Mais Princesa, menos Catarina

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Silêncio.

Durante todo o caminho até o palácio, Doug não disse uma palavra sequer. Apenas os galopes acelerados eram ouvidos. Catarina ainda sentia sua cintura queimar com o toque dele e sua pele arrepiar com a memória fresca da sensação de quando ele a puxou.

O vento frio batia em seu rosto e a fazia recobrar a razão. Doug tinha a descoberto. E ela sabia que aquilo não terminaria bem.

De repente, ele parou o cavalo em frente ao muro que dava passagem para o refúgio da princesa no jardim. Catarina permaneceu em silêncio, completamente aflita. Durante alguns segundos, ela apenas conseguia ouvir a respiração acelerada dele.

– Eu preciso lhe dizer algo importante.

Em uma situação normal, ela diria algo como “Ah, agora vossa senhoria quer dizer algo?”, mas ela não se atreveu. De todos os anos que se conheciam, ela nunca havia sentido ele estar com tanta raiva como naquele momento. E pelo silêncio dele durante todo o caminho, o que ela julgou como uma tentativa de se acalmar, ele não estava apenas bravo com ela como também decepcionado.

Apoiar algumas loucuras dentro do palácio não se comparava com as fugas sérias que ela fazia.

Doug desceu do cavalo e estendeu as mãos para ajudar Catarina. Ela olhou para ele, fitando sua expressão séria e seus olhos firmes.

Catarina odiava aquela expressão.

Quando se tem muitas expectativas a cumprir, o olhar de decepção é como se a alma estivesse sendo esfaqueada.

Ela pousou as mãos sobre os ombros dele, sentindo as suas mãos grossas tomarem posse de sua cintura novamente, tirando-a do cavalo e a pousando no chão.

Catarina não costumava ser passiva daquele jeito, mas sabia que estava errada, a questão a ser discutida era: Ela estava realmente disposta a abrir mão desse erro?

Uma brisa fria soprou sobre eles, tirando o capuz azul de Catarina e arrepiando seu corpo.

– Vamos entrar no refúgio, aqui fora está muito frio. – Ele sugeriu – Onde está a passagem?

Ainda tensa e muito surpresa por ele saber da passagem. Catarina acatou e apontou a direção. Doug arrastou uma parte específica do muro em formato de quadrado que era imperceptível para qualquer um que passasse por ali, tinha cerca de um metro e cinquenta centímetros de altura, não chegando sequer perto da metade do muro. Assim que a passagem foi liberada, Catarina entrou.

Ela estava no meio de duas paredes com um espaço curto que tinha pouco menos de um metro. Catarina andou alguns passos, procurando a parte da parede que era repleta de pedras estrategicamente colocadas para alguém escalar enquanto sentia Doug em seu encalço.

Ela começou a tatear a parede até finalmente encontrar os relevos.

– Escale por essas pedras… – Ela pediu e agradeceu ao céu por estar tudo escuro demais para poder ver o rosto dele naquele momento – Existem mais pedras aqui ao lado, eu irei por elas…

Como resposta, ela apenas ouviu os passos dele estarem cada vez mais próximos até ela sentir a presença do Marquês completamente ao seu lado. Doug tateou a parede à procura das pedras, esbarrando na mão de Catarina no processo.

– Desculpe.

E foi a última palavra que disse antes de começar a escalar em completo silêncio.

E foi a última palavra que disse antes de começar a escalar em completo silêncio

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