O início do fim

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Uma semana.

Sete dias inteiros que tudo tinha piorado.
Sete dias que Catarina não acordava, que Serena e Ethan desapareceram do palácio, que Doug tinha saído ensandecido atrás de respostas e que, não apenas o parlamento, mas os reis também estavam em cima de Nathaniel, pressionando-o.

O palácio estava mais sombrio e silencioso, sendo preenchido com os murmúrios dos boatos e teorias sobre o que poderia estar acontecendo.

Naquele momento, Nathaniel estava na sala de reuniões, sendo questionado pelos outros reis, todos sentados em uma enorme mesa retangular.

– Qual a real situação da Coroa neste país, Majestade? – O rei da Grenvívia se pôs de pé, cansado de tudo aquilo – A instabilidade do seu reinado coloca em risco a todos nós, se não consegue colocar ordem no seu próprio país, como espera fazer aliança conosco?

– Eu já falei a vossas majestades que o crime contra a minha filha foi um caso isolado, a Coroa inglesa não está instável e o criminoso por trás do atentado já foi pego. Ele é um ex-membro do parlamento que desviava dinheiro, ele acabou enlouquecendo quando estava sendo procurado e quis se vingar tentando matar a herdeira do trono. Mas agora ele não é mais um problema e a princesa já está fora de perigo.

– As princesas estão dizendo que sua filha, Alteza Catarina, foi atingida no ventre com a bala, e que agora talvez tenha perdido a capacidade de ter filhos. – O rei da Zílga se pronunciou na frente, era um dos primeiros reis da mesa, sentado próximo a Nathaniel. Ele tinha apenas um filho, e pelo que os boatos indicavam, pretendia tentar um acordo de casamento político com Nathaniel pela mão de Catarina – Se assim for, eu sugiro que Vossa Majestade comece a pensar em acordar a princesa Serena para casamentos políticos no futuro.

– A princesa herdeira foi atingida nas costas, sua capacidade de gerar filhos e de andar não foi comprometida.

– No entanto, Majestade. – O rei da Grenvívia voltou a se pronunciar – A princesa herdeira ainda não acordou e já está na cama há uma semana, como podem ter tanta certeza?

– Acredito que os médicos saibam mais de medicina do que nós reis. – Nathaniel o encarou sem hesitar.

– Pelo modo que comanda o seu país, um médico saberia mais que Vossa Majestade sobre governar. – Retrucou.

O clima da conversa ficou ainda mais tenso. Muitos reis ali estavam bravos e descontentes, mas poucos deles ousariam ir tão longe como o rei da Grenvívia estava indo.

A Grã-Bretanha ainda era a maior potência do mundo, mas o casamento político entre a princesa da Grenvívia e o príncipe da Fídele aumentaria o território e as transações comerciais ficariam mais fáceis entre os dois países que já tinham um grande território e uma boa economia, certamente era isso que estava dando tanta confiança para o rei da Grenvívia bater de frente com Nathaniel, o que encorajava outros poucos reis ali também.

– Nos exaltarmos e faltarmos com respeito uns com os outros é torpe e ignorante de nossas partes. – Clement, o rei da Defânia interferiu antes que a situação piorasse – O importante aqui é a saúde da princesa Catarina.

– Está dizendo isso para defender sua aliança com o rei da Grã-Bretanha? – Continuou – Todos nós sabemos que a Defânia é a favorita para fazer aliança já que vocês são ligados a França e a relação dela e da Grã-Bretanha é extremamente instável, tanto que o rei da França sequer está aqui, e uma aliança entre vocês seria ótimo para ambos os países.

– Nossa relação política não tem relevância neste assunto. – Clement voltou a tentar encerrar a discussão.

– Obviamente tem importância aqui. – O rei da Zílga entrou na conversa mais uma vez – Se continuarem assim, a princesa Catarina se casará com o príncipe Chase. Se a Grã-Bretanha se juntar a Defânia e, posteriormente a França, isso também incluirá todas as colônias e países menores que os três possuem, o que afetará a economia de outros grandes países no futuro se acordos comerciais privados impedirem a exportação de manufaturas.

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