Excentricidade X Solitude

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Catarina cruzou os braços, erguendo uma sobrancelha.

– Eu não sei se sabe, princesa. Mas Douglas visitou a Defânia há alguns anos atrás e meu pai fez uma proposta de casamento a ele pela minha mão.

– Eu soube. – Respondeu tranquilamente – Ele recusou.

Os olhos de Rose tremeram por um instante com a resposta dela.

– Eu estou deixando claro as minhas intenções porque não acho justo fingir uma relação amigável com você quando estivermos a sós sendo que estou interessada nele. – Suspirou – Ele não sabe desses sentimentos, na época meu pai fez a proposta como aliança de negócios.

– Eu sei, ele não sabe dos seus sentimentos.

Catarina olhou bem para Rose.
Desde a pele macia e sem marca ou mancha alguma, dos olhos verdes e marcantes como os de sereias em pinturas, os lábios carnudos e rosados como uma rosa e o cabelo loiro e brilhante que se intercalava com um ruivo quando a luz do Sol batia, exatamente como naquele momento com a luz da janela. Tudo isso somado a um status de princesa de um país rico.
Dentro da realeza e alta nobreza, Rose poderia ter o homem que quisesse, seja fazendo que ele se encantasse com sua beleza ou pedindo para seu pai arranjar um casamento político.

De certa forma, Catarina entendia o sentimento de frustração dela.
Ela poderia ter o homem que quisesse, menos o que ela amava.

– Você é corajosa, princesa Rose. Falando abertamente que vai tentar tirar o Doug de mim.

– Se a relação de vocês estivesse oficializada, eu desistiria dos meus sentimentos, mas depois de tudo isso, com nós dois fingindo ser um casal, decidi que tentaria de verdade dessa vez. Eu não desejo o seu mal, princesa Catarina, muito menos me alegrei com o que aconteceu com você. Mas eu não posso ir embora sem tentar, então não vou demorar para me declarar para ele. – Levantou-se e fez uma mesura para Catarina – Não precisa me perdoar, mas não posso me dar ao luxo de não te pedir perdão por isso. – Endireitou a postura, olhando para Catarina sinceramente – Perdão.

Catarina também se levantou e cruzou os braços.

– Está me pedindo perdão, mas ainda vai se declarar para ele… – Riu soprosamente – É uma pena termos nos apaixonado pelo mesmo homem, princesa Rose. Não concordo com essa atitude, mas não posso dizer que você não tem uma personalidade… cativante. Sinto que seríamos amigas se estivéssemos em outra situação.

– Meu irmão disse o mesmo. – Concordou – Aliás, ele é uma pessoa infinitamente melhor do que eu jamais poderia ser. – Suspirou, admitindo – Tentou me convencer a desistir assim que contei que ainda tinha sentimentos pelo Douglas, mas eu não escutei.

– Síndrome do irmão mais novo, eu diria. Vocês raramente escutam.

– Apenas peço que não fique com raiva dele, Chase não tem relação com meus sentimentos e reprova minhas atitudes…Por favor, não associe meu irmão a mim, ele não merece. Quanto a mim, pode me ofender e odiar o quanto quiser.

– Eu não preciso disso. – Catarina deu de ombros e foi até a porta, virando-se para Rose – Tem algo mais para falar?

– Não, princesa. Mas… – Rose olhou para os lados, confusa com a atitude de Catarina – Eu achei que me ofenderia ou brigaria comigo… Vossa Alteza não tem mais nada para me falar? Eu vou ouvir tudo calada.

– Ah, tenho sim. – Virou-se para a porta, tocando a maçaneta. Catarina inclinou o rosto levemente, apenas o suficiente para olhá-la de canto – Boa sorte.

 Catarina inclinou o rosto levemente, apenas o suficiente para olhá-la de canto – Boa sorte

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