Capítulo 6

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Decidimos encerrar a noite e irmos deitar. Tomei um banho rápido afim de me deixar mais consciente dos meus atos. Coloquei um pijama confortável e voltei para o quarto vendo Natasha já de banho tomado e também de pijama, uma regata colada em seu corpo e um calção minúsculo.

- Se você não quiser dividir o quarto comigo, posso ir dormir com Yelena. - Comentou Nat parada ao lado da cama.

- Não precisa fazer isso. - Sorri. - Podemos continuar dividindo o quarto.

Nat concordou com um sorriso de lado e se aproximou enrolando seus braços em minha nuca.

- Você sabe que sempre que quiser pode me beijar. - Comentou. - Mas eu quero saber se eu posso te beijar...

Fiquei olhando para o seu rosto esperançoso, seus olhos verdes me cuidavam atentos esperando uma resposta minha. Não é como se beija-la fosse algo ruim, muito pelo contrário e eu fico extremamente feliz que não tenho oposição sobre isso, pois eu quero beija-la também.

- Sempre que você quiser... - Sussurrei. Percebi as pupilas da ruiva dilatarem-se e um pequeno sorriso surgir em seus lábios.

Natasha me puxou pela nuca fechando a distância entre nós, seus lábios se chocaram com os meus de forma delicada, como se ela estivesse tomando cuidado por onde andava. Após alguns segundos assim, pedi passagem com a língua que foi muito bem recebida pela ruiva. Nossos movimentos eram em ritmo lento, não tínhamos pressa.

Chega a ser engraçado como eu simplesmente nem me importava mais com nada, muito menos com Wanda nesse momento.

Merda... Wanda.

Me separei rapidamente de Natasha que me olhou sem entender. Suspirei baixando minha cabeça envergonhada.

- Me desculpa. - Murmurei. Senti as mãos dela levantarem o meu rosto para que eu a encarasse novamente ela que estava com um sorrisinho amigável em seu rosto.

- Tudo bem. - Sussurrou. - Vamos devagar. Vem, vamos deitar.

Pegou minha mão e me guiou até a cama, antes de deitar comigo, desligou as luzes. Nos ajeitamos debaixo do edredom uma virada para a outra.

- Posso te pedir uma coisa? - Perguntou

- Pode. - Sussurrei.

- Vai parecer bobo. - Sorriu sem graça. - Mas... poderíamos dormir abraçadas?

- Claro. - Sorri fraco.- Como se nunca tivéssemos feito isso antes.

- Eu sei, mas é diferente agora. - Natasha ficou de costas para mim e eu puxei a sua cintura para mim e a abracei.

- Você anda muito melosa... - Sussurrei com uma risadinha que foi acompanhada pela ruiva. - Não é uma reclamação.

- Você sabe que eu sou mais carinhosa com você. - Me respondeu. - Ainda mais agora.

Natasha virou-se de frente para mim novamente e suas mãos foram uma para cada lado do meu rosto. Com a pouca luz que vinha de fora e entrava pela janela, eu consegui ver seus olhos verdes atentos.

- O que somos? - Perguntei.

- Acho que não precisamos colocar um rótulo no momento. - Sorriu de lado. - Eu sei que vai parecer tudo estranho, mas podemos trabalhar nisso.

- Tem certeza que quer fazer isso? - Perguntei. Eu realmente ainda estava incerta.

- Você não quer? - Perguntou.

- Eu já te disse que não quero que se machuque. Não quero que os meus cacos acabem rasgando seu coração.

- Eu quero fazer isso. - Falou firme. - Quero te dar todo o amor que você merece, cuidar de você da forma certa, te amar da forma certa.

- É muito nobre da sua parte. - Brinquei.

- Talvez egoísta. - Sorriu de lado, franzi meu cenho a encarando. - Egoísta por querer você apenas para mim depois de anos. E se você estiver bem novamente e não querer algo sério comigo, tudo bem.

Apesar de ela demonstrar determinação, o seu sorriso tinha uma pontada de tristeza e eu a entendia muito bem.

- Mas eu vou fazer você se apaixonar por mim. - Sorriu confiante. - E eu sei que eu estou no caminho certo porque você aceitou minha proposta, isso significa que você me quer de alguma forma.

- Eu estaria mentindo se dissesse que você não me atrai. - Falei.

- Então você me deseja? - Ergueu sua sobrancelha. - E ainda já teve uma paixãozinha por mim.

- Já deu né? - Falei rindo envergonhada.

- Não. - Sussurrou antes de me beijar.

Continuamos com alguns carinhos antes de finalmente cairmos no sono. Eu dormi tão bem que no outro dia eu acordei mais alegre.

Natasha continuava dormindo ainda com um braço em volta da minha cintura, sua respiração calma e serena me fez querer ficar por mais tempo deitada com ela, mas minha barriga já começava a resmungar.

Tirei cuidadosamente o braço da ruiva de cima de mim e sai lentamente da cama ouvindo os resmungos da mais velha. Observei por mais alguns segundos o seu rosto e sem que eu percebesse um sorrisinho surgiu.

Troquei de roupa rapidamente, coloquei algo mais confortável e uns tênis. Estava pensando em dar uma caminhada, precisava esvaziar a mente.

Sai do quarto cuidando para não fazer muito barulho e não acorda-la. Desci as escadas e a casa estava em completo silêncio, olhei para o relógio que ficava na parede da sala e marcavam 9 horas e 36 minutos.

Assim que cheguei na cozinha, encontrei Peggy bebendo um suco enquanto lia algo em seu celular. Seu olhar se ergueu assim que notou minha presença.

- Bom dia, querida. Como está se sentindo? - Perguntou-me com um sorriso amigável em seu rosto.

- Estou bem, ainda bem que não bebi o suficiente para me causar uma dor de cabeça hoje. - Sorri. - Está ansiosa pelo casamento?

Me sentei na mesa junto a ela e peguei um copo despejando o suco da jarra nele.

- Ansiosa e estressada. - Fez careta. - É tanta coisa pra resolver e quanto mais chega perto, mais maluca eu fico.

- Deve ser cansativo mesmo. Se precisar de alguma coisa, é só pedir. - Completei e logo em seguida bebi um gole do suco.

- Ah eu agradeço, mas está tudo certo, não se preocupe. - Sorriu. - Está indo caminhar?

- Sim, quer se juntar a mim?

- Eu adoraria, me espera um pouquinho? Vou me trocar. - Informou, balancei minha cabeça positivamente.

Peggy saiu correndo do cômodo e subiu as escadas pedindo desculpas pela sua pressa para alguém que estava descendo.

Servi mais um pouco de suco e peguei uma maçã, assim que voltei a me sentar. Assim que percebi outra presença eu travei olhando para aqueles olhos verdes.

- Bom dia, S/a. - Disse Wanda sorrindo fraco. 

- Bom dia. - Respondi secamente.

Apressei em comer a maçã e beber o resto do suco, precisava sair daqui o mais rápido possível.

- Você parece bem. - Disse a mulher.  Olhei para ela ainda séria.

- É... - Suspirei. - Você também.

- Na verdade eu...- Wanda foi cortada por uma Peggy animada.

- Voltei, S/a. - Sorriu, mas desmanchou o sorriso assim que sentiu o clima do local. - Tudo bem? Podemos ir?

- Vamos. - Levantei rapidamente jogando fora o que sobrou da maçã e o copo vazio na pia.

Caminhei rapidamente para fora da casa e foi aí que percebi que mal respirava direito.

Another LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora