S/N pov
Não dá tempo nem de eu abrir a porta e Hailee entra como um furacão. Mais sedo ela me ligou desnorteada, disse que me odiava e que iria me matar, não entendi muita coisa e pediu também para que eu comprasse o almoço e assim fiz, não quero apanhar hoje.
- Hey, hey, hey...- Acompanho seus passos rápidos até a sala.- O que houve? E por que estava daquele jeito? Me assustou!
Minha ex somente se vira para mim jogando sua bolsa no sofá.
Sua expressão é de puro desnorteamento, não consigo decifrar de todo modo...- Olha, eu...- Leva uma mão exasperada para seu rosto, passa nada gentil e segura o cabelo.- Eu te odeio. Odeio mesmo, meu Deus...
- Por que?! Nem fiz nada!- De fato tenho indignação em minha entonação de voz, sequer lhe fiz algo e tenho de ser odiada?
Ela revira os olhos e deixa seu corpo cair no móvel acolchoado desta vez, o olhar no teto sem rumo.
Ela definitivamente está pensando e eu estou sem resposta alguma para assimilar a seu comportamento.- Lembra daquela mulher que eu estava ficando?- A voz falha, eu não entendi o porquê de citar suas ficantes para mim, nosso combinado não foi esse.
- Olha, se for me falar de seus casinhos pra...- Fui cortada.
- Eu gemi seu nome quando estava dando pra ela.- As duas mãos correm para seu rosto.
De fato me pegou de surpresa sua declaração, um tanto engraçado... Claro que tirarei sarro disso.
- Uau... ahm...- Seguro a risada.
- Vai mesmo rir?- Nego com a cabeça tentando omitir até de mim mesma a vontade de liberar a gargalhada.- Eu te odeio tanto...
- Então por que gemeu meu nome?- Sorrio.
- Porque foi inconsciente! Só foi... era você!- Soca o estofado do sofá.- Era o certo pro meu cérebro e meu coração! Minha boca só... falou.
- Quando?- Me sento no outro sofá, até então eu estava de pé olhando para ela.
- Quando passei essa vergonha?- Murmuro um "uhum".- Ontem a noite.
- Mas ontem a noite você me ligou e nós...
- Foi antes! Eu precisava de fato de você. Tinha que ser você...- Suspira.- Eu nem consegui continuar com ela, nós paramos assim que não te reconheci no rosto dela... céus, foi tão constrangedor.
Meu coração se aperta, Hailee andava tentando superar mas nunca queria de fato. Assim como eu não consegue se separar, eu não consigo me separar dela e nem ela de mim, nós dormimos juntas, ainda colamos nossas bocas e nos pegamos em carinhos perfeitos, os nossos.
E diante dessa não superação nos ocorreu um desespero interno, por que continuar assim se "acabou"? O ponto qual nunca achamos, nossos amigos nunca acharam e não conseguimos seguir em frente. Sugerimos a nós mesmas que achássemos superação pois pelo menos prova de que há como isso acontecer queríamos, eu queria provar pra mim e pra ela que consegui, ela queria provar pra mim e pra ela que conseguiu. Ficamos com outras pessoas, nos vimos com menos frequência e nada melhorou, piorou pois a saudade era imensa, a ansiedade era violenta e nós não tínhamos um rumo separadas, juntas pelo menos algo tínhamos.- Mas achei que já estava acostumada de fazer isso com outras pessoas que não fossem eu...- Desço o olhar para o tecido macio do acolchoamento, desenho linhas descontraídas no local em forma de tentar focar aqui, não olhar para ela... falar isso é estranho.
- Não. Definitivamente não... foi a primeira vez que tentei ir pra segunda base.- Ergue seu corpo, forçando-o a se levantar, olhar pra mim.- E a realidade você viu, não deu certo.
- Bom... sempre há novas tentativas não é?- Ergo minha cabeça, sustentando seu olhar que precisa do meu desta vez.- Tente novamente.
- Mas eu não quero!- Grita, o que me fez assustar.- Desculpa...- Sorri amarelo.- Eu não quero tentar de novo. Não vou conseguir e já me conformei disso.
- Conformou, é?- Ergo uma sobrancelha sorrindo.
- Sim.- Coloca uma mão fechada em sua boca.- E meu Deus... como eu estava com saudade de transar contigo. Eu vi tantas estrelas...
- Hailee, Hailee...- Nego com um movimento de cabeça.- Sorte a sua que estamos no mesmo barco.
- Eu sei disso.- Hailee convicta sai de onde estava, joga seu corpo ao meu nos fazendo cair no sofá.- Fala que me ama? Por favor...- Senta em meu quadril.
- Se você falar que me ama também...- Passo minhas mãos por sua cintura.
- Eu te amo.- Se inclina, passando a bochecha na minha, o nariz em minha mandíbula e por fim deixando rastros de batom em meu pescoço, sei disso por sentir a textura grudenta.
- Mesmo?- Ela ergue a mão me dando a visão da aliança em seu dedo. De fato outro motivo para que eu fique surpresa, eu não havia percebido que estava lá.
- Agora fala que me ama...- A voz baixa me desconserta.
- Eu te amo. Demais.- Beijo sua pele.
- Eu também te amo demais...
- Não me odiava?
- Não estou sabendo disso.
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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃
ChickLit-AVISOS- × Não abertos para pedidos. × Claramente serão imagines da Hailee e alguns de seus personagens quais interpretou ao longo de sua carreira, melhor, até agora. × Revisões constantes, recomendo ler mais de uma vez ou esperar um tempo após post...