Hailee.- Quero gritar.

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Hailee pov

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Hailee pov

           Eu acho que venho me apaixonando por minha vida cada dia mais... nunca parei tanto para refletir e agradecer por passar pelo que passo, por sorrir do que sorrio, por ter o que tenho. Não foi fácil, nada é. Nunca é. Mas é esse suor de alívio e agradecimento que deixa tudo melhor, que nos entorpece mais de paz. E paz é o que realmente sinto agora. Família, boa estrutura, boa convivência, são todos motivos para que eu agradeça e sorria.

- Mommy...- Katharina chama pela gretinha da porta do quarto, onde ponta a cabeça.

- Oi meu amor?

- A mamãe está melhor?- A garotinha entra devagarinho, preocupada.

- Está, ela está... venha.- Chamo para colocá-la ao meu lado e ao de S/A que acordou do cochilo em resultado de nossa movimentação, um erro de cálculo nosso.- Volte a dormir meu amor, desculpe-nos por te acordar, estava dormindo tão gostoso...

- Não, tudo bem.- Ergue a cabeça do travesseiro... hey, precisa de algo minha filha?- Pega a mãozinha de nossa menina de seis anos em meu colo.

- Na verdade... queria saber como a senhora está. Vovó disse que não estava muito bem então vim correndo.- Brinca com os dedos da mãe.

- Eu estou bem...- Faz um careta.- É somente sua irmã que está perto de vir.- Sorri.

        E de fato está mesmo, Bianca está agitada ainda no ventre, esse "mal estar" são as leves contrações de entrada, S/N tem aguentado fortemente cada uma delas e mesmo assim tem sorrido.

- Ela está mesmo vindo?- Murmuro "Uhum" em resposta.- Eu estou tão ansiosa!

- Não mais que eu.- Confesso em voz alta, acho que sou eu a pessoa mais desesperada pela chegada de nossa segunda filha, ando até mais agitada e isso estressa S/N em poucas partes.

- Duvido...- Sua boca se abre em um perfeito "o" após a Vista da barriga de minha mulher se mexer em um montinho, um chute da irmã lá dentro.- Viu isso mommy? Viu?!- Aponta o dedinho na direção.

- Eu vi meu amor, eu vi...- Levo a mão com calma e coloco lá Sentindo mais um chute, ação nada nova mas gratificante.- E fez de novo, ela sabe que falamos dela.

- Mesmo?- Os olhinhos dela brilham em adoração, não tenho dúvidas de que Katharina amará demais essa menina.

- Mesmo... converse mais com ela, aliás, coloque a mãozinha e sentirá.- S/N encoraja e ergue mais um pouco o tecido que cobre sua barriga.

       S/A leva a mão direita de nossa primogênita até um certo ponto, sorri após ver a garotinha sorrir maravilhada com uma ação repentina da irmã no forninho.

- Ela se mexeu!- Arrasta a mão pela extensão.- A senhora não sente dor, mamãe? Ela não faz isso forte?

- Dor forte não. Mas sinto uma pressão intensa no local.- Explica com a maior calma do mundo, eu não teria tanta calma sendo chutada por dentro.

- Tipo picadinha de formiguinha?

- Não meu amor...- Ela solta uma risada baixa.- Mas não dói tanto.

- Então é tipo o que?- Franze as sobrancelhas assim como S/A costuma fazer quando está se questionando, buscando saídas.

- São tipo...- Penso em algo exato, algo que de fato lhe conformará.- São tipo boladas de basebol, fraco, claro.- No mesmo momento ela olha para mim com a feição engraçadinha.

- Isso! Boa. - Minha esposa exclama óbvia.

- Vish. Eu nunca levei uma bolada com uma bola de beisebol. Espero que não doa mesmo mommy.- Suspira.

- Não dói. Não é insuportável querida, fique tranquila.- S/A a conforta, sei que ela sabe que nossa filha ficou encucada com isso.- Você também fazia isso, sabia?

         Os olhinhos de Katharina se arregalaram no mesmo momento, eu ri de sua expressão e lhe beijei a cabeça... É engraçado o jeito que ela tende a perceber e lidar com isso, são como choques instantaneaos.

- Mesmo? Me desculpe...

- Meu amor, não peça desculpas.- A mãe ri com gosto, eu acompanho.

- Mas eu te dava boladas de beisebol!- Exaspera.

     S/N revira os olhos em diversão.

- Fique calma, eu estou calma não estou?

- Está.

- Então fique também, não sei porque disso. Estamos bem.- Se movimenta e faz uma breve careta, acho que sentiu algo.- Está tudo bem...

- É meu amor, tudo bem...

       S/A novamente se movimenta e pude ver que engoliu seco, eu me incomodo um pouco, se ela passar mal novamente eu nem sei o que posso fazer.

- Kath... - Chama a garota disfarçando o incômodo, sei que sente.

- Hm mamãe?- E ela não percebeu nada.

- Poderia só pegar um copo de água pra mamãe?- Pede.

- Okay...- Diz meio desconfiada, sei que não entende o porquê disso.- Já volto.

       Katharina se desvencilha de meus braços e desce desajeitadamente da cama, passa pela porta para o corredor rapidamente. Apartir do momento em que ela não estava mais no quarto S/A se vira pra mim como uma feição de calma claramente forçada.

- A bolsa maternidade está pronta, não é?- Pergunta montando inocência.

- Sim, mas...- Aqui entendi o que se passa, para confirmar somente passei o olho mais a baixo, o forro branco está molhado.- Oh meu deus...

- Calma, okay? Calminha...

      Eu quero gritar, meu corpo parece entrar em combustão e quando essa combustão chegar em minha mente será como um choque de realidade. Minha mulher está em trabalho de parto.

- Eu... eu preciso pegar o... o...

- Amor, você precisa respirar, respira, respira e pega as chaves do carro, liga pra minha mãe ou pra sua para poderem ficar com Katharina e só liga pra doutora, avisa que estamos chegando...- Segura minha mão, enquanto eu estou como louca ela que sente dor para e raciocina.

- Tá, vou ligar, só...- Começo a procurar o telefone.

- Está aqui.- Me passa o seu que é pego por mim em meio à uma tremedeira completa, estou querendo chorar já.- Amor...

- Desculpa, eu estou meio atrapalhada, eu...- Não seguro o choro e deixo escapar.

- Oh Haiz...- S/A se senta na cama me trazendo para seus braços.- Calma, vai dar certo, só tente conciliar, respire fundo, respire...

- Eu sei, só estou feliz...- Soluço.

- Eu também estou...

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora