Cap 21

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Elizabeth Smith

_Eu posso te contar mas terá que ouvir até o final sem contestar, afinal é a minha história e já passou._ digo finalmente e ele concorda fingindo fechar um zíper em sua boca me olhando atentamente._ algumas coisas não serão fáceis de ouvir, ok?._ ele assente.

"Eu e meus irmãos não fomos filhos planejados pelo nossos pais e muito menos desejados

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"Eu e meus irmãos não fomos filhos planejados pelo nossos pais e muito menos desejados. Minha mãe me contava quando eu era criança que meu pai sempre concordava com ela quando ela dizia querer filhos durante todo o namoro deles, até ajudou a escolher nomes, mas então eles se juntaram e ela engravidou de mim, quando foi contar para ele houve um grande surto.

Mesmo eu ja grande ouvia ele dizer que eu nem deveria ter nascido, que era um grande erro e que não ia querer nem contato comigo e que minha mãe havia feito de propósito. E era realmente te assim, ele era um verdadeiro estranho na minha vida e eu só podia o chamar pelo seu nome.

Eu não julgo minha mãe por ter acreditado em um crápula como aquele homem, ela foi a vítima de um cara babaca mas mesmo ele me tratando igual a um cachorro com sarna eles continuaram juntos. Ele parecia ser bom para ela, me lembro de escutar ela rindo com ele, eles se beijando e até transando como se só existissem eles ali.

Quando eu tinha por volta dos oito anos vi minha mãe chorar escondida pelo que me pareceram meses e realmente foram pois sua barriga estava cada vez maior, por "acaso" meu pai havia sumido nesse mesmo tempo e então já não era apenas eu e mamãe agora tínhamos também a Kath. Um bebê lindo e risonho, fisicamente muito parecida com o crápula.

Mamãe logo aumentou a carga de trabalho para conseguir mais dinheiro pois agora tinha duas crianças para sustentar. Eu estudava de manhã e a tarde e a noite eu cuidava da bebê."

_ Você só tinha oito anos Elizabeth, uma criança, como isso é possível?_ Tyler me interrompe indignado e eu seco rapidamente uma lágrima que escapa.

_ A gente precisava sobreviver e por isso mamãe trabalhava, a única coisa que o embuste nos deixou foi a casa onde morávamos na época e por sorte estava no nome da minha mãe, ela vendeu e comprou essa que moramos agora.

_ Aquela casa está caindo aos pedaços de tão velha sem mencionar o quanto aquele bairro é perigoso._ diz irritado._Você não pensa em voltar para lá não né?

_ Vamos voltar sim Ty, enquanto estou morando aqui a trabalho e estou fazendo uma reforma nela._ suspiro_ Um dia terei que voltar e ela vai estar bonita, meus irmãos precisam ter a casa deles.

_ Em um bairro perigoso?_ bufa enquanto passa a mão no cabelo._ Você não precisa voltar...

_ Você prometeu não me atrapalhar e eu acabei contando uma parte lá da frente. desconverso e ele assente._ continuando...

"Algum tempo depois eu comecei a ver meu pai entrando em casa de madrugada, eu o via pois meu sono se tornou leve para cuidar do bebê e também o vi algumas vezes saindo de manhã cedo ou quando eu estava voltando da escola

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"Algum tempo depois eu comecei a ver meu pai entrando em casa de madrugada, eu o via pois meu sono se tornou leve para cuidar do bebê e também o vi algumas vezes saindo de manhã cedo ou quando eu estava voltando da escola.

Não precisa ser nenhum gênio para saber o que ele fazia lá né?

Ele voltou para casa depois de um tempão nesse vai, come e some. Ele mal trabalhava e vivia bêbado, eu que já era babá virei também empregada dele, qualquer coisa errada eu apanhava e muito, e era pior quando eu defendia minha irmã da fúria dele. Eu vivia marcada e roxa, tapava tudo com maquiagem pois se a escola descobrisse e denunciasse nós duas íamos parar no sistema e vai saber o que teria acontecido. Eu já era grande demais para ser adotada mas Kath era pequena então as chances de nos separamos era muito grande.

