Eu sou a lua

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Catarina estava determinada a ficar calma, até porque, a raiva fazia sua cabeça doer novamente. Ela estava em frente a porta do quarto de sua vítima, considerando se ele merecia que ela batesse para entrar ou não.

Felizmente, sua dúvida logo foi descartada, pois Ethan abriu a porta para sair e se assustou ao ver a irmã ali, ele arregalou os olhos e tentou fechar a porta de novo, mas Catarina a chutou de uma vez.

Ethan começou a correr pelo quarto à procura de algo para se defender enquanto Catarina trancava a porta por dentro.

O quarto era grande, as paredes eram pintadas em tons de branco e prata que combinavam com os móveis claros e o grande tapete que tinha a mesma estampa dos desenhos sutis das paredes que imitavam folhas de árvores na primavera. Ethan correu e tirou um dos quadros da parede, mantendo distância entre ele e a irmã.

Catarina estava em completo silêncio e sequer tinha saído da porta ainda.

– Eu não fiz nada dessa vez. – Declarou e se desesperou quando ela começou a andar em sua direção – Eu quebrei a sua tiara de pérolas favorita semana passada, eu admito. Mas eu juro que não foi a intenção. – Ela estava cada vez mais perto – Eu queria pregar uma peça em você, contudo ela acabou caindo da janela porque Serena me assustou e... – Catarina estava a três passos dele, completamente inexpressiva, o que, para Ethan, era um verdadeiro motivo para sentir pânico – CHARLES TAMBÉM AJUDOU.

Catarina pousou a mão sobre o quadro, que ironicamente era uma pintura dos quatro irmãos, e o tirou das mãos dele.

– Ethan.

O príncipe se ajoelhou e abraçou a saia do vestido da irmã.

– Catarina, minha linda irmã, a irmã que eu mais amo com toda a minha alma, tenha misericórdia de seus pobres irmãos mais novos e irresponsáveis. De fato, nós somos a escória da fraternidade a qual nos une em um laço forte e inquebrantável gerado pela união dos nossos amados pais que nos criaram a base de valores cristãos, aleluia. Por favor, minha amada irmã, eu rogo para que se recorde dos preceitos ao qual fomos criados e exerça o perdão! Óh, o perdão, aquele que liberta nossas almas e-

– Irmão, imite o som do silêncio. – Pousou as mãos sobre os ombros dele, o que fez Ethan conter um grito – Eu não vim brigar por causa da tiara, eu sequer sabia que vocês tinham quebrado ela, mamãe disse que tinha mandado restaurá-la.

– Nós pedimos para Serena dizer à mamãe que tinha ido pegá-la para você, mas tinha a deixado cair.

– Até quando vocês vão jogar a culpa para a mais nova?

– Até quando ela aceitar chocolate como moeda de troca para favores. – Se levantou e foi até a cama, sentando-se confortavelmente e encarando a irmã como se não estivesse morrendo de medo dela há cinco segundos atrás – Se não é sobre a tiara, o que veio fazer aqui? Eu sei que a minha companhia é ótima, mas existem modos menos assustadores de fazer isso.

– Quem lhe entregou aquele poema? Por favor, Ethan. – Se aproximou e se sentou ao lado dele, olhando para dentro de seus olhos castanhos – Eu preciso que me diga a verdade, é importante.

Ethan aproximou o rosto da irmã, fitando-a como se ela fosse louca.

– Do que está falando, Catarina? Foi você que me deu aquele poema.

Ela paralisou e se emudeceu por alguns segundos, completamente confusa. Catarina se lembrou do dia em que leram os poemas, tentando se recordar de ter entregado algo para o irmão.

– Eu lhe entreguei a carta da sua faculdade naquele dia.

– A carta da faculdade está com você?

O Marquês Desejado Onde histórias criam vida. Descubra agora