Capítulo 3- Possibilities

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Ainda faltava muito para amanhecer, mas eu e Baela já estávamos de pé e iríamos para o fosso dos dragões.
Já tinha se tornado um ritual nosso, sair durante a madrugada para voar, sem precisar dar explicações, e como existiam várias passagens secretas, era assim que sempre saíamos sem que nos vissem.

Baela é uma das filhas de meu pai com a falecida Laena Velaryon, ela e Rhaena são minhas irmãs mais velhas. Assim como Rhaena foi prometida a Lucerys, Baela foi a Jacaerys, a diferença é que o casamento dos dois está marcado para o início de 138 D.C, enquanto Rhae e Luke decidiram não se casar.
Rhaena nunca participa, não só por não montar um dragão, ela é a mais reservada, não gosta de se meter em nossas aventuras noturnas, mas mesmo assim, sempre que necessário, nos da cobertura.

Mas dessa vez não era só uma aventura comum, iríamos até Tumbleton, ao sudoeste de Porto Real, e nos encontraríamos com Daeron, filho mais novo do rei Viserys com a rainha Alicent.
Daeron era talvez o único, de todos os meus tios (filhos de Alicent), que tínhamos uma relação saudável, ele sempre foi o mais generoso, mesmo odiando meus três irmãos mais velhos, ele não transmitia esse ódio para mim, Baela ou Rhaena.
Uma vez até pensei que tio Aegon não me odiasse, até que armou uma "pequena" emboscada para mim, ele sabia que Sunfyre (Dragão de Aegon II) eu poderia controlar facilmente, então decidiu usar o dragão do irmão, ele tinha certeza de que Vhagar (Dragão de Aemond) me devoraria ou talvez me queimasse, mas não o fez, pelas duas semanas que se seguira, ele soltava ofensas ao dragão do irmão, e dizia que não era mais aquele dragão feroz que as histórias nos passavam.
Baela tinha uma teoria estranha, dizia que ela só não o fez por conta da ligação que tem com o tio Aemond, e de acordo com ela, ele jamais me machucaria, não confio muito nisso, mas não vamos pensar em Aemond agora.

Meu tio mais novo, estava vindo de VilaVelha, onde reside, para nos trazer informações sobre Molina Crewton, uma mulher que Joffrey conheceu no ano passado, e que começou a cortejar, não a conhecíamos, o que sabíamos é que ela nasceu em Dorne, Lançassolar, e que seus pais cuidavam do cultivo de azeitonas. Meu irmão logo se apaixonou por ela, dizia que não havia mulher mais bonita que ela nos 7 reinos, a mulher tinha a pele cor de oliva, era alta, com ombros largos, mas não em exagero, cabelos longos, um pouco acima da altura do quadril, e escuros como ébano.
Uma mulher que era impossível passar despercebida, temos que admitir, a beleza dela era indescritível, mas da noite para o dia, ela simplesmente sumiu sem dar explicações.

Para a felicidade de Joffrey, durante a comemoração, enquanto Aegon mostrava suas habilidades com o dragão, Molina apareceu, eu não cheguei a vê-la, no momento de sua chegada estava em um passeio com Colin, mas Baela contou que ela se explicou, disse a Joff que os pais precisaram dela com o máximo de urgência e que para infelicidade dos dois, não pôde se despedir.
Sabe quando seu coração sente que há algo de muito errado na situação?
Foi o que eu senti, não só eu, Baela e Rhaena também, até mesmo Leah que não era de se meter nesse tipo de assunto, achou tudo muito estranho.

Não é novidade o problema de Dorne com os Targaryen, não seria uma surpresa se essa fosse mais uma tentativa de infiltração deles.
Por isso, assim que soube de sua volta, enviei uma mensagem a Daeron, para que descobrisse tudo sobre essa mulher, mas tudo precisava ser feito em sigilo total, para não alarmar ninguém, não podemos prever qualquer traição, por isso meu tio sugeriu um encontro em Tumbleton, enquanto todos estivessem dormindo.

******

Ainda falta um pouco para chegar na Colina de Rhaenys, o fosso dos dragões se localiza no topo dela, como estamos a pé, o caminho acaba sendo um pouco longo demais, temos a nosso favor a escuridão das ruas, quando vemos algum grupo de guardas, as sombras são o nosso esconderijo. Baela está com o olhar mais apreensivo que o normal, algo está lhe incomodando.
— Você está bem? Parece estar preocupada. – Ela me lança um olhar sério e quando vai me responder, não sai nenhum som, apenas movimenta a boca: "Anda rápido, acho que estamos sendo seguidas".
Começamos a andar muito mais rápido, algumas ruas próximas a colina eram tão apertadas e estreitas, que poderíamos tentar despistar quem quer que estivesse nos seguindo. Depois de um longo tempo em passos acelerados, Baela me puxou para uma pequena entrada bem na base da Colina de Rhaenys, era tão pequena e escondida, em um canto sem qualquer iluminação, que só quem soubesse de sua existência poderia achá-la.

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora