Shine - Taemin

Capítulo 5

— Como? — Gaguejando, me aproximei mais para ver se ele era real ou se estava apenas sonhando. Quando toquei seu rosto, a pele quente e macia fez com que me afastasse rapidamente. — Como você está aqui? Por que? Quando?

Perdida olhei para os lados e percebi que ainda estava no aeroporto e que as mesmas pessoas que também estavam esperando o mesmo avião que eu, ainda estavam ali. Taemin segurou o meu rosto fazendo com que eu o olhasse. Quando conseguiu minha atenção, o soltou e sorriu.

— Cheguei ontem, estava passando para buscar minhas malas quando a avistei. Creio que não mudou nada.

— Como uma pessoa pode mudar em dois meses? — Ele olhou para minha barriga e sorri envergonhada. — Ok, posso ter ganho algum peso, mas nada demais. O que está fazendo aqui?

— Eu a vi dormindo tremendo e quase caindo do banco e...

— Não, quero dizer, aqui no Brasil.

— Ah! — Ele se afastou e recostou no banco enquanto se alongava. — Lembra daquela amiga? O aniversário do filho dela está próximo e como os outros estão ocupados ou no exército ou gravando alguma coisa, sobrou para mim. — Ele apontou para um carrinho que estava mais do que lotado de malas e mais malas. — Fiquei encarregado de trazer os presentes.

— Parece ser muito.

— As vezes exageramos, mas vale a pena.

Essa criança deve ser mimada demais.

Evitei uma risada e me ajeitei. Ficar dormindo naqueles bancos por tanto tempo fez meu corpo ficar extremamente dolorido.

Grunhi quando me espreguicei e quando percebi Taemin estava perto novamente.

— Você está bem?

— Sim. — Respondi rindo. — Só que esse banco não é muito confortável. Quanto tempo dormi? — Perguntei mais para mim, mas ele respondeu.

— A noite toda, eu acredito. Cheguei antes da meia noite e você já estava dormindo pesado.

— Eu não acredito que ainda não liberaram o voo.

— Está indo para algum lugar?

— Estou me mudando, vou voltar para minha cidade natal, quer dizer, se esse avião decidir partir logo.

— Não acredito que será logo, já que a chuva não parece ceder.

— Que droga. — Meu estômago roncou alto o suficiente para que ele escutasse e ele riu. A vontade de cagar um buraco no chão e enfiar a cara não era o suficiente para esconder a vergonha.

— Qual foi a última vez que comeu?

— Antes de dormir. — Menti.

— Você mente muito mal. — Ele se levantou e pegando o casaco de volta, o vestiu — Vena, vou te levar para algum lugar para comer.

— Não, não. — Acenei com os braços afastando a sua mão estendida. — Estou bem, sério. Não se incomode comigo, aliás, aquela sua amiga deve estar te esperando. Não quero te atrasar mais, mas sou grata por ter cuidado de mim enquanto dormia.

O seu sorriso sumiu.

— Se está grata deveria me recompensar com a sua companhia.

— Eu posso perder o voo.

— Não vai, eu prometo. — Ele estendeu as mãos mais uma vez, seu olhar sério me encarou enquanto me decidia.

— Só não quero voltar correndo para cá caso me atrase.