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21 de Agosto de 2014.

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— O que foi? - Sussurrou Harry em seu ouvido. — Mais um dia no inferno. - Respondeu suspirando fundo levantando novamente o corpo. — Fica aqui. - Completou vendo o maior assentir.

— Puta que pariu em empata foda.

— Noia, você escutou o que eu te disse porra. - Indagou Lesado com indignação, mas Louis sabia, sabia exatamente a gravidade de tudo aquilo. — Sei porra, mas que diferença faz? Eu já tô no inferno não tô? - Continuou andando pelos corredores até chegar a cela do amigo. — Mano, é a merda do Azoff ele te achou. - Gritou.

Engolindo em seco agora após o êxtase todo passar, sem adrenalina dominando seu corpo, agora conseguia entender, agora havia acordado para vida.

— Eu não devo nada a esse desgraçado, o que eu tinha que fazer eu... - Engoliu em seco antes de continuar. — Foda-se o que ele vai fazer? O que caralhos ele quer? Me matar? O que aconteceu? Como ele chegou até mim? O que ele quer?

— Isso, é isso que ele quer. - Pegou o jornal quando jogado em sua mão, lendo a matéria principal.

"O Deputado de São Paulo Jeff Azoff é finalmente anunciado como candidato a presidente da república pelo partido PSDB"

— Ele quer me matar. O filho da puta quer me matar. - Esfregou as mãos no rosto inúmeras vezes tentando sair daquela situação, pensando em algo. A real era que havia se colocado em uma situação extrema anos atrás e por isso permaneceu três anos dentro de um reformatório, agora se via sendo assombrado de novo pelas consequências daquela parceria, mas não era mais um garoto de quinze anos.

— O que você sabe pode fazer ele tomar no cu, perder a presidência. - Respirando fundo jogou o jornal no chão com força. — Acha que eu não sei, foda-se não tem como ele me alcançar aqui dentro eu nunca nem abri a boca esse capeta é louco, eu só acho loucos na minha vida puta que me pariu. Eu sou o dono deste lugar. - Continuou. — Ele não consegue que alcançar aqui.

— Sim você é, aqui... - Vendo o parceiro parar de falar franziu a testa sem entender o que ele queria dizer. — Aqui o que? - Exclamou alterado. — Aqui você manda, mas sabe da sua fama lá fora, todo mundo aqui é leal a você mataria e morre, mas lá fora. - Interrompendo Lesado prosseguiu. — Lá fora? Eu não vou lá fora caralho tô aqui dentro. - Mas sabia o que ele estava querendo dizer, depois de tudo que fez ali dentro causou um desequilíbrio visto por todos, todos os delegados que tentavam o derrubar caiam, e quando tentavam uma solução era falha. Ninguém queria Louis. Nenhum presídio, nenhuma cidade e isto era cômodo porque estava exatamente onde queria estar.

— E se ele conseguir? - Escutou a pergunta sentindo a cabeça latejar, se Azoff conseguisse um jeito de o transferir dali, seu destino estava cavado. Seria morto em qualquer lugar que não fosse aquele em que estava agora. — Eu não vou sair daqui porra.

— Fala onde tá a menina, e ele vai te deixar em paz.

— Ninguém fala disso entendeu porra? Nem você. - Gritou com a arma virada para o amigo, que apenas concordou com a cabeça. — Foi mal. - Abaixando a arma voltou a sentir necessidade de cheirar, mas não podia, deveria estar preparado para qualquer coisa, fazer o seu povo forte, porque se a guerra chegasse até ali dentro. Estaria disposto a deixar que morressem por ele.

— Mano ele já te achou. - Ainda sem entender o que ter achado ele significava, se levantou colocando-se à frente do mais velho. — Como o que você recebeu? - Perguntava agora olhando nos olhos do parceiro com o maxilar completamente trincado. — Mandaram te entregar. - Vendo a carta estendida a pegou imediatamente se colocando a ler vendo que era um pedido de transferência negado de um presídio do Rio de Janeiro, um pedido assinado pelo debutado.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora