Capítulo 22

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O desespero me consumia enquanto eu percorria o caminho em direção à casa com o meu coração batendo descompassadamente no peito. Cada passo era uma corrida contra o tempo, uma busca desesperada por um vislumbre de S/n.

Chegando lá, meus olhos examinaram cada canto, cada sombra, mas S/a estava ausente. Um grito de desespero ecoou em minha mente, as palavras de Yelena e Peter ecoando como um eco assustador, lembrando-me da gravidade da situação.

Sem pensar duas vezes, recorri ao meu celular, discando freneticamente o número de S/n, cada toque uma súplica silenciosa por sua presença. No entanto, o silêncio frio do outro lado da linha era uma cruel lembrança da minha própria impotência.

Mensagens de texto se acumulavam em minha tela, cada palavra uma expressão angustiada do amor e da preocupação que me consumiam por dentro. No entanto, as mensagens permaneciam sem resposta, enquanto o tempo escorregava por entre meus dedos como areia fina.

Me joguei no sofá da sala vazia e escura. Um silêncio mortal ao meu redor e um caos dentro da minha cabeça. Meu coração ansiava por uma resposta, por um sinal de vida que dissipasse as sombras que se cerravam ao meu redor, mas a escuridão permanecia implacável, envolvendo-me em seu abraço gelado.

O alívio inundou-me quando a mensagem de S/a finalmente chegou. Engoli em seco, meu coração acelerando enquanto eu desbloqueava o meu celular, com mãos trêmulas, abri a mensagem.

S/a: Localização 📌
Vamos conversar.

As palavras reverberaram em minha mente. Era uma chance, uma oportunidade de consertar tudo isso.

Nat: Estou indo.

Levanto rapidamente do sofá e me dirijo para fora da casa, com o celular em mãos e a localização aberta, sigo o caminho sentindo meu coração acelerar ainda mais, dando solavancos de ansiedade.

Após um tempo de caminha por uma trilha em meio a algumas árvores, subo por um pequeno morro e ali eu encontro S/a, sentada em um banco, com um olhar perdido olhando para um ponto fixo no chão, perdidos em um mar de pensamentos.

Com passos hesitantes, me aproximei dela, a tensão do momento pairando entre nós como uma nuvem pesada. Cada silêncio era carregado de significado, cada respiração um eco das emoções que se agitavam dentro de nós.

- S/a... - Murmurei, minha voz um sussurro suave que quebrava o silêncio. Seus olhos se ergueram para encontrar os meus, uma mistura de tristeza e anseio dançando em seu olhar.

Por um instante, ficamos ali, em silêncio, apenas olhando uma para a outra, sem dizer uma única palavra. S/a fez sinal para que eu sentasse ao seu lado e assim eu fiz.

- Me desculpa... - Sussurro. S/n me olhou de forma séria.

- Eu conheço Wanda melhor do que ninguém... Por isso sei que ela não me contou toda a história. - S/a tem a voz suave, me deixando surpresa, não só pelo seu tom, mas pelo que ela disse.

Diante de Wanda, minhas palavras fluíam com uma intensidade incontrolável, cada sílaba carregada com o peso do amor e da preocupação que sentia por S/a.

- Como namorada dela você deveria se importar mais com ela. - Falo cruzando os meus braços. Eu estava no apartamento de S/a e de Wanda, enquanto a Stark não estava.

- Eu me importo com ela. - Wanda me responde séria. Seu tom começando a ficar mais agressivo. - Natasha... Entendo a sua posição. Eu vou conversar com ele e resolver isso de uma vez por todas.

- Resolver como?

- Eu quero me encontrar com o Victor e colocar um ponto final nisso tudo. Não posso deixar esse assunto em aberto.

- Eu juro, se algo entre vocês acontecer...

- Nada entre nós irá acontecer... Eu amo a S/a e é por isso que preciso fazer isso direito.

- Eu não sei se é a melhor ideia... Mas se é isso que você sente que precisa fazer, eu respeito sua decisão.

- Obrigada, Natasha.

(...)

S/a me ligou chorando me contando tudo o que havia acontecido. Ela havia ido até o mesmo restaurante que Wanda iria se encontrar com Victor no mesmo momento. Eu me pergunto se foi Wanda quem decidiu o lugar do jantar ou não, mas de fato ela poderia ter evitado isso. Aconselhei que S/n fosse para a casa de seus pais para espairecer, Wanda precisava conversar com ela, mas não no momento, S/a precisava se acalmar e não cabia a mim contar o que eu sabia. Não no momento.

Disquei o número de Wanda, eu precisava ter certeza de que realmente não aconteceu nada além de uma conversa entre ela e Victor. No quarto toque, ela atende.

- Não é um bom momento. - É a primeira coisa que a mulher diz ao atender.

- Disso eu sei, acabei de falar com S/n... - Suspiro passando minha mão livre algumas vezes em meu rosto e cabelos. - Que merda você fez, Maximoff?

Pude ouvir um grande suspiro do outro lado da linha e uma porta sendo batida.

- Você sabe muito bem o que eu fui fazer, Romanoff! - Wanda explodiu. - Eu sei o que S/a achou que estava acontecendo, mas não foi nada disso. Eu recém havia chegado, eu não esperava que Victor me desse flores, mas isso não mudaria nada do teor da conversa.

Permanecemos um tempo em silêncio.

- Vocês precisam conversar, mas não agora. S/a precisa se acalmar e você também. - Tento manter a imparcialidade. - Eu tentei avisar...

- Vai se foder, Natasha. - Wanda me corta me deixando surpresa. - Você fez isso, não é?

- Fiz o que?

- Você mandou S/n ir até o restaurante. - A raiva de Wanda transbordava em cada palavra, mas tudo o que eu fiz, foi rir de forma forçada ainda não acreditando na sua acusação.

- Essa é a coisa mais ridícula. - Falo ao parar de rir. - Primeiramente, vai se foder, Wanda, eu não iria mandar S/a pra lá, além do mais eu nem sabia onde vocês iriam se encontrar.

Agora foi a vez de Wanda rir. Eu já estava perdendo a paciência, mas tentava ao máximo manter o mínimo de calma possível. O que não deu certo quando ela me xingou novamente.

- Quer saber? Foda-se, se vira e deixe a S/a de fora da bagunça que você é.

- Você quer muito foder com a S/n, não é? Por isso tá fazendo de tudo pra separar a gente.

- Você não sabe do que tá falando, eu até tentei te ajudar...

- Eu não preciso da sua ajuda, fique longe do meu relacionamento. - Wanda diz antes de desligar na minha cara.

- Babaca. - Respiro fundo ao guardar meu celular antes de entrar na sala onde eu teria uma reunião de trabalho.

Another LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora