Capítulo 13- May the Gods protect us!

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Ouço um barulho de algo se quebrando, escuto alguém se desculpar, depois sinto algo gelado no meu abdômen, logo depois uma pressão forte, sinto uma dor insuportável, acho que um grito escapa da minha boca, tento abrir os meus olhos e não consigo, estão pesados demais, tento relaxar, mas só consigo pensar na dor das flechadas, sinto como se ainda estivessem dentro de mim, é insuportável.
Sinto uma mão acariciando o meu rosto, sinto o cheiro agradável de rosas, vou perdendo os sentidos, até que não ouço mais nada.

******

Meu corpo parece estar queimando, sinto uma dormência nas pernas, a região da minha costela parece dolorida, mas não sinto mais aquela dor no abdômen, estranho, o que será que está acontecendo? Tento abrir meus olhos e falho novamente, o mesmo cheiro de rosas me atinge, alguém segura a minha mão e ouço uma voz.
— Paty, e se ela não acordar? – Ouço um suspiro.
— Se isso acontecer, aconselho que o restante dos Lannister rezem para que os deuses tenham misericórdia deles, porque acredite em mim, ele não terá. – Tento falar algo, quero saber quem é ele, mas não sai nenhuma palavra compreensível.
— Ela resmungou algo, será que está sentindo dor? – Sinto alguém se aproximar.
— Acho que não, quando troquei o curativo dela mais cedo, não deu nenhuma indicação de dor, pode ser um sonho, sei lá. Saia de perto dela, Brianna, ele não vai gostar nada se souber que você está fazendo hora extra aqui de novo. – Ouço passos se afastando e a porta bater.

Depois de um longo tempo com tudo em silêncio, começo a ter a sensação de estar sendo observada, quero abrir os olhos para poder conferir, inferno.
Ouço a porta se abrir, um grito logo em seguida.
— Pelos deuses, você me assustou, não sabia que já tinha retornado. – Tinha alguém aqui comigo, eu estava certa.
— Ela acordou alguma vez? – Pergunta rispidamente, alguém não está para conversas.
— Não, mas ela já não sente mais dor quando limpamos a ferida do abdômen, é um grande avanço. – Fica tudo muito silencioso por um tempo, até que alguém se pronuncia de novo.
— Avisarei se ela acordar, vá descansar, príncipe. Vou mandar avisarem ao meu pai que está de volta. – Tudo volta a ficar em silêncio, minha mente parece pesar e não consigo captar mais nada.

******

— Acha possível pular de um dragão para o outro? Eu poderia tentar fazer isso, eu seria o montador mais legal de todos. – Alguém ri, ouço o barulho de um copo sendo cheio, um suspiro também.
— Só se você fosse louco, não tem como, você provavelmente cairia, ou o outro dragão te rejeitaria e você seria o almoço dele. – Eu quero responder, eu preciso responder.
— Com certeza a segunda opção, mas se você conseguisse, você seria o montador mais legal de todos. – Ouço passos apressados, sinto várias pessoas ao meu redor, sinto alguém pegar na minha mão e...

— Rhaenys, querida. – Dessa vez quando tento abrir os olhos, eu consigo. Demora um tempo até me acostumar com a claridade, mas quando minha visão finalmente foca, encontro minha mãe me olhando. — Oi, meu bebê. – Lhe dou um sorriso e observo em volta, Aegon está ao lado dela com um sorriso de orelha a orelha, Baela está do outro lado da cama, junto com Rhaena e Jacaerys, sinto um alívio por saber que realmente sai de Rochedo Casterly, parte de mim tinha medo de abrir os olhos e encontrar Colin me encarando.
Tento me levantar sozinha, mas Jace se adianta e me ajuda, Aegon se joga no meu colo.
— Você acordou! Eu pensei que você ia ficar dormindo para sempre, sua preguiçosa. – Não aguento segurar, tenho uma crise de risos. Minha mãe repreende Aegon.
— Muito engraçadinho. – Aperto as bochechas dele.