Mas só ficou ruim mesmo quando minha mãe engravidou dos gêmeos. Ele me  bateu no lugar da minha mãe, apanhei tanto que fui para o hospital, inventei uma história de que havia apanhado durante um assalto e eles acreditaram, foi quando eu recebi carinho e afeto pela primeira vez que me encantei pela enfermagem, enquanto eu cuidava de Kath e dos gêmeos recém nascidos aproveitava para estudar ainda mais para conseguir mais e mais pontos, passei no processo e entrei na faculdade com uma bolsa de cem por cento.

Ele passou muito tempo sumido com medo de eu o ter denunciado mas depois voltou a mesma só fazia visitas no quarto da minha mãe, até que uma noite ele chegou drogado e bêbado com mais um homem ele me viu na cozinha e falou alguma coisa para o cara que assim que me viu deu um dinheiro para ele. Não entendi muito bem na hora mas o cara estava pagando por mim.

Ele me vendeu como virgem mas eu com meus dezenove já não era mais. Ele me segurou de joelhos no chão enquanto o homem tirava a calça ele dizia que se eu não colaborasse eles iam pegar a Kath, eu não podia deixar isso acontecer mas estava apavorada os dois riam enquanto eu chorava e me contorcia lutando para sair dali.

Minha mãe chegou e pela primeira vez na minha vida ela me defendeu, o expulsou de casa, saímos aquela noite mesmo de lá praticamente com a roupa no corpo e alguns alimentos e viemos para Manhattan, bem longe de Tulsa. Uma conhecida da minha mãe arrumou um lugar para nós com uma tia e depois  ajudou a vender tudo o que tínhamos e então ela comprou a casa onde moramos hoje, mudei de faculdade e Kath de escola, nunca mais voltamos para Oklahoma."

_ Não me deixe ver esse homem nunca na minha vida pois ele vai morrer pelas minhas mãos._ sua voz sai com tanta raiva que eu poderia me assustar se não soubesse o que toda a história pode causar em quem escuta.

_ Ele nunca vai nos encontrar, nem eu e muito menos meus irmãos._ digo deixando escapar um soluço seguido por algumas lágrimas.

_ Onde está sua mãe?

_ É complicado..._ suspiro alto_ Minha mãe começou a beber e se drogar logo depois que Kath nasceu mas eu não sabia. Tudo piorou depois que nos mudamos para cá, ela foi entrando cada vez mais nas drogas. Tinha vezes que ela alucinava e via aquele homem nos lugares, sismava que ele a estava seguindo. Foi um verdadeiro inferno."

"Vivemos com ela assim por anos até que consegui um emprego em um hospital que pagava melhor do que a lanchonete que eu trabalhava antes, num momento de lucidez o que já era raro ela passou a guarda dos meus irmãos para mim. Ela ficou internada por seis meses, voltou para casa mas uma semana depois desapareceu, apareceu quase um mês depois ainda pior do que antes.

Ela vive em uma clínica mas as drogas acabaram com ela, não se recorda de ter filhos, não fala nada com nada. Ela só lembra do cafajeste, o grande amor da vida dela como ela mesmo fala. Ano passado no natal ela fugiu de casa quando a levamos para comemorar com a gente, ela dizia que estava indo encontrar com ele."

_ Por isso que vocês passaram o natal com a gente?

_ Sim, e não tem um dia que se passe que eu não agradeça por sua família nos acolher em tantos momentos.

_ Você já é quase uma McNa._ me beija e eu sorrio._ Os meninos não parecem abalados com a falta da mãe.

_ Eles nunca a tiveram como mãe assim como eu e Kath. Eles sabem quem ela é mas nem a chamam de mãe.

_ Eles tem você..._ ele dá uma risadinha marota._ sabe o que eles me disseram uma vez?_ faço que não o observando com um sorriso bobo_ "Todo mundo ama a Beth as vezes você só não descobriu ainda." Eu tenho que concordar, eu só não havia descoberto ainda.

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3/3

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Recuperando o músico - Família McNa 3Onde histórias criam vida. Descubra agora