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26 de Agosto de 2014.

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— Eu não tô entendendo, como você sabe?... - Indagou com toda a sua prepotência, nunca havia contado a ninguém, a não ser a Lesado que sabia de tudo sobre sua vida, não entendia como Harry poderia ter aquela informação, ainda mais com tanta clareza.

— Você tem que responder a minha pergunta.

— Que mano? Chega de perguntas e respostas, quem, como você sabe? Eu não te contei isso. - Exclamou afastando o maior do seu corpo que balançou a cabeça em negação com a reação. — Olha pra mim você sabe.

Louis manteve seu pensamento, não sabia, não conseguia entender não pensava naquela noite há anos e mesmo se lembrando de cada detalhe se viu tendo que repassar tudo em sua cabeça, voltou ao dia em que estava saindo do morro após uma briga com Zayn, se lembrava de ter colocado as máscaras se lembrava do seu apelido, de estar a frente da loja de saquear as joias, se lembrava de tudo. Voltou em segundos para o momento como se estivesse lá de novo, ouvia a buzina e os gritos o chamando, o apavoro, o coração pulsando como nunca, se lembrou que corria até parar. Até ficar extático paralisado, até perder a ação de seu próprio corpo e mente sem saber para onde como e o que fazer, suas mãos suavam, as sirenes tocavam as luzes se aproximavam de seu rosto, até ser puxado para dentro de um beco.

Parou abrindo os olhos voltando a realidade então engoliu em seco, se lembrou dos apelidos, teve certeza, sentiu a voz prender em sua garganta - quais eram as chances? Nenhuma. Louis se deu conta naquele momento que sua vida girava em torno do determinismo, teve certeza de que todos os seus passos estavam traçados até ali, e foi quando sentiu medo, por algum motivo estava apavorado.

— Desde quando? Desde quando você sabe? Você já sabia? - Perguntou com a expressão atordoada.

— Eu sei, desde que me salvou na cantina, desde o surto do Lesado. - Completou Harry olhando em seus olhos.

— Como? - Indagou enquanto sua mente vagava por outros lugares, buscando o que iria fazer em breve.

— Os seus olhos Louis. - Teve coragem para dizer seu nome. Precisava contar apenas quando soubesse o seu nome. — Sei desde o momento que me salvou porque eu vi nos seus olhos, e os vi naquela noite e eu jurei nunca esquecer, você tinha o mundo na sua alma. Sei que é você por isso, irônico não é?

Engolindo em seco sentindo o coração palpitar respirou fundo, precisava pensar em algo, ou seria tarde demais pra tudo aquilo, mais do que nunca precisava tirar Harry dali que se quer percebeu que dizia seu nome.

— O que? O que é irônico? - Viu o maior se aproximar colocando a mão sobre seu abdômen. — Sempre me chamou de muitas coisas, mas nunca de Julieta. E olhando é o que mais se enquadra a nossa história. - Louis negou movendo a mão do maior para o lado esquerdo em seu coração, segurando ela firme. — Eu nunca deixaria você morrer no final dessa história. Nunca. Você me escutou?

Styles franziu a testa sentindo o aperto em sua mão, não entendendo o que estava acontecendo imaginava que Louis ficasse sensível ao saber, mas ele parecia desesperado.

— Não vamos morrer, nem eu nem você. - Respondeu olhando em seus olhos. — Você me escutou? - Insistiu o Paulista. — Eu preciso que você diga que sim. - Completou.

— Eu não tô entendendo, você tá me assustando... - O menor então se aproximou ficando perto de seu rosto a centímetros de o beijar. — Jure pra mim que você acredita, que eu jamais deixaria você morrer. Jure. Agora. - O Brasilense se manteve quieto sem entender. — Harry, jure para mim.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora