Narradora pov
O cansaço dos músculos e da mente de Emily são os cúmplices das provas de que novamente sua energia tem sido sugada por afazeres, por brigas e desavenças. O pior é que percebe como tudo tem sido diferente, como as mudanças vem ocorrendo e de como tudo costumava ser quando mais nova, quando podia pensar, escrever e divagar. Bons tempos fáceis, ótimas manhãs dormidas e ótimos sentimentos que não eram sinônimo de desconto à fadiga... eram tão genuínos e sem um rancor ou desejo de mudança radical por trás. Vivia a melhor versão da época, melhor de seu corpo, de sua alma, de seu ser... lembra e lamenta a perda da mente inocente, da boca livre e das palavras impressionantes.
Contudo não pode deixar de evoluir, os tempo deve passar, não parar assim como o ser humano. Sua casca grossa cresceu e seu tamanho também, coube mais coragem, coube mais força em seu corpo agora indisposto... couberam novas descobertas.- Tem escrito ultimamente?- S/N, a "amiga" mais próxima lhe pergunta. Mas de fato S/N S/S é uma nova descoberta. Uma descoberta desconstruída e construída a uma nova coisa, agora lhe conhece mais.
- Não... não tenho tido um mínimo tempo para fazer isso.- Prega os olhos no céu escuro, estrelas estão a se destacar e uma brisa valente lhe encoraja.
- E como se sente?- A garota se senta na grama ao seu lado. Essa é mais uma de suas escapadas noturnas, passam o dia juntas mas tão separadas que chega a sufocar, doer, não chega a ser um íntimo verdadeiro qual querem com todo coração e corpo.
- Devastada.- A cabeça cheia lhe implora as mãos que façam escrita, lhe imploram progresso em papel mas... não há. E tudo isso culpa das pessoas que lhe tomam o tempo em trabalho corporal, não sentimental.- Me sinto como pavimentos, cavalos passam por mim, carruagens, carroças, pessoas apressadas e sem ter como parar, nunca param... mas o incômodo é que não são pessoas de verdade, não são somente carroças ou carruagens, todos esses vultos são ideias, pensamentos insistentes.- Seu ponto fixo vira uma estrela, aquela que brilha em um branco puro, uma luz pura... ah sim... isso lhe faria escrever se pudesse parar, respirar de frente para sua penteadeira e ter um lápis em mão.- Todos esses "vais e vens" são pensamentos que não fogem, que não me deixam em paz. Não machucam, claro, mas o que me machuca é não poder fazê-los ali, para que eu possa só... ver em minha letra, guardar como ouro ou a pedra mais pura e fina que já fora lapidada.- Sorri de lado, seus feitios todos tem sido a base de descobertas, por si só descobre tudo, formula tudo e interpreta. Mesmo que seja da forma mais grotesca, mais densa, impura... de fato a estrela brilha muito.
A mulher ao seu lado a todo momento lhe olhou, olhou para Emily que admira o astro, que mais uma vez despejou alguma verdade sem perceber, porque é sua verdade, e é tão pesado que seja assim sua realidade. Não são só palavras duras...
- Então... Emily Dickinson está morrendo?- Brincou. Emily sempre diz que está a morrer, não disse desta vez então a mais nova não perderia a oportunidade.
Em resposta Emily riu fraco, voltou as orbes chocolates para o rosto que lhe agrada. Como pode alguém ser tão emocionante ao seu coração? Ele palpita calmo mas sem dó, ele é feliz ao vê-la.
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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃
ChickLit-AVISOS- × Não abertos para pedidos. × Claramente serão imagines da Hailee e alguns de seus personagens quais interpretou ao longo de sua carreira, melhor, até agora. × Revisões constantes, recomendo ler mais de uma vez ou esperar um tempo após post...