Laços perdidos com tempo

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Catarina se vestia o mais rápido que conseguia, com Eleonor tremendo enquanto a ajudava. As duas se prenderam em um ciclo de: perguntar o que estava acontecendo e dizer que também não sabia direito. 

Elas estavam com tanta pressa que Eleonor mal prendeu o cabelo dela, apenas fez uma trança, enquanto ela se vestiu, colocou uma tiara e Catarina saiu correndo do quarto, ignorando completamente as regras de etiqueta.

O que estava acontecendo?
Por que tinham assassinado Rose?

Será pelo noivado falso?
Se fosse assim, a família real tinha parcela da culpa.
E Catarina estava incluída por ter concordado com tudo isso.
Aliás, eram todos cúmplices ali.

A imagem de Rose vinha em sua mente enquanto subia as escadas para o andar mais alto, até a sala de reuniões.
Assim que cruzou o corredor, teve certeza de que tinha ido ao lugar certo, a julgar pelo número de soldados na porta, os reis estavam reunidos, discutindo sobre a morte da princesa da Defânia, mas não foi isso que chamou a real atenção de Catarina.

Chase estava ali.
Destruído.

Ele usava apenas calça e uma camisa branca abotoada errada, seus pés estavam descalços e seu cabelo loiro despenteado, completamente bagunçado. Mas o que fez Catarina parar de correr e se aproximar devagar foi o fato dele estar em prantos.

Ele chorava a ponto de soluçar e implorava para os soldados deixarem ele entrar, mas eles negavam.

Ele notou alguém se aproximando. Seus olhos encontraram os de Catarina e ele foi até ela como se sua salvadora tivesse chegado.

Chase segurou seus ombros, ainda sem parar de chorar, suas pernas estavam trêmulas e sua voz rouca.

– Catarina… Eu lhe imploro, ajude-me… – Apontou para a sala – Fale para eles me deixarem entrar… A minha irmã… Eu preciso saber o que aconteceu…

Catarina sentiu vontade de chorar.
Chase estava desolado.

Seus olhos, sua voz, sua expressão e até mesmo seu corpo, gritavam e escancaravam a dor dele.
Ela sabia o quanto tinha sofrido quando Charles foi envenenado, Ethan teve crises e Serena voltou desacordada do campo, tudo isso doeu tanto que parecia que seu coração tinha sido rasgado, não conseguia sequer imaginar a dor que ele estava sentindo em realmente ter perdido a irmã mais nova.

Catarina olhou para os soldados, finalmente notando que Brandon estava no meio deles.

– Nós podemos entrar? – Dirigiu-se especificamente a ele.

Brandon olhou para ela, quase se esquecendo de se curvar, mas conseguiu disfarçar e agiu como se fosse qualquer outro soldado.

– Sinto muito, Alteza. Nos foram dadas ordens claras para não permitirmos a entrada sequer para príncipes e princesas. Sua Majestade foi claro para que todos aguardassem o pronunciamento depois da reunião.

Catarina não estava surpresa. Tratando-se de algo grave assim, era óbvio que o assunto seria tratado com cautela e privacidade.

Esse era um assunto que cabia aos reis. Ela correu diretamente até ali por impulso, com uma sede de respostas, esquecendo-se de como seu mundo funcionava.
No entanto, se os reis estavam fazendo trabalhos de reis, ela faria o trabalho de uma princesa.
Que envolvia ajudar a acalmar e conter os ânimos, em pouco tempo todos os príncipes e princesas acordarão, recebendo a notícia de imediato, e como princesa da Grã-Bretanha, ela deveria dar o exemplo e esperar o pronunciamento dos reis.
Ela faria tudo isso, mas não agora.

No momento ela tinha algo mais importante do que sua tarefa de princesa.
Ela tinha seu dever como amiga.

– Chase, olhe para mim, hm? – Levou as mãos ao rosto dele, chamando sua atenção – Nós não podemos entrar. Vamos sair daqui. – Segurou a mão dele, entrelaçando seus dedos aos dele e o conduzindo para longe dali.

O Marquês Desejado Onde histórias criam vida. Descubra agora