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Dia 20 de Dezembro de 2014 - 3h00 A.M

 

— Cala a porra da boca.

Exclamou Tomlinson afastando o homem para o corredor após fechar a porta com o maior cuidado do mundo para que claro, sua Cinderela não descobrisse nada - porque nem ele sabia de fato o que estava acontecendo.

— Você sabe, Louis. - Respondeu o homem - jovem - a sua frente, sem expressão eminente, como Tomlinson se lembrava. — Noia. - Retrucou.

— Que seja. Azzoff quer fazer um acordo com você.

— Ele quer me matar seu filho da puta, então se você veio aqui fazer isso, faça. - O tom do paulista soava com deboche, como se soubesse que quem estava a sua frente não atiraria.

— Ele queria que você matasse ela. - Foi a única coisa que Tomlinson obteve de resposta e foi o bastante para sentir seu corpo tremer e o peito se apertar, como podia - sempre voltar para aquele inferno de algum jeito. — Você sofreu uma lavagem cerebral?? - indagou ainda indignado. — Porra, ela era nossa amiga.

— Sua. Sua amiga.

Louis soltou um riso baixo como se estivesse prestes a surtar, não acreditava que estava ouvindo aquilo, parecia delírio. Só poderia ser. Preferia pensar que havia usado drogas, que nada era real - exceto aquele que dormia sobre os lençóis dentro do comado ao lado.

— Você não vai me perguntar? - Indagou o homem. — Não, eu não aceito. - Concluiu o paulista sem se quer escutar qual era a proposta que Azzoff pretendia.

— Louis, se você não falar o que sabe... - O homem engravatado ajeitou seu terno com calma o olhando nos olhos. — Já disse porra, quer atirar atira. Não protejo cuzão com título político não - Tomlinson esperava um rebote, mas tudo que tinha era mais frieza e ainda menos expressão.

— Então. A partir de hoje você tem 6 meses. Em seis meses eu irei te encontrar para saldar a sua dívida, e ou entrega para Azoff a cabeça de quem um dia jurou entregar...

Tudo aquilo era muito drama para Louis, ele não iria voltar atrás de sua palavra - não poderia. Se aquilo lhe custasse sua cabeça não importava, por mais que agora tivesse motivos para querer estar vivo, não eram suficientes para que quebrasse sua promessa. Não aquela.

— Ou ele pega a minha, bla bla bla. Você já pode ir embora. - O deboche do Paulista concreto se perpetuava como se de fato nada o afetasse, havia ficado muito bom em fingir não ligar para nada, mas o homem o conhecia, sabia de seus macetes. O problema de Tomlinson era confiar demais em alianças passadas e de certa forma sabia disso, mas esperava - tinha fé - que talvez essa continuasse como anos atrás.

— Não, Louis. - Suspirou o engravatado. — Uma vida pela outra. Não a sua pela dela, a dele. - Foi quando viu o dedo do homem apontando para o quarto onde Harry dormia que sentiu o coração arfar. Era óbvio. Ele deveria ter matado alguém e não matou, não faria sentido ser morto, Azzoff era ordinário, calculista e frio.

Filho da puta. Você era meu amigo. - Gritou William. — Fazemos o que temos que fazer para sobreviver. Sabe disso.

— Avisa. Escuta bem o que eu vou te falar. - Respirou fundo o quanto podia antes de completar a frase com um ódio eminente que chegava a ser palpável. — Ele morre, antes do amanhecer. Eu sou a porra do dono do morro. A polícia não é n.a.d.a perto do que eu sou.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora