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Dia 20 de Dezembro de 2014 - 7h00 A.M

                                  

Chegava o tão esperado momento da lua de mel, onde nada mais importava, a não ser eles dois juntos. O tempo, naquele instante, deixara de ser medido em horas, minutos e segundos. Tudo o que possuíam era exatamente o que desejavam com fervor - um ao outro.

Louis meticulosamente planejara cada minuto daquele dia especial. Eles explorariam diversos lugares, desfrutando de uma lua de mel que se adequava perfeitamente ao estilo de dois criminosos como eles.

Harry fitava a vastidão que os olhos azuis de Louis lhe proporcionavam. Sabia que, apesar de todos os esforços, sempre haveria uma sombra de dor no âmago de Tomlinson, algo que o atraía para o abismo das drogas e do crime. Sua relação não era a mais saudável do mundo, nem mesmo a que algum dia sonhara ter, mas era isso que tinham. E era mais do que suficiente, mais do que Harry desejava - Era tudo o que ele queria.

Tomlinson aguardou silenciosamente que o padre se afastasse, sem trocar cumprimentos com Niall ou qualquer outra formalidade. Agora era a hora da noite de núpcias, e nada mais importava - mesmo que tivessem feito sexo menos de cinco horas antes.

— Hora de ir, Cinderela. - murmurou a voz de Louis ao pé do ouvido de Harry, fazendo sua pele arrepiar. O desejo que Harry sentia por Louis era avassalador, e o próprio Louis sabia disso, aproveitando-se sempre ao máximo desse poder.

— Para onde? -  indagou Styles, olhando nos olhos profundos do menor, onde o brilho esmeralda parecia encontrar uma conexão profunda com os olhos oceânicos de Tomlinson.

— Para a eternidade - respondeu o paulista com um sorriso. — Isso me parece perfeito - sussurrou Harry, inundado pela promessa implícita nas palavras de Louis.

Para onde os levaria a eternidade? Essa era uma pergunta que ambos se faziam silenciosamente em seus pensamentos. Por quanto tempo a eternidade duraria? Seria suficiente? Eram questões sem resposta, pois sabiam que o casamento na vida real não tinha um final de conto de fadas. A vida era dura, cruel e para eles, era o próprio inferno na Terra. Um dia de descanso, talvez seguido por 181 dias até o paraíso, ou talvez não.

                                  
                              7h35 minutos

Foram questões de minutos até que chegassem de mãos dadas ao enorme hotel que havia ali, Louis estava esbanjando dinheiro quando na verdade eram suas últimas economias - mas isso valia a pena.

O céu de Brasília estava tingido com tons de laranja e rosa, uma manhã quente de verão. Louis abriu a porta do carro para Harry, e ele saiu com uma elegância que fazia parte de sua natureza. O sol refletia em seus cabelos, que com a luz correta eram de um loiro escuro quase médio.

— Chegamos, Amor. - Disse Louis, desferindo um beijo suave sobre a bochecha do cacheado que olhou para o enorme hotel a sua frente.

Era deslumbrante o hotel mais caro de Brasília, nada que Harry já não estivesse acostumado devido a sua vida de luxúrias, mas era definitivamente algo que lhe fazia falta às vezes. Mal se lembrava a última vez que havia tomado seu drink favorito ou comido alguma comida de verdade.

Talvez aquela situação o frustrasse um pouco, afinal, como poderia ter sofrido tanto nas mãos de seu progenitor e não ter arrancado toda a grana de sua mão? Mas como poderia, não teve coragem nem de o matar. O luxo. Memórias. Tudo aquilo lhe dava gatilho; preferia que tivessem ido para um casebre.

— Harry? - Indagou Louis, não tendo a reação que esperava do recém-marido. — Tá tudo bem? Não quer assinar divórcio, quer?

— Não... já vim a esse hotel algumas vezes, talvez seja perigoso, não podemos nos arriscar, se pegarem a gente, se pegarem você... não, não. - Tomlinson olhou para o maior e revirou os olhos. — Harry, para de graça, porra. Ninguém vai nos achar. Até parece.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora