Capítulo 21- Courage to act

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Nos últimos quatro dias tenho dividido meu tempo em três, na parte da manhã fico na Cidadela, junto com Baela, a serviço de Alfador, nós temos aprendido tanto sobre as posições estratégicas de Dorne, sobre o contato entre eles e as Cidades livres, também sobre acordos comerciais, transações políticas, sobre o verdadeiro poder de cada casa, além de muitas outras coisas.

Na parte da tarde nós voltamos para a Torralta, ajudamos Daeron com assuntos relacionados a casa Hightower, Lorde Ormund, tem sido muito atencioso, é com ele que aplicamos tudo o que Alfador nos ensina sobre o modo de liderar uma casa, principalmente uma com ligação direta ao trono de ferro, já que a rainha é uma Hightower, tem sido uma experiência muito estressante, mas eu gosto.

Já na parte da noite, encontro com Amon na biblioteca, ele tem sido um ótimo amigo, nós conversamos sobre tudo relacionado a leitura, ele continua detalhando a vida em Dorne, às vezes ensino algumas palavras em valiriano, apenas o básico, e eu percebo cada vez mais que a fama que os dorneses tem por Westeros, é manipulada, a forma como Amon descreve o povo, como ele se importa, se Jaime for como ele, acho que podemos tentar chegar a um acordo de paz, talvez eu possa tentar convencê-lo.

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— Sabe, eu não ia falar nada, mas tô começando a ficar desconfiado. Onde você tem ido à noite? Ontem vi você saindo de fininho. – Eu estava fazendo um texto detalhado sobre a Campina e seus pontos estratégicos, quando Daeron chegou me questionando.
— Na biblioteca, eu avisei Baela, pensei que ela tinha lhe avisado. – Ele me olhou com uma certa desconfiança.
— Você passsa o dia inteiro estudando e lendo, tanto aqui, como na Cidadela, por que você gastaria sua noite em uma biblioteca? – Olho para ele em choque.
— Vou fingir que você não me perguntou isso.

— Desculpa, eu esqueço que nessa parte, você e Baela são bem diferentes, enquanto uma ama a farra, a outra se esconde atrás de um livro. Mas você também gosta da farra, então a partir de hoje nós vamos beber todas as noites, temos que aproveitar antes que a pessoa mais insuportável de Westeros venha para cá, ele já está em Oakheart, quando terminar lá, virá rapidamente para cá. – Ah, é óbvio que ele está falando do próprio irmão. — Não me olhe assim, não é porque ele é de um jeito com você, que quer dizer que ele seja assim com todo mundo. Você e Helaena são exceções, principalmente você... – Então Baela decide se meter.

— Sabe, eu também não queria falar nada, mas... Se ele descobrir que você tem se encontrado com um certo homem, muito bonito, forte e ainda por cima Dornes, acho que alguém não vai gostar nadinha. – E coloca um sorrisinho cínico no rosto. É claro, ela me seguiu, eu deveria ter imaginado. Eu não cheguei a contar para ela que estava me encontrando com alguém, mas é claro que Baela algum dia me seguiria para saber o que eu estava fazendo.
— Nós somos amigos, tá bom? Amon é uma boa pessoa e tem me ajudado muito com alguns estudos. – Baela começou a rir.
— Fala isso para o Aemond. – Tio Daeron me encara, está me questionando.
— Um Dornes? Não estou gostando disso.
— Olha, eu não vou ficar conversando sobre isso com vocês, vamos beber. – Já estava começando a escurecer, eu poderia ir até a biblioteca avisar Amon, até chamá-lo para ir junto, assim os dois não ficariam falando o tempo todo sobre ele e depois nós poderíamos ir para alguma taverna, ou ficar na praça mesmo.

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Hoje a cidade está tão silenciosa, tão calma, nem parece a mesma de três dias atrás, a tensão por causa do silêncio de Dorne que tem aumentado, é o motivo. Dorne parou os seus movimentos, tem se mantido quieto, não avançou mais em direção à VilaVelha, o que é muito estranho, pensamos na possibilidade de ele ter ficado receoso de perder igual Tyrosh e Volantis, mas até Amon disse que era improvável, provavelmente Jaime mudou suas estratégias, algo que não estávamos esperando.
Consegui convencer Amon a tentar falar com Jaime sobre a possibilidade de não seguir adiante nessa guerra, propus até que eu mesma tivesse um encontro com ele para negociar, Amon disse que falaria com ele, se caso encontrasse ele, que tentaria interceder ao meu favor e marcar um encontro, mas não era uma certeza, já que Jaime quer algo justo e o rei ofereceria uma união entre as casas e só isso não seria o suficiente.
Encontrei com Amon na biblioteca para chamá-lo para se juntar a nós essa noite, mas ele veio apenas para se despedir, disse que quer tentar me ajudar, ele viu o medo que o povo tem dessa guerra, o quanto estão revoltados não só com Dorne, mas também com o próprio rei, ele disse que tentaria ao máximo evitar um banho de sangue, marcar um encontro entre Jaime e o rei já era um início e um acordo só basta sendo algo justo para ambos os lados. Nos despedimos, meu amigo me prometeu que nos veríamos novamente, que ele me levaria para conhecer Dorne, me ensinaria os seus costumes e que eu seria muito bem recebida pelo povo dele.

