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27 de Agosto de 2014. - Quase dia 28.

                                        

— Você só pode ser louco, eu acabei de fugir da porra de uma cadeia, Louis. - Seus olhos se inundaram o sentimento de traição era tão grande que mal podia respirar, escrever uma carta usando palavras duras e complexas era uma forma diferente de como se expressava agora.

— Harry desce do carro, tem um hotel ali com as diárias pagas você pode ficar quanto tempo quiser, tem uma bolsa de dinheiro lá para você mudar de nome e seguir a sua vida, não vamos fazer disso um momento dramático.

Era cruel a maneira que o Paulista se esforçava para fingir indiferença, para fingir que não estava doendo em sua alma fazer aquilo, se quer olhava nos olhos do amado.

— Foda-se a droga do seu dinheiro caralho, eu tenho pra enfiar no seu cu três vezes mais. - E ali estava o playboyzinho do qual todos falavam. — Se eu descer desse carro, eu juro... - Sua voz embargou em sua garganta pois só o que queria era chorar, mas ainda sim se manteve e se segurou.

— Desce. - Disse querendo que ele ficasse ali para sempre.

— Eu espero que você morra, apodreça, que você se foda de um jeito tão... - As lágrimas agora estavam por todo o rosto do maior. — Você é mais cruel do que qualquer pessoa ou sistema, desgraçado. - Louis então respirou fundo sentindo sua alma ser destroçada, mas os xingamentos o faziam de certa forma se sentir aliviado em saber que Harry o odiaria e por mais que doesse mais do que qualquer coisa o deixar, significava que não ficariam juntos e ele viveria uma vida boa sem as inúmeras desgraças que poderia ter que carregar - não era o fardo de Styles. Nunca seria. Nunca deixaria ser.

— E enfia a porra desse Cinderela... - Respirou fundo mesmo que o xingasse por horas seguidas não seria o bastante, porque o que sentia não era ódio. Era dor.

Sendo assim Harry apenas marejou os olhos os fechando fortemente, e nesse exato momento decidiu apagar tudo aquilo de sua cabeça, se desligou de qualquer sentimento que poderia ter, forçou seu cérebro a tratar aquilo tudo como um trauma e apagar de uma vez. Estava disposto a morrer sem o ver novamente. Virou-se batendo a porta e andou, para qualquer direção contrária, sem rumo, sem nada, sem olhar para trás mesmo que ainda tivesse o mínimo de esperança que ele lhe chamasse de volta, mas o carro apenas deu partida, pois de fato agora havia partido.

— Por que você fez isso? - Indagou Zayn enquanto dirigia, estava na verdade aflito. — Ninguém merece viver no meu inferno.

— Você deveria deixar ele decidir.
— Harry não sabe o que é o melhor para ele.
— Como você sabe?
— Porque até agora ele vem escolhendo viver isso comigo.

28 de Agosto de 2014. - 00h noite

O Paulista sentia cada minuto daquela dor agonizante, ver o amado partindo foi uma das coisas mais difíceis, não, na verdade havia sido a coisa mais difícil, pois no último mês ele estava ali, o protegeria de qualquer coisa, agora não poderia mais. Não de forma presente.

— Os menô vão surtar quando te verem. - Riu o Carioca. — Perigoso me matarem igual fizeram com a Zé pequeno. - Malik então de lembrou que Louis não fazia a mínima ideia do que era ali fora. — Eles te consideram um ídolo, como se fosse um novo Neymar só que do crime.

— Tá doidão né? Fui preso roubando uma joalheria. - Sabia que não era a coisa mais glamurosa ser preso por algo tão idiota. — Você fez o seu nome, de chefe do morro para a desgraça total... - Iria interromper, mas o amigo prosseguiu. — E ai caralho, você se tornou o chefe da porra do comando todo, pra eles você é um ídolo. - Repetiu.

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora