Capítulo 7

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Peggy e eu caminhamos por uma trilha próxima a casa que levava até o topo de um morro próximo. Durante uns 10 minutos ficamos em silêncio, acho que ela notou que eu estava extremamente aérea na minha cabeça.

- Sobre ontem... - Peggy começou. - Eu percebi algo entre você e a Natasha.

Peggy me olhou com um sorrisinho em seus lábios. Eu fiquei travada, o que eu iria falar pra ela?

- Ah... Hã... Eu não sei. - Dei de ombros. - É complicado.

- Pelo beijo de vocês eu não acho que seja complicado. - Sorriu ainda mais. Quase me engasguei com a minha própria saliva. Senti meu rosto esquentar. - Olha, eu sei que não sou sua madrinha oficial, mas te considero como minha afilhada do coração, pode confiar em mim e me contar o que tá acontecendo.

Eu poderia contar a ela, certo? Peggy sempre foi amigável e atenciosa comigo desde que ela conheceu Steve, isso quando eu ainda era pequena. Sempre tivemos uma boa conexão, só acabamos nos afastando quando eu fui pra Inglaterra, mas eu me afastei de todo mundo então não foi apenas com ela.

Suspirei pesadamente e esfreguei minhas mãos em meu rosto, toda essa situação é tão cansativa e estressante.

Mais a frente havia um banco e eu me dirigi para lá, Peggy sentou ao meu lado e entregou uma garrafinha de água que eu nem havia notado que ela tinha até agora.

- Toda a história é complicada desde o início. - Falei olhando a vasta floresta em nosso redor. - Natasha confessou ontem que gosta de mim e pediu uma chance.

- Isso é ótimo! - Peggy parecia genuinamente feliz com isso. - Eu me lembro da sua quedinha por ela.

- É, mas eu era adolescente... E isso já faz um tempo, não que eu não sinta nada por ela é só que... As circunstâncias mudaram. - Baixei meu olhar para a garrafinha ainda fechada em minhas mãos.

- As circunstâncias você quer dizer Wanda... - Dei de ombros para a sua fala. - Você pensa em voltar com ela?

- Não. - Respondi rapidamente. Eu sinto falta das coisas boas com ela, mas eu não posso me submeter a todas as coisas ruins novamente. - Ela quebrou a minha confiança, não quero voltar a estaca zero, mesmo que ela me jure de pé junto que não cometeria os mesmo erros.

- Pensa em voltar a ter uma amizade com ela?

- Sinceramente? Eu não sei... Wanda foi uma ótima amiga, sinto falta disso também, mas tenho receio de que eu não irei conseguir me manter muito longe e irei trair a mim mesma.

- Você está certa nisso... Já pensou em conversar com ela? É tão óbvio que vocês tem algo não resolvido e isso tá tirando a tua paz.

- Sem chances, eu sei que teríamos que conversar, mas eu não quero tocar no que aconteceu e também não quero permanecer perto dela por muito tempo. Tenho medo que o meu coração idiota vá me trair e em um piscar de olhos eu esteja nos braços dela. Isso não pode acontecer. Talvez mais pra frente conversaremos.

- Entendo... E a Natasha? Não pensa em dar uma chance pra ela?

- Eu não quero que ela se machuque, eu estou em pedaços, mas ela alega querer me concertar. Isso não é certo. Ela diz que vai fazer eu me apaixonar por ela no final.

- No final do que?

- De dois meses. Vamos ficar durante esse período e ver no que dá.

- Você parece cética.

- Eu só não quero que ela se machuque. Ela é especial pra mim.

Baixei minha cabeça travando meu olhar na água se movimentando na garrafinha. Senti Peggy se aproximar mais e pousar sua mão no meu joelho dando uma leve apertada.

Another LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora