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24 de Julho de 2014.

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Louis não conseguiu dormir durante todo o resto da madrugada pois haviam inúmeras coisas para resolver e depois de ter sido incomodado tinha perdido o sono, ficou registrando notas, passando novos desvios enquanto via o rapaz no chão de sua cela encolhido dormindo quase feito um anjo, exceto por babar muito. Ver aquela cena o fez lembrar dos seus primeiros momentos em uma cela com Lesado, realmente uma situação embaraçosa na época, mas agora que o fazia rir. O lugar todo estava diferente, a cela tinha exatamente as coisas de quando imaginou ao chegar, a cama com lençóis verdes, uma cômoda ao lado, alguns livros e jornais com um rádio que ligava raramente, agora Harry era mais um item ali e em poucas horas já havia decorado todos os seus traços; os braços fortes, mas nem tanto com algumas tatuagens espalhadas, o cabelo grande um pouco acima do pescoço como os príncipes usavam, era adorável até abrir a boca.

— Tá me achando bonito? - Indagou Harry ao despertar vendo que Tomlinson estava olhando para ele. — Na verdade pensando em quanto tempo você vai aguentar aqui. - Respondeu com tom de deboche recebendo uma risada sarcástica do mauricinho a sua frente. — Eu vou ser liberado até o final do dia, bocó. - Louis não se importava com respostas ríspidas, era engraçado ver toda aquela prepotência sem saber quem ele de fato era e o poder que tinha ali dentro, acabava se divertindo com a situação pensando na reação de quando o rapaz fosse descobrir.

— Se eu fosse a Cinderela não colocaria muita expectativas no papai não. - Disse enquanto via Styles se levantar. — Mas que porra, que já disse que meu nome é Harry Styles. - Desta vez ao ouvir o tom alto se levantou sacando sua arma, o garoto era mesmo folgado. — Escuta aqui filho da puta. Você não é ninguém nessa merda demorô? Tá engraçadinho ai, mas deixa eu te passar a visão de como funciona esse caralho, é o presídio, se tu tá aqui é porque foi condenado e o papai não vai te ajudar, então presta atenção. - Prosseguiu enquanto via os olhos verdes arregalados a sua frente acompanhando o movimento que sua arma fazia. — Aqui você entra sem nome, sem identidade, justamente pra fodidos igual você não acabarem morrendo. Ou acha que quando descobrirem que o filho do coronel tá aqui dentro vão te pedir autógrafo? Acorda porra. Isso é a cadeia o mundo é diferente da creche pra cá. - Harry apenas cerrou os olhos sentindo a respiração bater contra sua cara, mas se recusou a abaixar a guarda então se manteve firme passando a olhar apenas em seus olhos.

— Você não sabe quem eu sou. - Retrucou o Brasiliense. — Aqui dentro eu sei sim. Nada. - Respondeu Louis se aproximando mais ainda do jovem agora com a arma apontada ao lado em sua cabeça. — Mas se eu fosse você eu rezava pra não saber quem eu sou. - Sorriu sendo capaz de sentir suas respirações entrelaçadas e então se afastou.

— Seu nome é Cinderela, entendeu? - Perguntou cruzando os braços vendo por segundos a prepotência do rapaz sumir. — Vai se foder.

Vendo que não havia adiantado de nada todo o apavoro em cima do novo companheiro de cela Tomlinson respirou fundo, aquela prepotência toda acabaria uma hora, sabia porque havia sido daquele jeito e aprendeu da pior forma que não somos o centro do mundo, a cadeia tinha inúmeros controvérsias, só que a mais real de todas era você era mudado - por bem ou por mal - então apenas iria assistir aquela atitude toda ir embora com o tempo por isso apenas se deitou ficando em silêncio.

— O que você fez? - Indagou o garoto minutos depois, ele havia percebido as notas de papel, as gavetas trancadas, era estranho o cara ter acesso a tudo aquilo. — Matei cinco velhas esquartejadas. - Mentiu o paulista se divertindo internamente vendo a reação mínima surgir sobre o rosto do de olhos verdes. — Velhas? Você é psicopata que porra é essa? - Indagou com certo nervosismo. — Ué, eu tenho uma cela sozinho achou o que? -

Faroeste Caboclo L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora