— O que você está falando?
— Sua mãe acabou de me ligar desesperada, ela viu naqueles grupos de k-pop, sei lá. Ela mandou as fotos e...
Não esperei ela terminar, continuei procurando meu celular até encontrá-lo e ver as milhares de ligações de minha mãe e de Ana, como várias notificações dos grupos. Não abri nenhum, liguei direto para Taemin, seu telefone foi direto para caixa postal. Tentei mais algumas vezes mesmo sabendo que iria acontecer a mesma coisa.
Minhas mãos tremiam e quando abri os grupos e vi as meninas tão apavoradas como eu. Não pensei em ler nada e ignorar as fotos da ambulância. Liguei para a pessoa que poderia me contar o que aconteceu.
No primeiro toque, me atendeu.
— Ana. — Não tinha percebido que estava chorando até a minha voz sair.
— Heloísa? Você está bem?
— O que aconteceu?
— Eu não sei, estou tentando entrar em contato com os meninos, mas ninguém me atende. A empresa ainda não se pronunciou, mas estão falando que o palco cedeu quando ele estava ensaiando.
— Tem certeza? Ele... alguém falou como ele estava?
— Não, ainda não.
— Se souber de qualquer coisa, me avisa, por favor.
Não esperei ela responder, apenas desliguei o celular e entrei em pânico e a chorar completamente desesperada.
— Heloísa, se acalma, ele deve estar bem.
— Como você tem certeza?
— Eu não sei, mas vamos pensar melhor, não deve ter sido nada.
— O palco cedeu, tia. Isso é perigoso demais. E se ele caiu em cima de algo e...
Sai da cama o mais rápido que consegui.
— Não, não, não, isso ele está bem. — Tentei discar o seu número novamente e nada. Meu coração apertou mais.
Enquanto esperava notícias de algum jeito, minha tia preparou um chá para tentar me acalmar, mas nada.
Quando Ana me ligou novamente, não ajudou nada.
— Consegui falar com o MinHo, mas aparentemente nem eles tem muitas notícias, sabe que ele quebrou alguns ossos e vai passar por uma cirurgia, mas só isso.
— E ele parecia nervoso? Preocupado? Com medo? Sei lá.
— Todos nós estamos assim, afinal parece que foi uma altura muito grande.
— Obrigada, Ana.
— Fica calma, você não pode se apavorar agora, assim que eu tiver mais notícias, eu te aviso.
— Obrigada! — Repeti.
Encarei o relógio piscar na tela da tv.
— Não posso ficar aqui.
— E para onde você vai?
— Até lá.
Puxei a minha mala do fundo do guarda-roupa e joguei algumas peças de roupa dentro.
— Até lá, onde? Está louca,Heloísa?
— Eu não vou ficar esperando notícias, eu preciso vê-lo.
— Claro, você vai até a Coréia?
— Vou.
— Ontem você não estava falando que não conseguia nem pensar nisso.
— Tia!
— Você está quase no seu limite, não vão deixar você viajar desse jeito. Você precisa ficar calma e se sentar.
— Tia, eu vou, querendo ou não.
Meu coração batia tão rápido que só segui os meus instintos. E ele gritava para ir até Taemin agora.
Ela tentou me impedir, até ver que o carro de aplicativo chegar e ter que me acompanhar.
— Você sabe que precisa de uma autorização do médico para viajar?
— Sei, e estou pronta para brigar com todo mundo que for preciso.
E fiz isso, até que o gerente me deu uma carta para eu assinasse assumindo total meu risco e da criança e se algo acontecesse a empresa estava totalmente isenta de qualquer coisa que viesse acontecer.
Fechei os meus olhos e com o coração na mão enfrentei todos os meus medos para encarar o meu maior, no momento. Perder Taemin.
Sempre que fechava os olhos lembrava do acidente do tio de Carlos e como era uma coisa tão boba e no fim, o levou.
Não, com o Taemin não.
Sempre que o medo me apavorava, pedia a Deus para que ele estivesse bem e que ele não partisse. E a minha agonia só teve fim quando o avião pousou em terra firme.
Tive que implorar para Ana me ajudar a encontrar o hospital e para minha surpresa, Kibum foi quem me recebeu na recepção.
— Quando Ana me contou, eu não acreditei, mas você realmente veio.
— Cadê ele? — Kibum riu.
— Venha, vou te levar até lá. — Gentilmente, ele tirou a mala de minhas mãos e me mostrou o caminho.
O hospital era enorme e para todos os lados que eu olhava havia seguranças.
— Tem tido muita gente tentando invadir o hospital ultimamente, tiveram que intensificar a segurança.
— E como ele está?
— Você mesma verá, já que veio até aqui, creio que seja melhor. Só tome cuidado.
Ele parou na frente de um quarto e sorriu. Ao abrir a porta. Os olhos castanhos de Taemin se abriram com curiosidade, ele parecia sonolento e havia algumas partes do corpo enfaixadas, a minha primeira reação foi correr até ele e o abraço.
— Heloísa? O que está fazendo aqui?
Quando me afastei, toquei o seu rosto, mas infelizmente não consegui olhá-lo direito porque as lágrimas embaçaram minha visão.
— Você está bem.
Ao ouvir sua risada, relaxei.
— Você veio até aqui para ver se eu estava bem?
— Eu estava com medo. Falaram que você caiu e ia fazer uma cirurgia e...
— Está tudo bem, meu amor. Acabei quebrando alguns ossos e bem, como bati a cabeça fizeram de tudo para saber se não foi nada grave, mas estou bem.
Finalmente pude sorrir.
— Eu exagerei?
— Só um pouco, mas estou feliz que você esteja aqui. — Ele beijou a minha testa e me afastou um pouco. — Deixaram você viajar? Você está quase para dar a luz, isso é...
— Estou bem, sabia dos riscos.
— É, desculpa atrapalhá-los, mas Heloísa, olhe...
Jink apontou para o chão e quando olhei, uma enorme poça enchia o chão e molhava toda a minha calça.
— Jinki, chame o médico agora. — Taemin tentou se levantar, mas deve ter sido uma dor forte já que gemeu e se encolheu. — Heloísa, sente-se ou não, não sei o que fazer, está sentindo algo? Alguma dor?
— Não, eu estou bem. — Verifiquei mais uma vez e percebi que um líquido vermelho começava a atingir o transparente. — Eu acho que estou.
A enfermeira entrou no quarto com um estrondo com uma cadeira de rodas. Não tive muito tempo para assimilar, só vi que logo estavam me tirando dali e Taemin parecia apavorado. Só me toquei que estava em trabalho de parto quando uma dor lacerante me nocauteou e vi tudo apagar.
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Shine - Taemin
FanfictionOnde uma mãe solo e de primeira viagem conhece alguém que vai mostrar que as vezes, pode valer a pena confiar novamente. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀♡♡♡ ‹ OBRA ORIGINAL. PLÁGIO É CRIME! › 2021