— Oi mãe, sentiu minha falta? – Ela sorri e me abraça. E é assim que se segue com todos os meus irmãos.
— Estou faminta, parece que estou a dias sem comer. – Baela me olha como se não estivesse acreditando no que eu estava falando.
— Você está a dias sem comer, para ser mais exata, por quatro dias, já que você não acordava de jeito nenhum. – Puta merda, eu dormir por quatro dias? Não, não, não.
— O que aconteceu depois que eu desmaiei? – Baela me olha insegura.
— Os Lannister se rebelaram, são aliados de Dorne, parece que ficaram revoltados ao saber o que aconteceu com Jim, Colin e os outros no Rochedo, os Greyjoy também se aliaram à eles. Aemond tirou você de lá e te trouxe para cá, você estava muito ferida, não tinha condições de voltar para Porto Real, as filhas do Lorde Tully ajudaram a cuidar de você, chegamos aqui ontem, a fortaleza está um caos, o comando de guerra está se preparando, Dorne já moveu homens para as terras da família Caron, a casa Baratheon está revoltada e pede por guerra, nosso avô está tentando apaziguar, mas não consegue de jeito nenhum contato com o príncipe de Dorne, ele se recusa a nos ouvir. – Pelos deuses, se eu tivesse sido mais cuidadosa, eu poderia ter evitado e... Espera aí.
— Colin? O que aconteceu com o Colin? Eu não fiz nada com ele, matei só Jim e alguns guardas. – Todos entreolharam-se, mas foi minha mãe que falou.

— Você estava muito ferida, precisava de cuidados, então Aemond a trouxe para cá, mas logo depois ele retornou ao Rochedo e... Rhaenys, ele matou Colin e todos os outros que estavam lá. Lugar errado, na hora errada. – Não consigo conter o meu espanto, pelos deuses. Foi a vez de Jace falar.
— Eu posso até odiar Aemond, mas fiquei feliz ao saber disso. Eu não deveria ter deixado você ir para aquele lugar sozinha, fui muito negligente, deveria ter conversado com o nosso avô. – Antes que eu possa responder, Baela começa.
— Já chega desse assunto, por hora, Rhaenys precisa se alimentar, vamos. – Minha irmã me puxa e seguimos para o salão de refeições, quando chegamos lá, não há quase ninguém, aproveito para colocar a comida em dia.

******

Estou indo em direção ao pátio, quando avisto Vhagar, ela está próxima ao portão d'água, um pouco mais para a entrada cavernosa da floresta, vou até ela.
*Valiriano*
— Oi garota. – Passo a mão pela lateral de sua cabeça, ela se inclina mais ao meu toque, está gostando. — Eu tenho que te agradecer, você salvou minha vida.
*Valiriano*
— Você acordou. – Me viro no susto, Aemond está parado e de braços cruzados, me observando cautelosamente. — Como está se sentindo? – Ele vem andando, até ficarmos cara a cara.
*Valiriano*
— Estava faminta e acredito que talvez eu tenha comido por uma frota de marinheiros, então, estou me sentindo ótima. – Abro um sorriso para ele e me lembro do que eu queria jogar na cara dele. — Ah, eu preciso te contar uma coisa. – Aemond fica rígido— Vhagar me obedeceu e ainda me deixou montá-la. – Chego muito mais perto dele. — Perdeu, ela gosta de mim e agora exijo ser chamada de "A montadora que domou dois dos dragões mais ferozes", não aceito menos do que isso. – Ele olha para Vhagar e sussurra um "traidora", mas logo sorri para mim. Antes que ele possa dizer qualquer coisa, falo — Você o matou. – Ele coloca suas mãos no meu rosto, cada uma de uma lado e diz.
*Valiriano*
— Matarei qualquer um que pensar em ferir você. – Logo se inclina, me dando um selinho rápido, e se afasta. — Fico feliz que está bem, fiquei muito preocupado com você e...

— Aemond, você não vem? – Uma mulher de altura mediana, cabelo castanho claro e com uma voz muito familiar, vem em nossa direção, mas ela logo me vê. — PELOS DEUSES, RHAENYS. – Ela faz algo que eu não esperava, corre e me abraça. — Você acordou, acho que vou chorar de emoção, não tem noção do quanto rezei aos deuses para não levá-la. – Aemond está se segurando para não rir da minha cara.
*Valiriano*
— Está é Brianna, a filha mais nova de Brandan, ela foi uma das que cuidou de você. – Brianna faz cara feia para Aemond.
— Fale a minha língua, por favor. – Ela se vira para mim. — Você também, mocinha. Me contaram que vocês fazem isso o tempo todo, mas aqui eu quero entender o que estão falando. – Aemond ri e fala para mim:
— Venha, temos muito o que conversar. – Ele encaixa as nossas mãos e diz para a menina mostrar o caminho do grande salão.

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Boa noiteeeeee🫶🏻
Voltei com mais um perrengueeee
Vocês estão ficando muito mimadas, cruzes 🫠🫠🫠

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora