Shine - Taemin

Capítulo 10

Quando eu era a próxima a entrar na consultório senti um alívio enorme por Ana estar ali, enquanto ficava nervosa pensando em tudo que poderia acontecer quando entrasse na sala, ela me distraia contando sobre a sua própria gravidez, já Jonghyun de vez em quando atraia nossa atenção mostrando um novo desenho que tinha feito. Com tudo isso pude entrar me sentindo mais calma.

— Como vai, mamãe? — A médica era a mesma de quando descobri a gravidez. — O pai não veio junto hoje?

— Dessa vez não. — Forcei um sorriso, não queria contar que o pai tinha sumido. — Dessa vez estou com uma amiga. — Chamei Ana que logo entrou.

— Nós vamos ver o meu amigo? — Jonghyun entrou e se aproximou curioso.

— Vamos, mas só se ficar quietinho. — Ana o puxou e fez com que sentasse em seu colo.

— Pode deitar. — A médica indicou a maca. — E levanta a sua blusa o máximo possível.

Fiz como pedido e quando o gel foi espalhado em minha barriga, o gelado dele me fez tremer.

— É gelado mesmo, mas logo acostuma. — Acenei com a cabeça e respirei fundo.

As batidas do seu coração encheu o consultório, uma risada fugiu da minha garganta e quando percebi, lágrimas molhavam o meu rosto.

— O coração dele é bem forte. — A médica me olhou e sorriu.

— Dele? É ele? — Fiz movimento para levantar e olhar para a tela, mas ela me impediu.

— Calma, eu viro para você. — Ela ria com meu desespero, mas fez o que disse e virou a tela para que eu visse melhor.

— Nem tive que procurar muito já que ele ajudou bastante. — Ela apontou e as perninhas estavam abertas. — É um menino.

— Eba! — Jonghyun gritou pulando do colo de Ana e se aproximando. — Eu sabia.

— Como você sabia? — Perguntei rindo.

— O papai me falou em um sonho que ia ter um amiguinho e eu sabia que ele estava na sua barriga.

Quando olhei para Ana ela tentava disfarçar as lágrimas.

Depois da confissão do garoto não sabia o que dizer, o meu coração se apertou com o olhar dela e devia imaginar a dor que sentia.

— Você vai cuidar dele? — Alisei o cabelo de Jonghyun e ele balançou os cabelos negros.

— Claro!

— Vou estar contando com você. — eu apertei sua bochecha e ele sorriu.

— Ele está muito bem, crescendo bem e conforme os padrões. Continue o bom trabalho!

A doutora nos deixou sozinhos para buscar os resultados enquanto me limpava e arrumava a roupa.

— Você está bem? — Os olhos de Ana ainda estavam vermelhos.

— Estou, consegui filmar tudo. — Ela mostrou o celular e sorriu. — Taemin vai ficar muito feliz em saber que é um menino, se continuar assim e todos tiverem um menino podem montar o mini shinee.

Uma bola se instalou em minha garganta.

— O Yuri infelizmente não poderá fazer parte disso, ele nunca será filho do Taemin.

— Desculpa.

Sabia que tinha pesado o clima, mas era a verdade. Taemin e eu não tínhamos nada, Yuri não era nada dele e nem seria, não importa o que.

— Mas isso não quer dizer que ele não pode ser amigo de Jonghyun. — Forcei um sorriso, mas a dor em meu peito era maior.

Quando Ana me deixou em casa, a realidade começou a bater em minha porta. Eu teria um menino, agora eu sabia e se tornou mais real quando o vi quase que completamente formadinho.

Puxei o ultrassom mais uma vez e observei os dedinhos dos pés e das mãos, por ser 3D era possível ver mais nitidamente o seu pequeno rosto e perceber que esse pequeno ser estava crescendo dentro de mim era mais chocante. Chorei mais quando percebi que estava sozinha e não precisava me segurar mais.

A chamada de vídeo que fiz com a minha mãe depois que me acalmei mais levou quase três horas. Ela chorou tanto quanto eu, Yuri seria o primeiro menino que nascia em nossa família cheia de meninas. Ela não poderia estar mais feliz por ter um neto, era o que ela mais queria.

A única coisa que me consolava em tudo isso era que não tinha mais a pressão de ter uma menina para agradar a família de Carlos que deixava claro que só aceitaria que nós tivéssemos uma garota, mas parece que o jogo virou.

Era quase 19 horas quando o número de Taemin começou a ligar, mas uma vez ele estava acordando cedo quando dormia tão tarde.

— É UM MENINO! — Ele gritou entre as gargalhadas, foi impossível não rir junto com ele.

— Por que tanta felicidade? — perguntei ainda rindo.

— Porque meu grupo mirim está nascendo, só falta três, mas os hyung estão enrolando demais. — Ele revirou os olhos, mas ainda ria. — Além do mais sei que Jonghyun ficou feliz porque vai ter um amigo, ele sofre tanto por ser sozinho. — Ele suspirou, mas sorriu em seguida.

— Uau, eu fico imaginando qual seria a sua reação se fosse uma garota.

— Ai a conversa seria diferente. Uma menina precisa de mais cuidado e não seria como se fosse qualquer um que poderia namorar com ela.

— Você já pensa nisso?

— Você não? Conversando com as meninas da minha empresa percebi que se fosse menina e um dia ela quisesse seguir a carreira de idol, eu não deixaria.

— Isso é uma coisa que só um pai pensaria, e você não é.

Taemin fez careta e tocou em seu peito.

— Essa doeu. Não quer sua faca de volta não?

— Eu estou falando isso porque estou pensando em você, como você pode pegar a responsabilidade de uma criança que nem é sua? Eu li que na sua cultura isso é impossível.

Uma voz feminina soou no fundo.

— Estou adiantando minha viagem, vou ter uma semana de folga, conversamos sobre isso depois.

Taemin desligou a ligação de forma seca e direta. Eu o magoei, mas talvez fosse o melhor.

Fora isso, no fundo, a voz feminina que ouvi incomodou e muito.