Capítulo 18- Jaime Martell

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Certamente a guerra nunca é o melhor caminho a se seguir, mas o que fazer quando um covarde sem palavra se senta ao trono de ferro? Viserys I Targaryen é um homem vil, que se esconde atrás de discursos apaziguadores, mas envia os seus montadores para fazerem o seu trabalho sujo, o mesmo não tem coragem de vir até Dorne nos peitar.
Bastava apenas uma conversa, diplomacia, respeito e ele manter sua palavra, mas ele não é esse tipo de homem, se você não ajoelhar perante a ele, você não merece viver, e quando você decide lutar pelo seu direito, ele vem com os mesmo discursos de que tudo o que quer é paz, mas não honra qualquer acordo.

Meu pai e o antigo rei, Jaehaerys I Targaryen, tinham entrado em um acordo de paz, Dorne viveria sua independência, poderia continuar comercializando em Westeros, apenas teríamos que manter a paz e pagar uma pequena taxa por usas as estradas. Os anos durante o reinado dele foram os mais tranquilos, até que Viserys assumiu. Quando meu pai o encontrou para renovarmos esse acorda, ele nos disse que teria que subir as taxas mas que tudo ficaria bem, era apenas uma medida provisória, até aí tudo bem, aceitamos e continuamos as transações pelo reino.

O inverno estava chegando, todos precisávamos juntar mantimentos para tentar passar pelo mínimo de dificuldades, é sempre uma época difícil e com muitas mortes, mas foi ai que começaram a impedir a passagem de nossos comerciantes, proibiram qualquer passagem fora a marca de Dorne, mesmo com todos os impostos pagos. Quando começamos a levantar a questão com ele, fomos ignorados, Porto Real permanecia em silêncio absoluto, até que ameaçamos levar essa questão adiante, para o povo, que ele estava se tornando um rei que não mantinha a palavra.
Dorne depende de suas próprias plantações, armazenamos para quando o inverno chegar, mas antes mesmo de chegar a época de colheita, avistamos os dragões no céu, eram dois deles, queimaram todas as nossas plantações, tudo o que tínhamos para enfrentar aquele inverno, mesmo se tentássemos plantar tudo de novo, não daria tempo de desenvolver e coletar antes da estação mudar.

Quando o inverno finalmente chegou, não tínhamos suprimentos o suficiente, tivemos que racionar ao extremo, não tínhamos comida o suficiente, remédios o suficiente, a situação estava crítica. Recebemos cartas do rei, nelas diziam as mesmas palavras de sempre "Pelo bem do povo, vamos manter a paz", só se for pelo dele, porque o meu começou a morrer, perdemos fazendeiros, curandeiros, crianças. Tentamos o contato com o rei, pedimos ajuda, o povo de Dorne estava morrendo e ganhamos o silêncio.
O inverno já estava chegando ao fim, muitos ainda estavam de luto pelas perdas, a casa Martell ainda não tinha perdido ninguém, minha mãe foi a primeira, uma febre tão alta que ao encostar em sua pele, parecia estar pegando fogo, depois foi meu pai, alguns diziam que foi mais por tristeza, mas ele também estava com a maldita febre, nós só podíamos contar com os panos na testa, os remédios já estavam em falta.
Eu assumi o trono de Dorne, foi então que decidi que estava na hora de revidarmos, estava na hora de nos erguermos e lutarmos contra à dinastia Targaryen, já passou da hora de eles sairem do poder. Não precisava ser assim, mas já que ele não honrou o que foi acordado, nós reagiríamos.

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Tenho feito pequenos movimentos com os nossos exércitos, o meu segue em direção a VilaVelha, Lannister e Greyjoy virão quando eles menos esperarem, tenho infiltrados em todos os cantos, algumas casas menores estão revoltadas, querem agir, as Cidades livres cansaram de ter medo também, Tyrosh e Volantis enviaram frotas para derrubar os Velaryon.
Mas antes de iniciar qualquer ataque por terra, preciso de uma garantia e por isso, estamos infiltrados em VilaVelha, o objetivo é claro, mas não é simples. Pegar Daeron Targaryen como refém, como uma garantia.

Ainda não o vi hoje, mas sei que durante a noite ele vem para a praça e ontem descobrimos algo bastante interessante, Baela e Rhaenys Targaryen estão aqui. Isso facilitará meu trabalho, ter qualquer um deles é garantia, mas é óbvio que há sempre um que tem o maior valor, nesse caso é Rhaenys, todos que a conhecem dizem que é gentil, doce e sempre está à disposição para ajudar quem for preciso, todos a amam, só que Dorne conhece a verdadeira face dos Targaryen, não confio nem um pouco em um rostinho bonito e fofo.

Estou caminhando pela feira dos escrivões, quando avisto mais um daqueles malditos livros, achei que já tivessem queimado todos eles.
Um certo escrivão recebeu a oportunidade de estar em Dorne, conhecer sua história pelos olhos da própria casa Martell, achávamos que seria uma forma de Westeros entender um pouco da nossa essência, da união que vibra em nosso povo, mas não, suas intenções eram outras, ele criou o maldito livro "Dorne e suas intrigas durante o reinado do Dragão", um livro com acusações horrendas, onde diz que o próprio povo causa as intrigas, onde o nosso povo mata crianças e por isso o rei sempre tenta atacar Dorne, que o rei é um herói e que nós somos a praga destas terras.
Imediatamente vou em sua direção e pego, mas eu não tinha visto ela.
— Droga, que susto. – Ela fala. Me adianto para não criar problemas.
— Ah... Perdão, senhorita, eu não queria assusta-la. –
Quando ela se vira, vejo que estou na presença de Rhaenys Targaryen, primeira filha de Rhaenyra e Daemon Targaryen, filha e irmão do rei Viserys.
Ela é muito mais bonita do que dizem, seu cabelo é completamente prateado, seus olhos são de um violeta vibrante, ela não é tão alta mas também não é baixinha, bate no meu ombro, suas feições são muito delicadas, realmente, um rosto muito doce, assim como sua voz. — Quero dizer, perdão, princesa. – Faço a correção rapidamente e uma leve reverência, uma bem ridícula, preciso praticar mais.
— Não precisa fazer isso, está tudo bem. Eu que estava concentrada demais, que nem prestei atenção ao meu redor. –  Ela fala e abre um sorriso delicado, e muito lindo, tudo bem, consigo entender porque as pessoas não conseguem odiá-la, sua voz doce e encantadora, não parece ser tão ruim, mas antes que ela tenha oportunidade de falar qualquer coisa, principalmente sobre o livro que ela queria pegar, eu pago o escrivão e levo o livro.

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Boa noiteeeee🫶🏻
Mais um galerinha, um pov do lindo Jaime Martell, mais para entendermos um pouco da revolta dele.

Se eu conseguir terminar o capítulo 19 e revisar a tempo, TALVEZ eu poste mais um, mas provavelmente será depois de 00:00

The Fate of House Targaryen - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora