Mar de idas e vindas

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Doug estava mudo.

O criado estava lendo os outros poemas, mas não se importava. Ele apenas conseguia olhar para Catarina e como ela ficava pálida a cada segundo que se passava.

Ele viu o exato momento em que ela escondeu as mãos atrás do corpo e isso o fez ficar alerta. Quando Catarina ficava muito nervosa, suas mãos paralisaram e se contorciam sem o seu comando, seu rosto suava e sua respiração acelerava.

De longe, ela parecia normal. Mas Doug a conhecia.

Mesmo que mínimos, ele notava os sinais de crise. E ela reagia assim em duas ocasiões: quando era pega cometendo algum erro ou quando tentava desesperadamente encobrir um erro.

Assim que o criado terminou de ler. Cada grupo se reuniu para fazer seus palpites enquanto os quatro autores esperavam de pé.

- Eu acho que o primeiro é do meu pai. - Comentou Charles com o papel em mãos - O de Catarina deve ser o terceiro que falava sobre joias.

- Minha mãe ganhou joias do meu pai recentemente. - Opinou Aurora - Eu suspeito que o poema que falava sobre joias era o dela.

- O poema falava sobre safiras. - David concordou - Olhem para os brincos dela.

De uma forma nada discreta, os jovens encararam a Duquesa de Lancaster ao lado do Rei, reparando em seus brincos de safira.

- Vocês têm razão. - Dinesh voltou o olhar para o papel nas mãos de Charles - O primeiro é do Rei, o terceiro é de Lady Lancaster.

- Faltam os de Catarina e Ethan. - Nora esticou o pescoço e viu que o time rival já tinha terminado sua lista - O segundo era sobre o encontro de um casal e o último falava sobre perfumes...

- Eu não acho que o segundo seja de Catarina. - Opinou Charles - Ela não é romântica, eu imagino ela fazendo poemas sobre a Grã-Bretanha ou vestidos de baile, não sobre romance. Mas também não consigo imaginar Ethan fazendo nenhum desses poemas....

- Adam e Alam fugiram. - Avisou Aurora.

Os oito jovens olharam ao redor e notaram a ausência dos gêmeos.

- Eles devem estar com Serena. - Era a primeira frase que Doug pronunciava desde o segundo poema - Eu acho que o último é da princesa.

Doug não sabia se ficava tenso ou aliviado. Ele duvidava muito que sua irmã ou Nathaniel tivessem escrito aquele poema. Ethan era a pessoa que tinha os visto noite passada e era o autor do poema.

Dinesh tocou o ombro de Doug como se fosse a escolha que decidiria o futuro da Grã-Bretanha.

- Você tem certeza?

- Eu tenho a mais absoluta certeza. - Principalmente de que Catarina mandaria o irmão para os céus em breve.

Doug era o mais velho dos jovens. Se ele dissesse que verde era laranja com convicção, eles também diriam.

Menos Catarina, ela diria que verde era verde e ainda jogaria uma laranja nele.

Menos Catarina, ela diria que verde era verde e ainda jogaria uma laranja nele

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