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17 de Setembro de 2014.

                                        

Fazia quase um mês que Harry estava jogado em um quarto onde apanhava quase todas as noites, era insuportável pensava em várias vezes se matar para que o sofrimento acabasse, mas não conseguia fazer nada sabendo que sua mãe estava do outro lado do corredor na mesma situação e ainda doente, como podia nem um jornal investigar sobre sua fuga? Não terem nada sobre seu pai, como podia estar ali há tanto tempo sendo espancado enquanto sabia que se Louis soubesse já teria o salvado.

Se arrependia de tantas coisas, agora estava com oito quilos a menos devido a ter uma alimentação apenas por dia, suas feridas nas costas eram insuportáveis e seu rosto quase todo irreconhecível a não ser por seus olhos verdes de esmeralda, que não mudavam nunca. Seu cabelo já não tinha mais cachos era de um ondulado grotesco sujo, chegando abaixo do ombro. Realmente não aguentava mais, o quarto cheirava ao seu próprio sangue, tudo estava quebrado, o cheiro era insuportável, tinha apenas um balde para fazer todas as suas necessidades e uma fresta da janela para circular o ar. Todos os dias quando a noite chegava já se preparava para o inferno que iria ser, se preparava para apanhar sem derramar uma lágrima que fosse e se esforçava apesar de tudo para que Desmond ficasse mais tempo ali e não tivesse tempo para sua mãe.

— Harry? - Joana abriu a porta lhe entregando um sanduíche, como os que comia quando era pequeno. — Obrigado. - Ainda sim era educado. — Também trouxe um suco de morango extra, mas por favor beba tudo agora ou... - Já sabia. — Está tudo bem, muito obrigado, como está a minha mãe? Ela precisa se tratar. 

— O médico está a acompanhando...eu não posso falar muito Harry.

— Por favor. - Implorou sentado do lado da porta com as mãos trêmulas de fraqueza. — Ela não está sofrendo, está sendo tratada, o câncer está sendo cuidado. - Suspirou de alívio. — Mas como? - Sussurrou baixo para si.

Pegou o pão calmamente mordendo um pedaço, comia com calma todas as vezes pensando ser a última, até quando ficaria ali? Até morrer? Não sabia. Joana poderia estar mentindo sobre Anne, Styles pensava em qual cenário Desmond a trataria bem, talvez algo estivesse circulando na mídia e por isso agora teria que fingir amar a esposa e a apoiar, mas era tudo especulação, não sabia de absolutamente nada.

— Desmond? - Anne o procurava pela casa, até o ver em seu escritório. — O Senador quer o ver. - Styles apenas a olhou e se ergueu. — Qual? 

— Bobby. Bobby Horan.

Anne estava completamente visivelmente bem, se portava exatamente como uma mulher de deputado, mandou Joana entregar um café aos dois com cautela e foi até o jardim colhendo algumas rosas.

— Joana! - A chamou com sutileza. — Como ele está?
— Está bem, muito saudável, sempre tenho levado comida para ele, bem alguns roxos no corpo, mas nada muito severo nos últimos dias. Mentiu descaradamente. — Obrigada, continue levando as comidas que estou mandando escondido, Harry não pode adoecer darei um jeito nisso tudo. Ele é a minha criança. - A empregada assentiu sorrindo.

— O que aconteceu para uma visita tão inesperada?
— Bem vim pedir desculpas pelo meu filho, você sabe eles estão em uma idade absurda. - Desmond riu concordando. — Claro, ele deve estar sentindo falta do Harry cresceram juntos.

— Falando nisso onde ele está? - Perguntou metodicamente, estava ali a pedido do filho, tentando ter alguma informação do amigo. — Ele ficou preso um tempo, mas óbvio em uma cela privilegiada apenas para sabe, aprender que as coisas não são fáceis. - Sorria com orgulho, como se por trás não o fizesse sofrer desde quando era uma criança.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora