I Know you want - NejiHina

XXXIV

O véu da noite que presenciou as mais profanas e amorosas realizações deu lugar ao dia, momento de encarar as consequências destas.
Portas fechadas que abriram novas passagens pelo caminho.

– Bom dia, minha senhora. – Sua voz soava rouca denunciando que havia pouco tempo que tinha despertado.

– Bom dia, Niisan – Espreguiçou-se esticando o corpo  e observou um tímido raio de sol surgir pela fresta da janela.
Maldito tempo que passava rápido nos dias errados. – Já está na minha hora, não é? –

– Não quero que você vá. – Neji disse-lhe fazendo um carinho na bochecha. – Você não quer ir. – Passou o indicador em seu nariz e subiu até o meio dos olhos.
– Fique. –

Hinata o espantou com um aceno de mão e sentou na cama com as pernas em posição de meditação, puxou o lençol para cobrir sua nudez.
– Ainda não temos tudo pronto, vamos precisar fingir que nada ocorreu aqui esta noite. –
O beijou docemente nos lábios como se garantisse que voltaria.

Neji caiu novamente na cama e colocou a cabeça no  travesseiro enquanto ela se levantava procurando as roupas.
– Nunca serei o mesmo  depois de ter provado você. – Observou as costas nuas dela onde o lençol não cobria, algumas marcas leves estavam adornando o espaço.

Lhe deu uma espiada por cima do ombro e sorriu com os cantos da boca em covinhas relaxadas. – Piegas! –

– Esteja pronta para muitos anos disso se tudo for como queremos. — Não fez questão de se mover enquanto tinha a adorável visão de Hinata lidando com todas aquelas vestimentas, poderia se acostumar em ter mais manhãs como aquelas.

– Eu irei na frente para não levantar suspeitas, mas não demore muito para me seguir. – Abaixou-se até a altura da cama e beijou a testa de seu amado.

Neji estremeceu pelo local e recebeu um olhar amoroso em troca.

– Até mais. –

Partiu a contragosto mas de ânimo novo em comparação a qualquer outro dia.  Os pássaros cantavam lá fora e o clima estava aconchegante. O homem que amou por tanto tempo estava atualmente espalhado no leito de amor que fizeram.
Nem mesmo os aborrecimentos de Toneri & família poderiam tirar sua paz, pelo menos não com facilidade, já que a sequência de perguntas sobre seu sumiço lhe alcançaria o quanto antes.
Procurou as passagens discretas e as rotas vazias para chegar até seus aposentos, precisaria se montar para "acordar" oficialmente.

Subiu para seu  quarto com passos de pluma para não alertar os servos que acordaram nas primeiras horas do dia.
Trancou a porta em suas costas e soltou um leve grito agudo de felicidade abafado pela mão cobrindo a boca.
Abandonou as roupas de noiva em um cesto e rodopiou nua pelo quarto enquanto cantarolava algo sobre "O melhor dia de todos."
Parou de repente na frente do espelho e observou seu corpo, todas as marcas que ela adoraria ostentar publicamente se pudesse hoje precisam ser cobertas por uma gola alta e calças ao invés de shorts, não era um dia quente, ela ficaria bem.

Aguardou mais uma meia hora e depois desceu as escadas para o desjejum de sempre, a "família" estava toda reunida aparentemente esperando-a.
Curvou-se para o pai e para o resto da mesa antes de puxar sua cadeira ao lado de Hanabi e Hiashi. – Perdão pelo atraso, dormi demais. –

– Você não costuma se atrasar. – Hiashi disse seco, mas não particularmente mais que o habitual.

– Eu estava cansada, depois da festa. –

– Mas você desapareceu muito cedo, a maioria dos convidados nem pode se despedir, minha querida. – Kaguya tomou a frente como sempre fazia, o marido não passava de uma sombra perto dela.

– Estava indisposta. – Olhou diretamente para Toneri, perguntava-se se ele tinha mencionado alguma coisa sobre o pequeno desentendimento entre eles. – Meu noivo não me representou bem? Comuniquei meu mal estar e ele disse que me faria a gentileza de avisar a todos. –

– Eu faço minha obrigação com as nossas famílias, minha linda noiva. – Respondeu sorrindo cínico.

– Todos nós, amado noivo. – Não recuou, pelo contrário, continuou se servindo do café da manhã tranquilamente até a próxima fala…

– Não acha que está fazendo mais que suas indicações isso com a família? – Resmungou venenoso.

Bem, não era surpresa que Toneri não gostava de sua relação com Neji, mas aparentemente ele desconfiava de mais.

– Acho que estou indisposta para essa conversa. – Tentou encerrar de uma vez antes que ficasse pior.

– Que mal estar inconveniente. – Apoiou a mão no queixo e colocou o cotovelo na mesa.
– O Bunke* pode te levar pa-, desculpe, até  o quarto se você quiser. – Mordeu um Onigiri e deu de ombros.

Hinata encarou incrédula as palavras que saiam da boca dele, aparentemente ela não era a única, já que todos na sala estavam em silêncio.

– Inclusive, onde ele está? Indisposto como você? Imagino que sim se esse mal estar for contagioso, vocês ficam muito tempo próximos, certo? –

Procurou a saída de emergência mais cabível para a situação e fez sua jogada de moça indignada. – Chega, eu não sou obrigada a ouvir isso. –

O Otsutsuki parecia pronto para uma réplica ainda mais maliciosa  quando Hiashi chamou a atenção de todos ao se manifestar.
– Tem razão, vá para o seu quarto. – Cruzou as mãos na frente do rosto sem olhar para ela– Conversamos depois. –

Abaixou a cabeça pela última vez, não havia nenhuma razão para entrar em conflito antes da hora.

– Mas pai, a mana não fez nada! – Hanabi protestou enérgica na defesa da irmã, mesmo que soubesse de algo que ela com toda certeza fez.

– Chega, Hanabi! – Elevou o tom para um mais severo que matou a pequena rebelião da filha mais nova.
– Hinata, vá para quarto. –
Suspirou profundamente como se tentasse não estourar uma veia de estresse.
– E vocês, controlem seu filho e sua boca inadequada. –

– Perdão senhor, não vai se repetir. – O senhor Otsutsuki se adiantou quase atravessando a mesa para puxar a orelha do filho. – Toneri está apenas com ciúmes por não receber tanta atenção da sua filha quanto aquele bunke. –

Como se eu tivesse pedido por essa droga de casamento. Pensou em silêncio antes de ir embora.

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Bunke -> É da casa secundária

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