Não-me-esqueças

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Catarina não queria parecer paranóica, mas era difícil controlar um sentimento que nunca tivera antes. Nunca gostara de ninguém além de Doug, e pela primeira vez, ele era dela.
Logo, em uma matemática em que um mais um é dois, o número três a incomodava.

Não se importava que outras mulheres já tivessem passado pela vida dele, de um ponto de vista racional somado ao caráter do Marquês, Rose não fazia diferença.
Ela confiava nele, e sabia que ele confiava nela de volta.

Era ridículo ter ciúmes, do que importava se a princesa Rose era a mulher mais linda que ela já havia visto em toda a sua vida?

Antes Doug se recusava a ficar com ela por amá-la demais para fazê-la infeliz com seus problemas de saúde, e mesmo assim tinha um quarto azul na casa dele repleto de presentes e objetos que lembravam ela.
Ele foi para a África apenas para achar diamantes que tinham a mesma cor dos olhos dela e ainda desenhou o colar para colocá-los pensando exclusivamente no que ela gostava. E agora tinha escolhido abdicar da paz que conquistara pela primeira na vida para reinar ao lado dela.

Catarina respirou fundo, colocando a cabeça no lugar e se sentou na cama. Tinha coisas infinitamente mais importantes para se preocupar naquele momento.

Ela escutou o barulho de um baque e um murmúrio do marquês em seguida. Ele apareceu de dentro da sala de banho do quarto, reclamando sobre ter batido o pé na banheira.

Catarina tinha diversas perguntas, mas quando o viu ali, de frente para ela, sua boca se calou e tudo o que seu corpo quis fazer foi abraçá-lo.

Desde de que voltaram a Londres, quase não tiveram momentos juntos, Doug fora visitar a família no dia seguinte e quando retornou, tudo desabou com os irmãos dela envenenados.

Sabia que ele estava fazendo de tudo para ajudá-la, mas isso não diminuía a falta que sentia dele.

Doug se aproximou e beijou sua testa, envolvendo seu corpo com os braços enquanto descia a boca pelo nariz e bochechas até chegar nos lábios. Catarina suspirou quando sentiu a boca quente dele na sua, movendo-se devagar, como se estivesse a apreciando, sentindo o gosto envolvente do beijo enquanto as mãos dele dançavam nas costas, cintura e pescoço dela.

Ela ficou na ponta dos pés inconscientemente, como se seu corpo o buscasse cada vez mais, circulou o pescoço dele com uma das mãos e a outra passeava pelo seu peito, sentindo seu coração bater tão forte quanto o dela.

Sem quebrar o beijo, ele a levantou pela cintura e foi até a cama, deitando-a sobre o colchão.
Catarina arquejou com o corpo dele sobre o seu, quente e pesado, mas irresistivelmente inebriante. Ele mordeu levemente seu lábio inferior e abriu os olhos, admirando-a, venerando-a completamente.

Doug estava em êxtase em apenas tê-la ali no meio dos seus braços. O corpo magro e curvilíneo dela parecia ainda mais atraente em baixo do seu. O cabelo escuro havia se soltado e agora estava espalhado pelo colchão como uma cascata escura e sedosa, moldando aquele rosto ao qual era loucamente apaixonado, desde os olhos lunares até os lábios macios e desenhados.
Por Deus, o quanto sentiria falta de ver aquele rosto. Por isso cada vez que a olhava assim era especial, estava memorizando cada traço, cada pinta…
Para que se lembrasse e pudesse vê-la em suas memórias quando não enxergasse mais nada.

Ela sorriu, esfregando em sua face que até o sorriso dela era apaixonante, reluzente.

Lindo.

Como tinha vivido todos esses anos sem ela?

Seu coração batia tão forte que parecia destruir seu peito com marretadas. Não tinha controle sobre seu corpo ou seus pensamentos, parecia que ele se resumia a um impulso avassalador de chegar cada vez mais perto, desejá-la, tê-la para si.

O Marquês Desejado Onde histórias criam vida. Descubra agora