Quando sentiu a primeira gota cair sobre si, Catarina soube que viria uma tempestade, o que ela não esperava, era que mesmo depois de quatro anos, ela ainda se lembraria do marquês que viera com ela e como seria difícil viver um romance secreto send...
Nathaniel Haddington Bartlett, quarenta e oito anos.
Pai. Marido. Rei da Grã-Bretanha.
As três funções às quais sua vida gira, e que exigem acima de tudo, proteção.
Precisava proteger seus filhos. Sua esposa. E seu povo.
E na tentativa de ser tudo, ele já não conseguia ser nada.
Três filhos nos quartos com médicos. Uma esposa longe. Um povo em perigo.
E agora, tudo tinha piorado ainda mais. Enquanto cuidava dos filhos, um dos soldados veio lhe dizer que a rainha tinha desaparecido.
Ele saiu do palácio, precisava ir até onde ela estava antes, procurá-la com os soldados e escondê-la em outro lugar. Mas ele não a encontrou.
Quando retornara ao palácio, o dia começava a se despedir, juntamente com suas esperanças. Seus soldados ainda procuravam por Louise secretamente e ele não conseguia pensar em qualquer outra coisa que não fosse nela e nos filhos.
Precisava de uma saída.
De uma solução urgente.
- Vossa Majestade.
A voz de Catarina ressoou atrás de si. Nathaniel se virou, olhando-a já apreensivo.
Céus, o que mais tinha acontecido?
- Seus irmãos... - Sua voz morreu, incapaz de continuar a frase.
- Estão melhorando. Charles ainda não acordou, mas está reagindo bem. - Adiantou-se - Solicito uma audiência particular com o rei.
Nathaniel estranhou a formalidade excessiva dela. Não havia ninguém por perto, mas a postura da filha era como se estivesse em frente ao parlamento.
- Mais tarde eu converso com você, agora eu tenho que ir.
Nathaniel se virou para ir novamente. Precisava ficar sozinho e colocar a cabeça no lugar. Com Louise desaparecida, a situação mudava.
Catarina encarou o pai indo embora de costas e respirou fundo.
Ela não podia deixá-lo escapar mais uma vez.
- Um rei pode proteger o povo os mantendo ignorantes perante as aflições, mas um grande homem é capaz de criar laços e confiar naqueles que estima, pois sabe que existe reciprocidade entre eles.
Nathaniel paralisou. As memórias de um passado distante invadiram sua memória no mesmo instante.
E de repente era como se estivesse vendo a jovem Louise de vinte e um anos à sua frente novamente.
Eles eram jovens e tinham acabado de se conhecer. Sujos e sem nada, andando por uma floresta fugindo de perseguidores, e mesmo naquele caos completo, onde ele mesmo já havia se perdido, ela o encontrou.
Ela não enxergou apenas o futuro rei.
Louise viu o homem.
E fez florescer nele, seu melhor lado.
Um lado que ele havia perdido com o passar dos anos.
Nathaniel encarou a filha, olhando-o tão fixamente que sequer piscava. E de repente, aqueles olhos azuis já não eram os seus, eles eram como os da rainha.
E ao julgar pelas palavras dela, não era apenas uma frase que a ligava à rainha.
- ... Onde ela está, Catarina?
- Vamos conversar.
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