Charlie Watson.- É uma honra.

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Charlie pov

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Charlie pov

Bufo pela milésima vez em menos de duas horas, não quero ir agora, não quero ir hoje, não quero ir nunca. Baile de formatura, minha formatura. E por que não? Porque não há nada a ser comemorado com outras pessoas, não coisas que queira comemorar com a gentalha alheia... prefiro ficar em casa, não usar esse vestido nada confortável, tirar essa maquiagem seria parte de meus belos planos, chamar minha garota para se deleitar juntamente de mim, mas, mamãe quer que eu vá, ela diz que nunca aproveito nada, que não vou a festas como meus colegas, que nunca sorrio de coisas banais como eles. Uma vez até me acusou de ser virgem, fiquei calada, aparentemente ela não sabe de muita coisa sobre mim e quer falar sem saber.

Olho para o meu relógio digital pela terceira vez só para ver se os minutos correm mais rápido se eu fingir que não me importo com eles, me sinto angustiada em saber que preciso fazer o que não quero por quem quer que eu faça.
Lá vamos nós Charlie, "Você já é uma mulher, uma jovem mulher na sociedade. Curta sua transição como uma!". Mamãe quem disse.
Me levanto do chão preguiçosamente, até então estava sim jogada no chão de carpete do meu quarto pensando somente no sufoco que me rendo a passar, nos sacrifícios que não me rendem quase algum resultado brilhante, na moral desgastada que nem tenho. A moral qual terei de forçar pois não aguento mais lidar com meus colegas de classe, meus colegas e somente isso pois não há exceções para vaga de "amigo" ou ao menos "considerado". São todos babacas ou meninas cujo só se importam com seus cabelos hidratados, unhas feitas e teste de gravidez de resultado negativo.

Passo preguiçosamente pelos corredores do andar de cima até descer pelas escadas de Carvalho envernizado de preto, percebendo as luzes baixas deixando o ar ameno e em resultado mais calmo em minha humilde opinião.

- Está tão linda meu amor...- Mamãe profere assim que cruzo o arco de entrada da sala para a cozinha.
Somente sorrio o mais fiel à um sorriso de verdade, um sorriso ensinando "vontade". Claramente saiu forçado e ela pareceu não perceber, isso o que importa.

- Obrigada mãe, a senhora também está linda.- Elogio sua aparência, ela realmente esta bonita em sua roupa formal, camisa de linho social branca, calça de alfaiataria preta e scarpin preto nos pés. Um luxo.

- Obrigada...- Seu olhar volta ao meu vestido, parece perceber algo fora do lugar pois logo volta a arrumá-lo em meu corpo, passando a mão pela forragem de cima e posicionando a faixa do laço de cetim. Claro que não reclamei em momento algum, entraríamos em uma discussão nada nova caso abrisse a boca para contrariar suas idealidades, que no momento são as de que eu "curtiria" assim.

- Acho que já está no momento de irmos, não?- Chamo sua atenção.

Ela para de mexer em minha vestimenta, mexe em seu relógio de pulso e parece pensar por intante, acho que processa ou calcula milésimos de tempo.

- Verdade, vamos para o carro. Não queremos nos atrasar.- O sorriso mais verdadeiro que vi esta noite...

- Claro...

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora