Nadine.- Não acontecerá nada comigo.

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Nadine pov

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Nadine pov

     Minhas mãos suam frio, acho que nem o paninho que eu segurava seria capaz de secá-las. O ritmo impassivo delas em uma tremedeira contínua não ajuda o ritmo que quero manter. Meu coração acelerado e culpado se resfria por pavor, bombea sangue tão alto que consigo escutar meus próprios batimentos frenéticos.
     Nunca na vida senti a adrenalina medrosa como me toma agora, meu corpo esta rígido por tensão, não gosto mais de pensar na amargura que fiz, no que efetuei... quero dizer, acredito que agora sei da sensação que nunca deveria saber.

      Escuto o barulho de passos chegando onde estou, logo saí da posição que estava assumindo uma completamente defensiva sem mostrar intuito. Claro que desfiz quando vi quem era, ela.
      Seu olhar preocupado denuncia que ela sabe o motivo de meu desespero.

- Vem...- Seus braços se abrem para me acolher.- Shhh... está tudo bem, está tudo bem.

     Tento abraçar sua cintura mas não tenho força alguma em meus membros rígidos, somente sinto o choro descer e um enjoo repugnante tomar conta de meu astral.

- Eu não queria fazer aquilo, você sabe... você sabe que não fiz por querer.- Minhas lágrimas molham sua blusa, minha culpa afeta minha cúmplice e sei disso por ela estar aqui.

- Eu sei, eu sei amor. Calma, calma.- Sinto suas mãos em meu couro cabeludo, o toque que não consigo aderir por conta do desconforto interno que sinto.

- Não tenho como ficar calma, estão procurando por quem fez. Eu escutei pelo rádio.- Meu corpo passa a sentir espasmos em sua condição.- Eles vão descobrir cedo ou tarde que fomos nós e...

- Não vão. Não vão mesmo.- Sua entonação passa a ser firme, e acredito que também sente um pedaço de desespero em seu ser, o frenesse dos batimentos cardíacos de S/N em meu ombro direito.- Fique tranquila, não deixe transparecer nada e sairemos ilesas. Eles não tem como provar que fomos nós, nem estamos entre suspeitos.

- Eu sei mas tenho medo e desde aquele dia a imagem me assusta, sangue... oh S/A, era tanto sangue...- Não pude evitar de me engasgar com minha palavras dificultosas, meu nariz está entupido e minha garganta ardendo.- Nunca achei que rezaria tanto na vida, nunca apelei tanto por misericórdia e nunca chorei tanto por perdão, S/A... nunca.

- Eu sei, eu sei... eu sei.- Seus braços se apertam mais em volta de mim.- Não há como evitar que os relances venham não é?

- Eu tento evitar, eu tento não pensar... há duas noites que não durmo, os tique-taques do relógio me lembram da sequência de bates, a porta se fechando, o passo contra o chão de madeira, o golpe na cabeça e o baque da queda.- Fecho os olhos com força sentindo o ar doer em meu interior.- Era para ser só um susto...

    Um beijo foi deixando em minha cabeça em pura tentativa de que me acalmasse. Claro que não funcionou, a amo demais mas nesse momento minhas saídas do labirinto não existem e estou a ponto de morrer para o desespero, é questão de medo, eles me pegarão mais cedo ou mais tarde, eles nos pegarão.

- Eu vou dar um jeito se as coisas piorarem.- Eu acreditaria se fosse possível, se estivéssemos em outra situação mas é ridículo que me fale isso, mais ridículo inda seria se eu acreditasse mesmo com muita vontade.

- Não, não vai...- Consigo me atrelar a ela.- Oh querida, ele não merecia aquele fim deve ter agonizando tanto. E ouviu os rumores? A cidade toda comenta sobre isso, eu estou com tanto medo.

- Olha pra mim...- Me forço a retirar o rosto de seu ombro para olhá-la, olhar seus olhos opacos.- Não é culpa sua, não é culpa minha. Se estiverem pensando em nos colocarem como suspeitas eu disse que darei um jeito, sei que não acredita pois a situação é feia mas sairemos ilesas pois sabe que consigo tudo que quero, tudo que queremos.- Suspira. Ela parece de certo muito mais calma que eu e é aterrorizante pensando por um lado, por outro é bom pois alguém há cabeça no lugar e não perde o controle.- Nada vai lhe acontecer enquanto eu estiver aqui, okay?

- Okay.

- Repita comigo. Não foi minha culpa, não acontecerá nada comigo.- Pede com voz calma.

- Não foi minha culpa, não acontecerá nada comigo.

- Boa garota Nadine, boa garota...

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍𝐅𝐄𝐋𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora