Capítulo 7

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Perdi completamente a noção da hora. Não sei quanto tempo se passou enquanto estava enfiada nos braços de Taemin. Só escutei a sua voz depois de um tempo em um português perfeito.

— Ela não está bem, pode partir sem ela. Sim, tenho certeza, ela vai ficar aqui. Não precisa de reembolso. — A última frase Taemin praticamente o rosnou. A comissária de bordo deveria ter deixado claro que eu não receberia o dinheiro de volta, mas estava ainda nervosa e o dinheiro não era tão importante assim, pelo menos não agora.

Taemin me carregou até os bancos e me sentou. Nervosa ainda estava com os olhos fechados temendo encarar o corredor novamente.

— Consegue me olhar? — Seus dedos quentes tocaram minha bochecha e ficaram ali, o que agradeci já que estava começando a devolver o calor que tinha perdido.

Forcei os meus olhos a se abrir, mas não era fácil.

— Não tenha medo, estou aqui. — Os seus dedos se apertaram mais.

Aos poucos, abri os olhos e encontrei Taemin ajoelhado à minha frente, os seus olhos preocupados me analisavam.

— Está se sentindo melhor? — Neguei com a cabeça. — O que está sentindo?

— Não sei, é difícil explicar. — falei com a voz baixa e falha.

— Então não precisa explicar, está tudo bem. — Taemin se levantou soltando o meu rosto. — Vou buscar...

— NÃO! — Segurei o seu braço o impedindo de se afastar. — Não me deixe sozinha.

— Tudo bem, eu não vou. —

Taemin voltou e sentou ao meu lado segurando minha mão com paciência.

Quando consegui me sentir mais confiante soltei a mãe de Taemin.

— Acho que estou melhor.

Ele me olhou e sorriu.

— Deve concordar, a cor do seu rosto já voltou ao normal.

— E não estava antes? — Toquei meu rosto.

— Você estava branca como papel. — Sua mão veio em minha direção e com suavidade ele acariciou meu cabelo. — Fico aliviado de ver que está com o tom normal.

— O avião já partiu, né? — Queria olhar para eu mesma me certificar, mas fiquei com medo.

— Queria que te esperassem? Você disse que..

— Eu sei, acho que não seria capaz de...

— Tudo bem, não precisa falar nada. Seu rosto está perdendo a cor de novo. — Ele me puxou e me abraçou mais uma vez. — Poderia ir buscar água para você, mas só se tiver tudo bem me esperar um pouco aqui.

Ao passar a língua pelos lábios notei como eles estavam secos e como a sede era grande.

— Água faz bem para crises assim.

— Você já teve algo assim? — Olhei-o assustada.

— Já, todo mundo do meu meio já teve crises assim, então eu sei. — Ele me apertou mais em seu abraço e o seu perfume me acalmou mais.

Eu poderia ter dormido sob o seu peito, mas conforme a consciência foi se tornando clara, muitas perguntas foram se formando.

— Você está me seguindo? — Seu peito balançou quando ele riu.

— Claro que não, assim você me faz parecer um pervertido.

— E não é?

— Claro que não.

Shine - TaeminOnde histórias criam vida. Descubra agora