Nadine.- Thriller.

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S/N pov

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S/N pov

     Respiro fundo mais uma vez para conter o riso interno, para que ele não venha a sair. O motivo? Nadine paranoica depois de um filme.
      Okay, tá legal, eu vim dormir com ela, fazer meu papel de boa namorada  porque nem sua mãe, nem seu irmão estão em casa e ela não gosta de ficar sozinha. Decidimos assistir alguma coisa, como está perto do Halloween e é minha data favorita sugeri que assistíssemos uma coletânea nova que separei há algum tempo pois queria ver em véspera.
      Antes perguntei se estava tudo bem, se ela queria mesmo pois conheço minha garota, o ódio por qualquer coisa que a deixe desconfortável, tensa ou atenta demais. Ela disse que queria ver, com certeza iria gostar. Fomos não é? Sentamos-nos no quarto dela, ligamos a TV e entrei na primeira plataforma streaming.
      Caramba, estava tudo ótimo, tudo bem, tudo certo. Depois de tudo nos deitamos, fomos dormir... até agora.

- Amor, eu não vou só...- Implora mais uma vez.- Você não pode ir comigo?

      Ergo uma sobrancelha em deboche e pura diversão ligando o abajour.

- Babe, está com medo?- Me sento no colchão escorando as costas na cabeceira acolchoada.

- Eu? Não, não estou... eu só... não gosto de ficar sozinha.- Engole seco, pude ver o bolo descer por sua garganta com dificuldade.

- Está tudo bem... okay? Não é como se isso fosse Thriller.- Sorrio vendo a cara de tédio dela, uma feição forçada mostrando o desapontamento e a chateação comigo.- Okay, okay... entendi. Agora, por que somente você não vai? Evitaria muito de nós duas termos de sair, de andar, o chão frio...- Eu brincaria com seu humor? Como eu disse, sou uma ótima namorada. Claro que sim.- O escuro, aliás, está muito escuro...

- S/N!- A voz falha me faz querer gargalhar, obviamente somente isso por saber que a circunstâncias é a favor. Ela tem medo, não quer admitir e tem medo de coisas não reais.

- Amor!

     Nadine fecha mais suas expressões, arruma a coberta e volta a se deitar, virando-se para o outro lado.
       Como ela não estava vendo eu ri no modo mudo. Deus me perdoe...

- Amor...- Junto meu corpo ao seu, abraçando por trás.
      Minha vontade de rir não passa, somente continuo neutra.

- Sai S/N.- Tenta tirar meu braço de sua cintura, falha.

- Você quer ir ao banheiro. Vamos.- É claro que eu não deixaria ela com vontade, ainda mais com o medo que está.

- Mesmo? Vai comigo?- Vira seu rosto desacreditado para mim.

- Claro que sim.- Beijo seus lábios rapidamente.- Vamos.

       Levanto-me primeiro, busco as pantufas calçando em seguida, ando até a porta e ligo a luz do corredor.

- Espera...- Vem até mim segurando minha mão.- Vamos.

          Eu quero tanto rir, me seguro ao extremo. Para piorar a música "Thriller" de Michael Jackson passa e repassa em minha mente, quero cantá-la mas só a irritaria mais.
         Andamos tranquilamente de mãos dadas, descendo os degraus da escada longa.
       Adorável uma de suas mãos dada a minha e a outra segurando a barra de minha blusa.

        Ao pisar na sala eu ascendo a luz do lugar, quando o cômodo se tornou claro e visível ela andou até onde queria, ligou a luz do banheiro e entrou lá deixando a porta aberta. Não contestei em momento algum pois eu poderia apanhar por isso. 
       Somente andei até a cozinha para beber um pouco de água. Abro a geladeira e separo um copo de armário. Coloco a água e permaneço tranquila até que um sorriso me torna na boca, minha mente é minha pior inimiga...

- Cause this is thriller, thriller night
And no one's gonna save you from the beast about to strike.- Minha deixa para começar a cantarolar sozinha.- You know it's thriller, thriller night-

       Paro de cantar assim que Nadine aparece no local.

- Você escutou isso?- Discordo em um movimento de cabeça, faço também a melhor cara neutra que posso.

- O que?

- Não sei, é um barulho estranho... vem do quintal.- Move seu corpo para perto do meu, rapidamente a abraço.

- Então deixa ele no quintal, amor.- Passo a minha mão por seus cabelos macios.

- Babe, eu não vou dormir com isso no quintal não...- Sinto suas mãos agarrarem minha blusa novamente.

       Suspiro fundo, meu sorriso já transparecia.

- Quer que eu vá ver?

- Não, não vai...- Seus braços ao redor de minha cintura se forçam mais.

- Só pra te mostrar que não há nada lá, assim como não há nada aqui.- Tento me desvencilhar de seus braços mas ela me prende.- Nadine...- Pelo aviso ela me solta contra sua vontade, mesmo segurando ainda a barra de minha roupa.- Boa garota, Nadine...

      A porta corrente da cozinha da para o quintal, não foi um longo caminha até chegar nela.

- Amor...- Choraminga com voz sofrega.

-  Não há nada lá, vou abrir. Okay?- Coloco a mão na chave que trava a porta.

"And wonder if you'll ever see the sun
You close your eyes.
And hope that this is just imagination".

      Ela não fala nada, continua calada.
       No momento que girei a porta e abri vi seu ser ficar branco, um vulto preto da altura de minha cintura entra com rapidez.
      Como de esperado, ela grita.

- Calma, hey!- Me viro, segurando seu corpo no meu, abraçando forte.- É o Tony... olhe, amor, o Tony...- Mostro pra ela o cachorro.

- O Tony?- Retira a cabeça de meu pescoço.- O Tony...- Sua é voz trêmula é de percepção, ela percebeu o cachorro somente depois do susto.

       Eu não aguentei a risada, meu pescoço está molhado e seus olhos também. Não aguentei.
       Minha gargalhada ecoou por todo o lugar.

- Para de rir!- Esconde novamente o rosto.

- Eu acho que o Tony é o Thriller.- A risada não para em momento algum.

- Hey, não brinca com isso. Para, é sério...

       A cereja do bolo foi a luz da sala ter apagado sozinha.
       Um time perfeito. A luz se apagando, suas unhas cravando minha pele e o Tony latindo.

- Cause this is thriller, thriller night...

- S/N!

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    Maria Eduarda atualizando fanfic dois dias seguidos? Que milagre é esse?

       

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora