Cap 55

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Anônimo

Entro naquele lugar fétido junto a meus homens, vejo pela minha visão periférica algumas prostitutas tentando chamar a nossa atenção, mas precisamente a deles pois a grande maioria delas sabe que ninguém deve sequer olhar na minha direção, quem dirá falar comigo.

Caminho a passos duros e rígidos, meu rosto impassível a qualquer situação ali presente deixa qualquer um sem graça por ser duro feito granito, meus olhos varrem o lugar a procura de alguém em especial, mas não o encontro, pelo menos não ali no salão. Ele sabe que temos coisas a resolver então vai tentar se esconder nem que seja comendo uma das putas do seu bordel de merda.

Chamo com o dedo o homem da minha esquerda e ele logo se aproxima sem dizer nenhuma palavra, eles sabem como funciona. Ser chefe da máfia tem seus privilégios e quem entra não pode sair sem autorização ou morto. O trabalho foi árduo para conseguir o respeito de todos, mas quando consegui esse é o resultado: obediência.

- Quero que encontre Romano, mas deixe que ele venha até mim, não precisamos de alarde. Avise as putas que não quero que o avise pois qualquer ato será descoberto e sangue vai escorrer pelo ralo dessa espelunca.

O homem assente e sai indo em direção ao grande salão, eu e os outros vamos direto para o escritório do homem que estou a procura.

Venha até mim pequeno rato.

Meus homens se posicionam assim como eu e algum tempo depois escuto o barulho da velha porta de madeira se abrindo, dois homens armados até os dentes ao meu lado se posicionam prontos para atirar sem piedade, suas armas estão apontadas para o único alvo que adentra o recinto.

Romano, o maior filho da puta da cidade que eu pretendo acabar de uma vez por todas.

O homem fica petrificado por um instante quando me vê, parece até que viu um fantasma, pode até se dizer que viu já que minha morte foi noticiada a alguns meses e aquilo ali estava ficando uma bagunça. Voltei dos mortos para cuidar dos meus negócios.

Ele desvia o olhar de mim e observa os homens que estão ali prontos para matar sem dó. Por um momento tenho vontade de rir do velho asqueroso a minha frente mas me contenho, os planos são outros e não contém nenhuma grama de humor, ele me desafiou, desafiou meu suposto sucessor e agora vai pagar caro por isso.

_ Vejo que a morte te fez bem.- tenta fazer piada, mas falha no sorriso cheio de dentes de ouro, um nojo.- O que está fazendo aqui?_ perguntou ele fechando a porta rapidamente e encontrando atrás dela mais uma arma apontada na sua direção que o faz arregalar os olhos e tremer na base.

Se for preciso instaurar o medo para que me respeitem é o que vou fazer. Ele volta sua atenção para mim e repara em como estou não gostando do que vê e isso fica bem claro em seu olhar de ódio.

Eu é claro estou confortável em sua cadeira velha com os pés apoiados em sua mesa curtindo o momento e o vendo engolir em seco já sabendo da grande merda que se meteu.

- Eu paguei por uma coisa e imagina como fiquei quando cheguei para pegar e ela não estava lá.

- Eu não tenho culpa...

- Ele não tem culpa pessoal.- dou uma gargalhada e os homens me seguem.

_ Vim buscar minha mercadoria e imagina como fiquei ao saber que ela foi revendida para outra pessoa.

_ Eu posso explicar...

_ Pois então comece pois eu não tenho todo tempo do mundo.

- Um homem me procurou e me vendeu esses dois espécimes, fora a garota que deu um baita trabalho, o que eu não sabia era que tinha gente famosa envolvida.

- Quem é essa pessoa que te vendeu os bebês?- me exalto.

- Eu sei lá, ele só chegou aqui com eles e uma mulher desacordada que depois foi descartada pelo tanto que lutou, sabe que eu gosto das que são submissas, eu até experimentaria mas era muito arisca, depois de levar uma boa surra por ser desobediente mandei a jogar na rua.

- Você o que?- me altero e pego minha querida adaga da bota me levantando em seguida ficando de frente para ele.

- Ela não ia ter serventia nem mesmo para você.- Coloco a adaga na sua garganta o ferindo superficialmente.

_ O que eu e meus meio milhões de dólares temos haver com o que você acha?_ falo impaciente afundando um pouco mais a lâmina liberando um filete de sangue.

_ Apareceu um cara e ele ofereceu mais e eu entreguei, olha..._ dou um passo para trás tirando minha arma branca de seu pescoço e os homens a minha volta se aproximam com as armas em punho o fazendo estremecer._ O seu suposto sucessor levou uma carga grande semana passada então essa eu passei para frente quando me ofereceram mais, como eu ia saber que você não morreu? Pega a próxima carga pelo valor que já me passou._ o desespero em sua voz é latente.

_ Quero meu dinheiro de volta ou a carga, você escolhe.- digo de forma ríspida e me sento novamente do mesmo jeito de antes, com as pernas em cima da mesa.

_ Eu nem sei para onde foi levado..._ me sento tirando os pés da mesa e ele engole seco, já sabe o que isso significa e fica em desespero._ Dentro do armário a direita tem uma mala surrada no fundo, deve ter esse valor ou um pouco mais.

Faço um sinal com a cabeça e um dos homens vai lá me confirmando e em seguida jogando a mala para que eu olhe. Notas de cem apareceram no meu campo de visão assim que abri. Fiz um sinal com a cabeça e ela é tirada da minha frente, mas vou levá-la comigo.

_ É uma pena dizer isso mas preciso dar o exemplo de que comigo ninguém brinca e que estou de volta.

Um tiro ressoa e atinge sua perna direita arrancando um urro de dor o fazendo cair no chão de joelhos.

_ Você tem três dias para recuperar minha carga, caso contrário diga adeus a sua vida medíocre. O aviso está dado.

_ Já tem o dinheiro de volta, o que mais você quer?_ ele berra do chão segurando com força a perna tentando a todo custo estancar o sangue.

_ A minha carga em três dias, você terá seu dinheiro de volta e a vida continua._ lhe lanço um sorriso com escárnio e saio junto com os homens armados.

Já no carro um deles me olha algumas vezes como se conseguindo reunir coragem para falar. Faço um sinal com a cabeça lhe dando permissão.

_ Chefe, nós já temos a carga de volta como ele vai conseguir recuperar?

_ Pois é... Não vai...

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Meu Deus que emoção!!!

O anônimo não poderia deixar de aparecer não é?
Palpites para quem seja essa pessoa?

Recuperando o músico - Família McNa 3Onde histórias criam vida. Descubra agora