20 de Setembro de 2014.
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Desligando o telefone imediatamente respirou fundo, era uma criança qualquer, muitas morreriam na guerra e sabia disto, mas Pedro...lhe lembrava de si mesmo, tinha um afeto pelo garoto e temia o que ele fosse sofrer. Não esperou muito acordou Harry desta vez sem sutilezas ou carinhos, apenas disse que ele precisava se arrumar, tomar seus remédios e se preparar porque estavam partindo. Agora.
Saiu do quarto ainda sozinho indo até o final do corredor onde Anne estava sentada tomando um coquetel de remédios para o tratamento do câncer, que Louis ainda duvidava que fosse de um todo real, mas não teria mais tempo para se prender nas loucuras da mulher. Então apenas lhe informou de forma breve:
— Você vai para uma clínica. Não está doente? Irá se tratar. Tem trinta minutos para arrumar suas coisas.
A mulher apenas gritou que queria falar com Harry, mas esta decisão havia sido de Louis e ele não voltaria atrás, não existia lugar onde pudessem ficar seguros com a sensação de ela poder abrir a boca a qualquer segundo ou minuto. Precisava que estivesse longe, que não fosse mais um problema. Por isso sem remorsos a descartou, como uma carta de baralho onde o coringa já não fosse funcional.
— Louis? O que está acontecendo? - Indagou o maior reconhecendo aquele olhar de apavoro. — Pedro. - Dizia arrumando suas próprias coisas agora. — É um garotinho do morro, que bem...sou seu padrinho no crime. E ele foi levado pelos capangas do Oreia.
— Por que? - Perguntou indignado, era apenas uma criança. — Porque Harry, é assim que a guerra funciona, eles pegam e tiram tudo de importante para você, por isso não pode dizer que estamos juntos, não pode demonstrar se importar. Porque não existe outra solução, a única além dessa seria te deixar aqui...quer isso? - O Brasilense negou instantaneamente. — Então diga adeus para sua mãe, já tratei de tudo ela ficará em uma clínica segura onde não trará problemas para nós ou para ela. - Percebeu que estava sendo insensível demais, mas era como ficava quando sua mente estava no crime. Se tornava uma pessoa fria, articulada. Como se jogasse xadrez e fosse apenas derrubando as peças necessárias para matar a rainha.
— Olha, Cinderela. - Foi até o cacheado colocando as mãos sob seu ombro lhe dando um beijo na boca suave. — Você conhece todos os meus lados, não é porque não estaremos vivendo a vida que você merece que eu não estarei tentando fazer isto, ok? Teremos dias ruins e dias bons, de perca e de vitória. O que importa é; nenhuma delas será você. - Se referia às percas.
— Você está com medo. - Exclamou para Louis, o conhecia melhor do que ninguém, pois era o único que já havia visto os seus olhos quando estava. — Sim. - Assumiu. — Estou apavorado.
Uma guerra, o morro, tudo era diferente da cadeia e sabia disto, dentro do presídio as leis eram feitas e estabelecidas, as rebeliões controladas, o tráfico girava como luva e havia todo o contexto de que durante todo o tempo estava drogado. Não havia com quem disputar, não haviam pessoas ou crianças, não havia quem fosse prejudicado se não eles mesmos, a cadeia era um inferno sem fim, mas apenas com pecadores. Nenhum inocente sofria. Todos eram culpados.
— Quer mesmo ir comigo? - Perguntou uma última vez, pois não teria mais como voltar atrás depois que respondesse. — Sim, para qualquer lugar. - Afirmou Styles sem pensar muito. — Então se despeça dela, amor. Não temos muito tempo. - Harry engoliu em seco assentindo, parando na porta antes de sair do quarto apenas para reforçar uma coisa.
— Louis. - Esperou ter a atenção. — No presente do Indicativo? - O Paulista sorriu cansado. — Em todos eles.
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Faroeste Caboclo L.S
أدب الهواة"Se estiver passando pelo inferno, continue andando." - Winston Churchi Inspirado na obra original do Legião Urbana. Passar pelo inferno é o que Louis Tomlinson enfrentou por toda sua vida, com a hostilidade e o destino traçado. As coisas mudam qu...