Bebi um gole do meu suco de maracujá e encarei meu amigo, que mantinha seu sorriso zombeteiro no rosto
- Do que precisa patrão? Sabe que nasci pra te obedecer...
Analisei toda a situação, por que Raphaelo passaria por cima das minhas regras e protegeria um inimigo?
Olhei em volta, vendo o terraço em que estávamos. O terraço do prédio, conhecido também como o restaurante de Dante, era um bom lugar pra conversar.
- Pare de fingir Raphaelo, te conheço como a palma da minha mão. _ Vi seu sorriso morrer aos poucos._ Somos eu e você agora, ninguém precisa ver, essa sua máscara ridícula.
E como um passe de mágica, meu melhor amigo se transformou, passou as mãos pelos cabelos e encostou na grade do terraço.
Ele retirou o maço de cigarro do bolso, junto com um isqueiro moderno, ele acendeu um cigarro e soltou a fumaça.
Seu perfume Mallbec se misturou com o cheiro da nicotina, e ali eu conseguia ver, a imagem real de meu amigo.
- Ela parece interessante. _ Ele sussurrou com seu ar misterioso de sempre._ Eu entendo a sua obsessão.
Apertei meu punho tentando me controlar.
- Não é pra isso que te pago. _ Me inclinei na grade e sorri ao ver os pequenos borrões, que eu assumo ser pessoas._ Não seja tão intrometido, eu mando e você obedece. O que aconteceu, com o animal domesticado, dos Leblanc?
Ouvi seu grunhido de raiva e sabia que havia tocado, em algo indesejado.
- Arthur Leblanc, você sabe, é melhor me manter domesticado. _ Ele soltou a fumaça e colocou o cigarro mais uma vez na boca._ Vai querer que eu faça com você, o mesmo que fiz com Dalila?
Gargalhei alto com a provocação, ouvi Raphaelo resmungar e dei mais um gole em meu suco.
- Você é extremamente irritante, sabe muito bem que tenho dinheiro pra bancar, mais de 10.000.00 mulheres esnobes e exigentes.
Ele tragou mais uma vez, e continuou falando, ainda com o cigarro entre os lábios, deixando sua voz abafada.
- Trabalho, já que não tenho mais nada de interessante pra fazer._ Ele balançou a cabeça e sorriu minimamente._ Sua mulher é uma onça, me deu várias ordens, e todo mundo sabe que obedeço mulheres bonitas.
Neguei tentando oprimir meu ódio, ao ver ele citar minha garota de forma tão sugestiva.
- E o que ela ordenou? _ Perguntei me sentindo animado, só de pensar nela mandando, já me deixava excitado._ Fala! O quê ela disse?
Seu rosto se formou em uma careta, mas ele começou a dizer, e a cada frase dita, eu estufava mais meu peito! Essa é a minha mulher!
Eu estou tão feliz, ela é toda nossa e agora, ela parece estar tendo noção disso, ela está agindo como a dona de tudo, e isso parece tão certo.
Eu preciso pedir ela em casamento logo, que se dane o namoro.
Espera...
Ela está protegendo Lara?
- Por que?
Perguntei e Raphelo pegou seu canivete na mão, fazendo movimentos circulares.
- Ela é inocente. _ Ele assumiu, com toda confiança, e eu duvidei por um momento, ela é confiável?_ Confie em mim, a mulher não tem nada haver com isso, a investiguei.
Assenti e bebi todo o restante do meu suco. E meu amigo jogou o cigarro no chão, pisando em cima, o apagando, com a ponta do sapato social caro.
- É melhor você pegar essa bituca, se Dante ver isso, ele te mata._ Afinal, ele é o único que vem aqui pra fumar._ Siga todas as ordens de Kalina Leblanc, suas ordens vem a cima das minhas.
Me endireiti ao ouvir a porta se abrir, encarei a cabeleira ruiva, passar de um modo desajeitado, com fones pretos de gatinho nos ouvidos, em suas mãos havia um pequeno banco.
Olhei pra Raphaelo e o vi ficar ereto, seu sorriso brincalhão voltou ao seu rosto, como uma máscara.
Ginger, a protegida de Dante levantou a cabeça e nos encarou assustada. Olhei mais uma vez pra Raphaelo e vi ele travado no lugar.
O sorriso sumiu de seu rosto, sua boca estava levemente aberta e seus olhos brilharam, ele olhava que nem um idiota pra Ginger, que parecia assustada de mais, pra um primeiro encontro.
Tudo parecia muito estranho, o medo que Ginger estava demonstrando, era fora do comum. E meu amigo apenas encarava a garota, como se ela fosse algo incrível, uma peça preciosa, algo novo...
- Merda!
Ouvi o sussurro de Raphaelo e sorri, isso vai ser divertido.
- Ginger! _ A chamei, mas ela apenas manteu seu olhar assustado, na direção de Raphaelo._ Gengibrinho?
Usei o apelido tosco, que Junniper deu a garota e por incrível que pareça, recebi um olhar odioso de meu amigo. Senti o gosto da vingança na ponta da minha língua, e sorri adorando tudo aquilo.
Raphaelo deu um passo em direção a Ginger, mas para a surpresa de nos dois, ela apenas saiu correndo, na mesma direção que veio.
- Está vendo! Você assustou a garota. _ O acusei, e vi que ele apenas olhava em direção a porta do local com uma cara de idiota._ Ei cara, o que você fez pra menina?
- Eu não sei, quer dizer, eu nao fiz nada! _ Ele disse ofendido, mas dava passos em direção a porta._ Tá certo então, nos vemos depois.
Eu senti que rolou o tchan.
Pensei em ir atrás dos dois, mas neguei, não é minha protegida, então não é uma responsabilidade minha. Me apoiei na grade, sentindo meu peito apertar.
Eu não consegui cuidar da minha protegida, o que me garante, que conseguirei cuidar da minha mulher?
Não pretendo cometer o mesmo erro duas vezes, nem que eu tenha que ceder a minha vida, Kalina viverá bem e saudávelmente.
O Raphaelo vai pagar com a língua sim 🗣🗣 Ginger que lute.
O quê foi essa atitude "diferente" desse segurança? Shippam esse casal?
Raper,Phagin, Gingelo, Eloger, Phager... ( Essas junções esquisitas)
Deixe seu voto e seu comentário ❤
E até o próximo ❤🦊
VOCÊ ESTÁ LENDO
Three loves for India
RomanceKalina India uma Florista de 24 anos se vê perdida em dívidas, sem apoio familiar e sem querer aceitar dinheiro de seus amigos, resolve arrumar um segundo emprego, mas se de repente, três homens possessivos e lindos, aparecem a deixando desnorteada...