16.

239 25 272
                                        

Dog Days Are Over - https://open.spotify.com/track/456WNXWhDwYOSf5SpTuqxd?si=hcm39xRyTsal2WurLdEv8Q

26 de Agosto de 2014. - Uma hora para o dia 27.

                                        

— Uma hora Noia. - Louis assentiu suspirando profundamente em qualquer outra situação não sairia da cadeia, teve a oportunidade quando ainda tinha um advogado em sua causa, mas quando teve tudo aquilo mudou de ideia, fez daquele inferno o seu lar e sobreviveu nele, mesmo que uma das situação mais traumatizante de sua vida fossem ali toda a glória e admiração que havia conseguido também era. Ser chefe do comando era diferente de ser chefe do morro, as pessoas te respeitavam lá fora, mas no segundo que precisassem atirariam em você. Ali dentro não, reformulou cada passo e cada lei, fez com que tudo fosse a base do respeito sabia que no minuto que precisasse pularia na bala por você, e está era a diferença entre medo e respeito. Este era o porque de ter feito dali sua casa.

Mesmo com todo esse poder ele sabia que não era o verdadeiro dono daquele lugar, reconhecia que sem Lesado não teria sido nada, seu apoio e sua paciência em lhe mostrar cada passo era estranho pensar em como ele havia o ajudado sem se quer pensar em qualquer coisa, Louis só se lembrava de chegar ao final do corredor com sangue em seu corpo aguardando a morte chegar que lá estava ele, passando os braços sobre seu ombro lhe jurando lealdade eterna, mas por quê? - Por que sentia que mesmo depois de três anos juntos não sabia nada sobre o amigo? - Porque de fato não sabia se quer seu nome, o porque de estar ali. Lesado era um filme em branco onde Louis se lembrava de saber todas as falas, mas nunca ter visto nenhuma imagem ou cena.

— Lesado? - Pensou em perguntar tudo que queria saber, sobre o contestar, mas não fez, ao ver o sorriso do parceiro percebeu que não precisava.

— Fala chefe. - Louis apenas o abraçou dando um tapa em sua cabeça. — Para de cheirar pó, não vou mais estar aqui. - Sorrindo o cara a sua frente negou. — Você tá muito sentimental para um Noia. - Ambos riram até ficar em silêncio, estava na hora de começar. — Temos que ir.

— Precisamos de uma última coisa, reúna todos os presos na cela principal, precisa dar um aviso. - Lesado concordou, indo realizar o que não demorou muito logo todos já estavam lá.

— Se tudo der certo até de manhã não serei mais parte deste lugar, mas será sempre algo em mim. Não acho justo sair sem dizer obrigado ou pedir desculpas, porra. Foram três anos nessa merda, vocês são mais que a merda de uns presos fodidos, todo mundo aqui tem vida, teve vida. Não importa quando ou como vieram parar aqui, lembrem-se que nada neste caralho funciona sem todo mundo, eu vou, mas Lesado ficará, ele é o chefe disto agora.

Se aproximou do amigo colocando a mão em seu ombro levantando sua arma, aquela que usou tantas vezes ali dentro.

— Ele é o chefe do comando agora, e qualquer coisa contra ele, será contra mim, como sempre foi.  Pra você irmão. - Sussurrou a última frase em seu ouvido lhe entregando a arma vendo todos gritarem e aplaudirem. Ele havia feito, a coroa já não era mais sua, o reinado não era mais seu e se sentia terrivelmente bem com isso.

                                        

Dia 27 de Agosto de 2014 - Exatamente as Meia Noite.

A sirene tocou e as luzes estavam todas apagadas, não foi preciso muito mais do que as celas se abrirem para que todas os corredores se misturassem, todos os presos começaram uma briga gigantesca, mas claramente armada para que estava de dentro.

— Que porra é essa? - Indagou o capitão olhando as câmeras apagadas. — Resolvam o que esse desgraçado tá fazendo? Vai caralho. - Foram exatamente cinco minutos até que conseguissem pegar o sistema de volta religando as luzes, mas agora os gritos haviam parado, estavam todos em suas celas como se nada tivesse acontecido.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora