Capítulo 5

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Fiquei um tempo na cozinha depois que Natasha saiu. Eu ainda estava tentando assimilar o que ela havia me proposto. Olhei desesperada para todos os lados e me deparei com Peter me encarando curioso da sala de jantar. Fiz sinal para que ele viesse até mim e assim ele fez correndo.

- O que aconteceu? - Perguntou preocupado e curioso.

- Natasha me fez uma proposta. - Engoli em seco olhando pro nada e depois o encarei. Ele juntou suas sobrancelhas em total confusão.

- E o que tem de mais nisso? - Perguntou.

- Ela pediu uma chance para consertar o meu coração. - Falei fazendo careta na palavra consertar. Era estranho falar isso em voz alta.

- O que?! - Se exaltou.

- Peter!- O repreendi.

- Desculpa... - Coçou a nuca envergonhado.

- Que gritaria é essa? - Perguntou Yelena. Olhei rapidamente para Peter e ele confirmou com um aceno. Suspirei fechando meus olhos.

- Natasha pediu uma chance para me consertar. - Suspirei.

- Finalmente ela fez uma jogada.- Sorriu batendo palminhas.

- O que?

- Ah, S/n, só você não percebeu que ela gosta de você. Sempre gostou... - Disse pondo as mãos na cintura e me encarando séria, Peter concordou com um aceno. - Você aceitou, né?

- Não dei uma resposta ainda a ela.- Desviei o meu olhar.

- Você deveria aceitar. A minha irmã pode ser muitas coisas e uma delas é ser a pessoa certa para você. - Segurou meus ombros. - Talvez você consiga esquecer de vez a dita cuja.

- Eu não sei, Lena. - Suspirei derrotada. - Eu não quero que a Natasha acabe machucada como eu. Eu estou uma bagunça agora.

- Nós sabemos... Assim como Natasha sabe o que está fazendo. - Yelena disse sorrindo fraco.

- Vocês podem ter tipo um período de teste. - Comentou Peter. - Se em um determinado período você preferir parar com tudo, vocês param, mas se preferirem continuar, aí vocês continuam. Ficou confuso?

- Não. - Yelena e eu negamos.

- Peter tem razão. - Sorriu Yelena. - Se você achar que a tentativa de Natasha não está dando certo daqui a dois meses, vocês param e continuam com a amizade.

- Eu não sei se é o melhor. - Comentei cabisbaixa.

- S/n! Todos nós queremos que você seja feliz, que você se cure dos seus machucados e talvez Natasha seja a pessoa certa pra isso. - Comentou Yelena segurando minhas mãos. - E você tinha uma quedinha por ela, talvez isso ajude.

- Vou pensar sobre isso. - Falei e ouvi a pequena comemoração dos meus melhores amigos.

(...)

Fiquei um bom tempo reclusa dos demais pensando na conversa mais cedo com Natasha. O que ela me propôs realmente mexeu comigo e a conversa que tive com Yelena e Peter me deixou tentada a aceitar.

Não é que eu tenha medo de me machucar, sei que Nat não é assim, eu só não quero que ela saia machucada. Ela é uma mulher incrível, não merece estar na fossa que eu estou e muito menos por minha causa.

Os olhos esverdeados de Natasha se encontraram com os meus, ela sorriu fraco e eu a retribui. A ruiva começou a se aproximar, entrou pela cozinha e veio até a poltrona de onde eu tinha visão da área da piscina onde estavam os demais.

- Por que está aí sozinha? - Perguntou escorada no sofá ao lado. Dei de ombros suspirando.

- Estava pensando. - Desviei o meu olhar para o meu copo quase vazio.

- E o que tanto se passa nessa sua cabecinha? - Sorriu divertida.

- Sua proposta. - Respondi com a voz por um fio. Natasha veio até a minha frente e sentou no meu colo colocando uma perna de cada lado do meu corpo. - O que está fazendo?

- Vendo o quão nervosa você fica. - Falou pendendo a cabeça para o lado.

- Eu já disse que não fico nervosa. - Menti novamente. Ri de nervosismo.

- Nem se eu me aproximar mais assim? - Perguntou diminuindo a distância entre nossos rostos. A ruiva colocou seus braços em volta do meu pescoço. - O que quer fazer?

- Te beijar. - Respondi encarando sua boca. Só depois que eu percebi o que acabei de falar. Por conta da bebida nem percebo mais o que sai da minha boca.

- Eu estava falando em relação à proposta. - Sorriu de lado.

- Ah... - Senti meu rosto pegar fogo. Qual é a porra do meu problema? Foco, S/n, foco!

- Mas você pode me beijar se quiser. - Sussurrou levantando a sua sobrancelha. - Só precisa aceitar. Será por minha conta e risco.

- Nat...

- Não irá se arrepender. - Mordeu os lábios. - E tu não tem noção do tamanho da vontade que eu estou de te beijar e finalmente sentir o gosto dos teus lábios.

Natasha mordeu os lábios, senti meu ventre fisgar e o seu corpo colado no meu não estava ajudando muito a manter o resto da minha sanidade que não tinha sido adulterada pela bebida.

- Mas que merda. - Praguejei antes de puxar Nat para um beijo sedento.

Como eu poderia imaginar que beijar seus lábios seria algo tão bom? A S/n adolescente deve estar fazendo a sua dancinha da vitória com esse momento.

Natasha puxava levemente meu cabelo enquanto movimentava o seu corpo contra o meu causando um atrito excitante.

- Isso foi um sim? - Natasha sorriu após se afastar um pouco.

- Sim. - Respondi ainda atordoada com o beijo. - Só precisamos esclarecer algumas coisas.

- Sou toda ouvidos. - Nat se afastou mais para que pudesse me olhar melhor, mas continuou sentada no meu colo.

- Você precisa ter paciência comigo, eu não me relacionei com mais ninguém depois de Wanda, portanto não vou conseguir te dar o que você quer no momento com facilidade. - Falei desviando o meu olhar envergonhada. - Mas prometo que tentarei e sempre serei sincera com você.

- Tudo bem. - Sorriu de lado e tentou me puxar para mais um beijo, mas eu me afastei.

- Mais uma coisa. - Falei, ela apenas concordou com um aceno e esperou que eu continuasse. - Talvez seja melhor colocarmos um tipo de período de teste.

- Tudo bem, acho justo. - Concordou a ruiva. - Quanto sugere?

- Um mês.

- Três. - Natasha falou rapidamente.

- Dois. - Negociei.

- Tudo bem, dois meses.

Só espero que nenhuma das duas se arrependa disso.

Another LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora