlemoon. – Drew sussurrou com os lábios próximos aos meus. – Nada no mundo se compara com ter você. Esperei uma eternidade para viver esse momento de novo, e nada me fez esquecer como era o sabor dos seus lábios.

Tomando meu rosto em suas mãos Drew me beijou novamente. Era um beijo urgente e cheio de saudade, me entreguei ao momento inspirando seu cheiro de campina em uma tarde de verão, era como estar de volta ao campo de flores silvestres, de volta ao meu lar.

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Bjss, até o próximo capítulo.