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— Então ele simplesmente vai encontrar com Jaime Martell e tentar convencê-lo de acabar com uma guerra? Uma guerra que não está sendo movida só por Dorne, temos Cidades Livres e algumas casas de Westeros apoiando. Um simples homem pode acabar com tudo isso e só porque você pediu? – Baela fica me olhando e parece pensar o quão idiota eu sou por acreditar nisso.
— Baela, eu sei que não é assim que funciona, não sou idiota, não sei o que Amon queria, mas pela forma como ele falava, ele tem alguma ligação direta ao Jaime, talvez ele fosse até um infiltrado dele, tentando descobrir como VilaVelha estava agindo em relação a guerra ou os seus pontos fracos.
Ele já perdeu muito do próprio povo, talvez Jaime quisesse ver o tamanho do estrago que ele poderia causar nessa cidade, há muitos inocentes, não importa o que o rei tenha feito, não será ele que vai pagar se Dorne invadir essa cidade. – Minha irmã parece estar pensando nisso, ficamos em silêncio por alguns minutos, um silêncio que se tornou pesado, por culpa do vazio nas ruas de VilaVelha, o povo está com medo, eles não estão vendo motivos para comemorar, a qualquer momento Dorne pode nos pegar de surpresa. Daeron se pronuncia.

— Se ele realmente tiver intenção de ajudar, essa pode ser a salvação para o fim da guerra, já que ainda está bem no início, nós podemos contornar essa situação, tenho certeza de que meu pai vai querer aceitar o acordo dele, se não for algo absurdo. Talvez você tenha nos dado uma chance de acabar com toda essa merda. – Concordo com ele.
— Vamos aproveitar essa noite, vamos deixar esses assuntos caóticos para amanhã, hoje é dia de esquecer qualquer problema. – E assim fizemos, enchemos a cara, dançamos a noite toda, Daeron sumiu com uma mulher que estava oferencendo quadros para mim, que dizia serem feitos por ela, depois foi a vez de Baela sumir, fiquei completamente sozinha, o que não foi ruim, fiz amizade com várias pessoas, sentamos para conversar, eles começaram a falar sobre o medo de invadirem a cidade e como estavam se preparando para caso aconteça, e como a nossa presença aqui alivia um pouco da tensão, tentei acalmar qualquer preocupação, dizendo que estávamos tomando todas as medidas para que isso não chegue a acontecer e assim continuamos a rodada de danças e bebidas.

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Chegando a Torralta pela manhã, encontro Ormund, ele parece bem irritado e tenso.
— Onde está Daeron? Chegou uma carta de Oakheart, parece que houve um ataque dos Lannister a casa, por sorte, seu tio estava lá, junto de Vhagar, mas parece que as coisas estão feias, Dorne tem muito mais apoio do que imaginávamos e o rei também enviou uma carta, disse que está preocupado com o silêncio de Joffrey e Lucerys, eles foram para a sede da casa Tyrell e desde que chegaram lá, não enviaram corvo algum. – Pelos Deuses, meus irmãos estão sem apoio algum, só os próprios dragões. E Aemond em mais uma batalha, pelos Deuses, isso porque ainda estamos no início, não podemos deixar essa guerra ir mais afundo, precisamos negociar com todos eles e evitar um massacre, sei que eu queria revidar, que eu mesma disse a Aemond o quanto seríamos fracos se não acabássemos com Dorne e todos os seus apoiadores, mas pensando no nosso povo, o quanto irão sofrer e as perdas que podemos sofrer, não quero mais isso, nem que eu tenha que me casar com Jaime, nós temos que parar essa guerra, custe o que custar.
— Pode ter acontecido algo, mas acho difícil a casa Tyrell nos trair. — Ormund concorda comigo. — Mas mesmo assim, não vou arriscar, partirei para Jardim de Cima, avise ao rei.

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Boa tardeeeeee🫶🏻
Tudo bem??
Quem é vivo sempre aparece😅
⚠️Vou reforçar aqui que tem gente que tá pulando capítulos, revisem se vocês leram todos mesmo, podem estar pulando capítulos com partes importantes da história, ai depois vão ficar sem entender.

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora